aber livreiro quer dizer conhecimentos baseados nos livros, mas hoje, com o desenvolvimento da Internet, esse conhecimento pode ser ampliado milhares de vezes e ao alcance de um clic.
Não precisamos correr para as livrarias, nem esperar que façam a encomenda para daí a 15 dias ou mais, porque nem sequer a obra é editada, ou até reeditada, no país.
Hoje a cultura está ao alcance de todos ou por via oral – dos contadores de histórias – que se mantêm em todas as sociedades, ou por via escrita, e esta em qualquer suporte, desde o simples papel, ao dvd e ao ecrã de comutador.
- Deveríamos ser mais cultos que em qualquer época anterior, não era?
- Poderia ser assim, mas não somos. Somos, sim, cada vez mais práticos e especializados em micro-assuntos e os nossos amigos são igualmente peritos nos mesmos assuntos. Não é mais o convívio pela proximidade, ou vizinhança…
- Pois não, nem sequer conhecemos os que vivem paredes-meias com o nosso apartamento, ou na casa ao lado e, menos ainda, os do mesmo quarteirão ou rua.
- Parece assistirmos a um afastamento gradual entre seres humanos. Porém, quando há desgraças ou catástrofes as pessoas unem-se, como sempre se uniram. O que há são novas maneiras de viver a vida com os tempos que voam para a quantidade de tarefas agendadas. As rotinas sempre tornaram esses tempos mais fáceis e mais apagados, em termos de luz mental.
- Já reparei nisso. Nem sequer penso; ajo como um robot em grande parte do dia e se, por acaso, fecham o trajecto habitual, por obras ou algo assim, fico meia tonta sem saber, no imediato, o que fazer…
- Devemos ser nós a escolher as rotinas para as nossas facilidades, mas não deixar que essas se instalem comodamente nas nossas vidas. Devemos estar despertos para a vida e darmos-lhe hipótese de nos mostrar uma bela surpresa a cada dia e sem temores, e aceitar as outras que temos que ultrapassar com constância de valores e paciência.