Somos tão diferentes?
- Eu também.
- Mas dizias que só te lembravas de pesadelos, nada de sonhos bons.
- Pois era e ainda é assim.
- Mau!
- O que foi?
- Então como é que dizes que gostas dos teus sonhos?
- Eu disse isso? Não!
- Eu disse que gostava dos meus sonhos e tu respondeste que também.
- Exactamente!
- Mau!
- Estás toldada ou quê?
- Não consigo é entender o que dizes, ou respondes.
- Pois não tem dificuldade nenhuma. Eu disse que gostava dos teus sonhos.
- Ah, é isso! Mas… como é que sabes dos meus sonhos?
- Ora! Tu vens logo contá-los a toda a gente que vais encontrando, como um livro aberto.
- Eu não falo assim tanto de mim mesma… ou falo?
- Acho que sim!
- Isso é porque, comparativamente, tu não dizes nada de ti.
- Mas o de mim a mim diz respeito.
- Então e os diálogos, a boa sociabilização do indivíduo?
- Falando de si ou dos outros? Prefiro a sociabilização de assuntos comuns, mais que da vida de cada um.
- Isso tem maior interesse?
- Bem, a não ser que seja para prestar ajuda, não vejo qualquer interesse em falar uns dos outros pois mais parece coscuvilhice que conversa agradável.
- Somos tão diferentes!
- Somos?!