Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades
Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades
Era o corpo-presente de uma ausência!
Perfeitamente nítido na sala,
E vestido a rigor... traje de gala
Num lençol de alva e pura transparência.
Mas lá que era fantasma... ah, isso era!
Do alto do pinheiro de Natal,
Olhou-me e acenou. Não me fez mal.
Disse-me: - Noutro Natal! Eu fico à espera...
Sorri-lhe também eu, disse-lhe adeus,
Sumiu-se por caminhos muito seus
E eu ali fiquei, muito orgulhosa...
Fora um presente que era só p`ra mim
Pois mais ninguém na casa o viu assim
Naquela noite gélida, invernosa. .
.
in “http://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt/”
.
.
Disse Maria João Brito de Sousa: Não há nada que caiba numa só vida, exceptuando essa mesma vida !
.
Depois de perdido
No labirinto dos olhares do mundo,
Arrancado aos eixos de um tempo linear,
Afogado nas horas disfarçadas de azul-celeste...
Depois de devidamente
Arrancadas as raízes,
Podados os ramos do sentir,
Colhidos os frutos que podiam ser úteis,
Apontaram-lhe
O caminho politicamente correcto
Na direcção do cativeiro travestido de sorrisos.
Nesse mesmo dia,
Desenraizado,
Despojado de frutos,
Despido de sonhos,
Amputado de afectos
E devidamente encaminhado...
. Eu quero este soneto . . Eu quero este soneto como quem
Procura o dealbar de um horizonte!
Negada, ainda, a Barca de Caronte,
Retomo a estranha estrada de ninguém.
Eu quero este soneto e vou além,
Descubro o germinar da nova fonte…
Entre a Vida e a Morte há uma ponte
Erguida entre Nenhures e mais aquém.
Não fora a dor, quase estaria bem…
Não fora este cansaço, este esvair-me,
Diria que já está, que já passou…
De tudo hei-de falar! Eu sou alguém
E, antes de cantar, não quero ir-me!
Depois, porque o cantar mal começou!
A Ilha 2
Aqui me sento e tento erguer a voz
E desespero e sei que não consigo…
Chego a fugir dos braços de um amigo
Como quem foge às armas de um algoz.
Não mais maçã, assim converto em noz,
Escondendo em grossa casca – o meu abrigo –
Aquilo que me punha em maior p´rigo,
Como afinal fazemos todos nós…
Ilha deserta, escarpa, alta montanha…
Desvendo a solidão que me acompanha,
Defendo-a com a vida até poder!
Mas deixo-me habitar e multiplico
As sementes do verso. Eu frutifico!
Ilha e Poeta enquanto Deus quiser!
- É um mísero que ali anda. - É assim tão pobre? - Não, é mísero porque nunca está feliz onde está. Quer sempre estar noutro lado qualquer e quando lá chega, daí a nada já quer ir fazer outra coisa noutro sítio. - É um insatisfeito! - Pois é isso mesmo. - Talvez seja doença? - Talvez, mas sempre foi assim desde novo. Nunca estava bem em sítio algum, a não ser que estivesse entretido a trabalhar. Até nas horas de dormir, acordava e queria levantar-se para ir ver o que havia na casa. - Seria medo à mistura… - Nunca se percebeu. Uma vez por outra gostava e apreciava estar uma hora, ou pouco mais, a conversar. Porém, se estivesse em movimento, mantinha a conversa horas e horas. Resumindo - tinha que estar entretido com várias coisas ao mesmo tempo para relaxar e descansar como os outros. - Será, então, hiperactivo? - Sei lá! Só sei que dá pena vê-lo sempre insatisfeito, faça-se o que lhe fizerem para lhe agradar. Às vezes, até pede para descansar e ficar só. - Sabes o que isso é? É não ter paz interior – quando se tem paz ou se está em paz consigo, com os outros e com o que nos rodeia, todos somos felizes onde estamos e nada mais é necessário. - Se calhar é isso, porque não parece sentir paz alguma, nem sequer o mais leve sossego. - Então, o mísero é um infeliz. . ..
Imagem retirada da net
. .
Disse Maria João Brito de Sousa: A magia dos dias está nas maravilhas que eles nos podem trazer !
Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato a 19 de Julho de 1885 e faleceu em Lisboa, 3 de Abril de 1954. Foi um diplomata português que se recusou a seguir as ordens do governo de Salazar e concedeu vistos a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940, ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, enveredou pela carreira diplomática.
Quando rebenta a 2ª Guerra Mundial, Sousa Mendes é cônsul em Bordéus.
Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".
A 16 de Junho de 1940, Sousa Mendes declara: "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião". Com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos e do rabino Jacob Kruger, carimba passaportes e assina vistos, usando todas as folhas de papel disponíveis.
Confrontado com os avisos de Lisboa, não desiste: "Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus".
Destituído das suas funções por Salazar, continua a assinar vistos dentro da sua viatura e lidera uma coluna de veículos de refugiados guiando-os em direcção à fronteira, onde, do lado espanhol, não existem telefones. Os guardas fronteiriços, não tendo ainda sido avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França, deixaram passar todos os refugiados, que, com os seus vistos, puderam continuar viagem até Portugal.
Será punido pelo governo de Salazar, que não só lhe determina a reforma compulsiva como lhe retira o direito de exercer a profissão de advogado.
O cônsul demitido e a sua família, bastante numerosa, sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica tendo passado a alimentar-se, bem como a sua família, na cantina de assistência judaica de Lisboa.
Hipocritamente, em 1945, Salazar felicitou Sousa Mendes por Portugal ter ajudado os refugiados. No entanto não só recusou reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático como manteve a proibição de exercer a sua profissão de advogado.
A sua miséria será ainda maior: venda dos bens, morte da esposa em 1948.
Aristides de Sousa Mendes faleceu na miséria extrema, a 3 de Abril de 1954, no hospital dos Franciscanos em Lisboa. Não possuindo sequer um fato próprio, foi enterrado com um hábito franciscano.
Calcula-se que terá salvo mais de 38.000 pessoas
Em 1966 o Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto) em Jerusalém, prestou-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de “Justo entre as nações”.
O estado português reabilitou Aristides de Sousa Mendes em 1988, catorze anos após o 25 de Abril de 1974.
A casa do Passal, em Cabanas de Viriato, onde nasceu e viveu, está ao abandono e em ruínas. .
Um trabalho realizado no âmbito da disciplina de História (desconheço de que estabelecimento de ensino), e que dá uma visão simples e rápida sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes.
Uma abordagem à vida de Aristides de Sousa Mendes
.
. Disse Aristides de Sousa Mendes: Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus ! .
.
Eu quase não entendo o que em mim cresce...
Aceito o que vier, só de o sentir,
E prefiro aceitar do que pedir.
Sou semente do Deus que em mim floresce...
.
De humana e pequenina que sei ser
Ascendo à condição de ser Palavra
Por obra dessa Força que em mim lavra
Do Verbo original essoutro CRER
.
Que vai tão mais além do que o que sou!
Pequena, tão pequena que nem sei
Como alcançar os longes que me apontam!
.
E deixo-me embalar... eu venho e vou
Entre o que já vos disse e o que direi
Nos versos que encontrei... ou que me encontram?
Amar é…
Amar é estar em paz, acreditar...
É ser gato e mulher e planta em flor!
Mais do que ter amor é Ser amor
E nesse amor fluir, frutificar...
.
É ter dentro de nós a terra, o mar,
É pintar um poema em cada cor,
É poder consolar quem sinta dor,
Semear um sorriso em quem chorar...
.
É saber aceitar a vida, a morte
Sem o medo ou a sombra da revolta...
E, equilibrando os pratos do destino,
.
É vislumbrar, lá longe, a nossa sorte...
Agarrar o fiozinho, a ponta solta
Daquilo que há em nós e que é divino!
A MULHER INTERROMPIDA
Não foi assim tão antigamente...
Foi há cerca de um tempo
Mais duas metades de dois tempos meios.
Uma voz amiga, certamente,
Embora longínqua, perguntou por mim
E eu, tão confusa, não me conhecia...
Sou mulher de um homem,
Respondia.
E a voz insistia:
- Mulher, quem és tu?
- Sou a mãe de um filho que não mora cá
E de três meninas que me querem muito,
Apesar da culpa, apesar de tudo...
E a voz repetia:
- Mulher, quem és tu?
.
Eu iria jurar que não mentia
quando respondia:
- Eu sou essa mãe, apesar do luto!
A voz não cedia quando perguntava
Do Espaço, do Tempo e outras coordenadas:
- Ó mãe dos teus filhos, diz-me quem és tu!
Onde moram as tuas horas carnais?
Onde guardas o corpo quando sais
E voas em busca do filho perdido?
Que fazem essas tuas mãos?
Que estrelas tão negras trazes no olhar?
Que morte tão estranha te veio buscar
E esqueceu teu corpo entre os teus irmãos?
.
E eu respondia
Sem me aperceber
Que me descrevia sem me conhecer:
- Sou a mulher do meu homem
E a mãe das minhas crias!
Procuro o que se perdeu, o que morreu mal nasceu
E não alcanço encontrar...
.
Mas a voz não se calava no seu calmo perguntar:
- Mulher, que é feito de ti?
Só a ti tens de encontrar!
.
Então procurei-me em mim
E vi que não estava lá...
Procurei-me em todo o mundo,
Do abismo mais profundo à montanha mais escarpada,
Fui ao Nilo, fui ao Ganges,
Procurei-me em cada ventre
Das grutas mais ignoradas...
.
Devo ter percorrido o universo inteiro
Quando, de repente,
Encontrei um corpo que me não era alheio
E uma alma ardente
Onde cabia, exactamente,
A chama tão acesa do meu peito!
E juro
Que foi a primeira vez,
Em toda a minha vida,
Que aceitei a minha imagem denegrida
E me orgulhei da estranha condição
De SER UMA MULHER INTERROMPIDA! .
. Disse Florbela Espanca: Ser poeta é ter fome, é ter sede de Infinito! .
.
Mais poemas de Maria João Brito de Sousa .
Mais poemas de Maria João Brito de Sousa .
Mais poemas de Maria João Brito de Sousa .
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Simpatias recebidas
@@@@@@@@@@@@@@@ Campanha da Amizade, amizade de Aida Nuno
@@@@@@@@@@@@@@@ É um blog muito bom, sim senhora! , amizade de Coffee Cup
@@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Dardos, amizade de Lady Magenta, poetaporkedeusker, Velucia
@@@@@@@@@@@@@@@ Blog de Ouro, amizade de poetaporkedeusker, Maria José Rijo, Velucia
@@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Magic Blog, amizade de Maria José Rijo
@@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Seu Blog tem Néctar, amizade de poetaporkedeusker
@@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Mimo Samoga, amizade de poetaporkedeusker
@@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Medalha de Ouro, amizade de poetaporkedeusker
@@@@@@@@@@@@@@@ Selo Best Blog, amizade de Alice Alfazema