Jalal Rumi # A evolução da forma
Toda a forma que vês
tem o seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma se esvanece, não importa,
permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?
A alma é a fonte e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Afasta da mente todo o pesar
e sorve em grandes golos a água deste rio,
que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, tornaste-te planta
e, mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla o teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido a tua jornada,
decerto hás-de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e a tua estação será o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que a tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho a que chamas corpo
e diz sempre Um com toda a alma.
Se o teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca a tua alma.
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NOTA: Sobre este tema há aqui um poema semelhante do mesmo autor
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