ush e Mimi estão a passear no relvado com a pachorrentice própria de tartarugas fora de água.
Vão esticando o pescoço estilo olho de submarino a querer ver a superfície.
Sentem-no mas não o vêem e por isso movem-se ainda mais lentamente.
E Miau espreita, efectivamente, como uma estátua muito perto delas.
Acho que nem respira, só as olha tão espantado como elas estariam se pudessem vê-lo.
Mas ele fixou-se como se fizesse parte da paisagem desde sempre, completamente imóvel por baixo do banco de pedra do jardim.
Elas vão andando no seu passeio da tarde, nem muito juntas nem muito afastadas. Hush vai espreitando melhor as redondezas e vigiando Mimi, mais pequena e entusiasmada.
E… dá olho no olho dele. Pára, quedo também, nem se mete na carapaça. Nem acredita que se possa ter aproximado tanto daquele bicho que actua com as garras com habilidade fantástica. De soslaio, sem mover a cabeça consegue vislumbrar Mimi já a passar da relva para o empedrado.
Olho no olho outra vez. Mas porque o gato não o ataca ou à Mimi?
Olho no olho percebe o medo que provoca no Miau. Então é isso!
Ele, tão hábil, não percebe que são simples tartarugas que nem conseguem mexer-se bem com uma carapaça tão forte e pesada, como o abrigo seguro que esta é quando o necessitam.
Algum, deles dois, vai ter que se mexer, mas por ora mais vale deixar Mimi brincar livremente no jardim, entre a pedra e a relva. Ela adora aquilo! E assim que se cansar vai a correr para o seu lago e refresca, mergulha e fica a nadar o resto do dia.
É só esperar que o ambiente mude, então ele enfia-se na carapaça ou vai recuando até ao seu querido lago.
É só esperar atentamente por algum indício de mudança… ou muda-se ele, Hush, quando o tempo certo chegar!
É só esperar o tempo certo para a mudança e aproveitar bem a oportunidade.