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he oha ohi! Brilho de mim, brilho de ti…
- Que estás pr’a aí a cantarolar?
- Sei lá eu! Vou inventando ao sabor da melodia que oiço.
- Ouves? Não há melodia nenhuma. Estás cada vez mais maluco, isso sim!
- Lá porque tu não ouves não quer dizer que não haja melodia, ora!
- Queres ver? O senhor está a ouvir a música que estão a tocar?... Não?
- Isso não quer dizer nada. Eu oiço música e componho sobre o que oiço e isso não é maluqueira nenhuma, digo-te eu.
- Ai ai! Não tenhas juízo e logo verás…
- Ai ai ai - digo eu!
- Eu digo, tu dizes, ele diz e daqui não saímos…
- Afinal, gostas ou não do que fica, letra e música?
- Gosto, gosto. Mas tu é que compões, não é a música que aparece sozinha na tua cabeça.
- E quem disse que ela aparecia sozinha?
- Ai ai!
- Foi você que perguntou há pouco se ouvíamos uma música?
- Fui eu, fui. Ele diz que ouve músicas que lhe aparecem, surgem, como que dentro da cabeça.
- E vê a orquestra que as toca?
- Ai ai, outro!
- Não isso não vejo, só os ouço. Você também os ouve?
- Todos os dias tocam, mais ou menos à mesma hora.
- Ah! Olhe, vamos falar mais disso sim? Sinto-me tão isolado neste mundo…
- Isolado? Estou sempre ao teu lado!
- Quem disse isso?
- …