- qui estou! Vim para trabalhar…
- E eu! E eu! E eu também.
- Ena tantos!
- Já agora pode dizer-nos quando poderemos usufruir o prémio?
- Qual prémio?
- O das viagens!
- Essa agora!
- Se não sabe, paciência…
- Vocês não disseram que vinham para trabalhar?
- Sim, mas não para trabalhar de cordeiro.
- Hã?!
- Pois, para trabalhar de cordeiro nada, não! Isto é, trabalhar aceitando tudo com paciência e abnegação; entender que os outros não nos prejudicam especialmente mas que são ignorantes apenas de bem-fazer; projectar paz e harmonia mesmo em pleno antro de vício e viciosos; compreender e perdoar ao mais cruel porque ele apenas é um mau instrumento; enfim, tudo assim por aí afora…
- Não havia entendido essa do cordeiro, mas tem alguma lógica a frase, isso tem! De qualquer modo é bom lembrar que recebemos sempre em troca, e retorno, de tudo o que formos dando, ou projectando…
- Pois, pois…
- Além de que não vivemos para justificar nem emendar nada que esteja imperfeito, mas para completar o que está por acabar e isso com a melhor qualidade que podemos dar de nós.
- Pois… bem…
- Gostei dessa do cordeiro, efectivamente ele cumpre os seus deveres sem exigências e na perfeição. À semelhança do sândalo que ainda perfuma o gume que o corta.
- Pois… bem… E sobre o trabalho, vêm dispostos a dar o litro ou quê?
- Humm… humm… bem… talvez, nunca se sabe!