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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

30
Jul10

Amor e desamor

eva

mizade é entendimento, carinho e entreajuda pelo amigo(a) e seus bem-quereres, com respeito pelas suas preferências.

Os romances baseiam-se em amizades mais profundas e, geralmente, entre sexos diferentes com desejos de criarem filhos desse romance, elaborado em amizade maior, duradoura e firme.

O amor toma diversas formas, umas mais fortes, outras mais sensíveis e delicadas.

Todos os relacionamentos são fomentados pelo amor e até pelo desamor que pode atingir o horror.

O ódio e a vingança, que geralmente acompanham o desamor, são deformações de sentimentos, na maioria das vezes causados ou por orgulho doentio ou por trauma violento.

O horror e o pavor andam a par, também na maioria dos casos.

Amar não quer dizer passar os anos apaixonando-se consecutivamente por este(a), aquele(a), o outro(a).

Referimos o amor sadio, benevolente, que engrandece o ser e tudo o que se lhe liga em redor, ou o que influencia de modo mais afastado, por correlação.

É desejável viver a vida amando o mais que nos for possível, em fraternidade e em romance, e a vida será uma vivência mais plena de bons sentimentos de nós e por nós.

Uma vida com boa vontade de ser vivida – vivenciada com amplitude e sabedoria.

 

18
Jun10

Romance

eva

- final o que é o romance? É o amor entre dois entes?

- Para mim é amor e carinho pelo que nos rodeia. Por outra pessoa que afina seus ideais e interesses práticos num diapasão (muito) semelhante ao nosso, por outros a quem queremos incondicionalmente porque são carne da nossa carne e chamamos filhos, e por aí fora neste sentido das coisas.

- Ohhh! Só pensava de romance na acepção de duas pessoas que se querem bem.

- Também é – o romance inocente e lindíssimo entre dois seres que se amam reciprocamente e que extrai de cada um o mais maravilhoso amor que têm para dar.

- São vários os modos de interpretar as palavras que dizemos. Uns sentem-nas de um modo, outros doutro.

- Então o que mais interessa nisso tudo?

- Interessa a honestidade entre os seres, interessa a sua interpretação em igualdade de circunstâncias e ideais, interessa a compaixão.

- Mas cada um interpreta a seu modo tudo o que se diz…

- Vale sempre a comunhão de ideias, a comunicação e a evolução de cada um em si e em sociedade, ora a restrita ao meio familiar ora a sociedade alargada em todos os que se vão encontrando e que vamos seleccionando para mais próximos ou afastados de modo natural.

 

20
Fev10

O enamoramento da vida

eva

 vida é um romance!

- Dito assim, até apetece viver.
- E não é?
- A vida tem tanto ou mais de complicações que de enamoramentos.
- Mas é o enamoramento das pequenas coisas que nos faz enamorar dela – a vida.
- Como dizer isso a quem passa dificuldades – desgostos, ou privações, fome… Às vezes são anos e anos sem um pouquinho de calor no corpo, anos e anos a lutar contra doenças que minam a independência de movimentos, sem um sopro de felicidade que seja…
- Não é fácil não – de modo algum! – superar a amargura e o desespero que sentimos e que quanto mais forte é esse sentimento, mais o calamos bem fundo, bem no íntimo de cada um.
- Então…?
- Então, é o que temos para lutar, obviar, superar…
- E felizes os que conseguem?
- Ah! É isso mesmo, felizes os que o conseguem. Esses são os que conseguem viver a vida como um romance.
- E a vida torna-se…?
- A vida torna-se bela como um romance!
 
16
Mar08

Vitorino Nemésio # Romance de Xangô

eva
.
Lá em Matatu Pequeno
Uma cortina de cassa
Velava o Pègi de Anísia,
Iahorixá da Bahia.
Já aquedes e alabês
Enchem o casto terreiro
De bustos de bronze adustos
E corpetinhos de crivo.
Um cheiro a canela e a cravo
Paira, dos verdes de Oxóssi
Ao branco e azul de Nãnã:
Que teremos candomblé
Até romper a manhã.
Rum, rúmpi, lé já perfilam
Suas cordas de atabaques.
Um mugido de zebu
Vibra nas peles de carneiro,
Agasalha as velhas negras
Em saiote de sinhá,
E os dentes dos negros púberes
Em etéreas melancias
Destilam saliva e sumo.
A noite de oiro tornou
Meu rosto negro de fumo.
Ouvi um timbre de cobre:
É o xerê de Xangô.
Dàzinha, que o peito encobre,
Branca e vermelha, chegou.
É negra. Seu rosto duro
Parece o duplo machado
Que lhe talha os alvos ossos
Sob o véu da pele de sombra.
Terrível, firme, rodada,
A Filha do Raio assombra.
Dàzinha, quando iàô,
A sua lã de ovelhinha
Nas mãos de Anísia deixou.
Seu cabelo vira arame
De que tira os braceletes
Para dançar a Xangô.
Deixem-na! Deixem-na! Sobe
Nas fitas-de-cor do tecto
O relento das gargantas,
O casto aulido nagô.
Dàzinha, com os pés em leque
E as aspas das mãos nas ancas,
Como grávida de um deus,
Tenebrosa, começou.
Primeiro, peneira cravos
Na roda da sua saia;
Depois queima um seio vivo
Na chama do movimento;
Faz do outro seio cego
A carapaça do cágado
Grato a Xangô. E um galinho,
Com crista de fogo, cheira
A fogo no seu focinho.
Dança, dura e verdadeira,
Dàzinha no candomblé.
Xangô gosta de amalá:
E da terra do terreiro
(Batido, ressoa o chão)
Dàzinha, a ponta de pé,
Dançando, amassa pirão.
Sua aromas em seu busto
Perfumando o caruru:
É um anjo de azeviche
Que salta de canguru.
E eu, atônito, estrangeiro,
Sentindo um agbé nas veias,
Vejo tudo rosa e beje,
Encolhe-me ao seu girar:
Está jogando a Cabra-Cega;
Dança – e parece voar!
Não que tenha nada de ave,
Salvo de galo nagô,
Nem peninha meiguiceira
Seu corpo pesado alou.
Mas, porque dança esvoaçando
Como ave de trilho pobre,
Vejo-a avestruz de Nigéria
Nos braceletes de cobre.
Ao seu calcanhar de pau
O chão do terreiro é oco;
O deus bebe-lhe o suor
Mais doce que água de coco.
Pára, tonta, possuída,
Muge sagrada, escorrendo
Fúrias de Xangô dançadas,
Leões do Sudão morrendo.
Vejo tudo negro e beje;
Nas toalhas encharcadas,
Como quem embala fruta,
Chica seus seios protege.
Então, velando-lhe o rosto,
Como o do deus, falquejado,
O sacrifício e o desgosto
Arfam no peito suado.
Outra vez dança Dàzinha
O rito do fogo breve,
A lança da guerra preta
E o pilão da escravaria:
Pavlova, com véus e dedos,
Mais fundo não dançaria.
Até que, tendo prostrado
Su'alma de anéis e fugas
Em vénia à Iá do Alaqueto,
Seu corpo de ébano fica
Definitivo e quieto.
Outra vez Xangô a abrasa
Na viração da Bahia;
O diadema do caçoilo
Em sua fronte luzia.
As negras, fechando os olhos,
Comem pavios inteiros
Acesos no seu dançar;
E então, passando o caçoilo,
Alta, nutrida de lume,
Dàzinha vem me abraçar.
Não é coisa do outro mundo
Nem convite ao mestiçar:
É o «ritual muito limpo»
(Diz Pessoa) do deitar.
Passa-me os braços nas costas,
Tremenda, digna e direita;
Duas vezes seu pescoço
Toca o meu, pra mo sagrar,
Como quando à noite deita
O seu minino a ninar:
E lá vai, mais pura ainda,
Arder, arder e dançar.
.
Oiçam agora! Não levem
Mais brancos ao candomblé!
Fechem a barra à Bahia,
Ponham Lévy-Bruhl no Index,
Queimem o Museu do Homem,
Esqueçam tudo: Pavlova
De pernas coregrafadas,
Hermes, a Antropologia,
A Psicanálise, Froboenius,
Gobineau, a Etnografia,
As religiões comparadas ...
Mas, pelo amor de Deus, não levem
Mais brancos ao candomblé!
.
Dàzinha, Xangô virada,
Sendo negra, o Fogo é!
.
.
in "Violão de Morro... e 9 Romances da Bahia"
.
.
Disse   Malcom Forbes :  o objectivo da educação é transformar uma mente vazia numa mente aberta !
.
.
22
Jul07

James Redfield # A Profecia Celestina

eva
22 de Julho de 2007
 
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Descrevia uma nova compreensão daquilo a que, durante muito tempo, se chamara «consciência mística». Nas últimas décadas do século XX, dizia, essa consciência seria divulgada como um modo de ser ao alcance de qualquer um, um caminho perfeitamente utilizável, como fora demonstrado pelos mais esotéricos praticantes de muitas religiões. Para a maioria, esse estado de consciência continuaria a ser um conceito intelectual, um mero tema de conversa e de discussão. Mas, para um número crescente de pessoas, iria tornar-se experimentalmente real: no decorrer das suas vidas, experimentariam esse estado de consciência. Mas o Manuscrito dizia ainda que esse estado de consciência era a solução para pôr termo aos conflitos humanos no mundo. E porquê? Porque, durante tais experiências místicas, iríamos receber energia de uma outra fonte, fonte de que aprenderíamos a servir-nos sempre que quiséssemos.
Parei de ler e olhei, de novo, para o jovem padre. Tinha aberto os olhos e parecia estar a fitar-me. Acenei com a cabeça, embora, àquela distância, houvesse pormenores do seu rosto que me escapavam. Para surpresa minha, acenou-me também e sorriu ao de leve. Depois, levantou-se e dirigiu-se à casa. Evitou sempre o meu olhar enquanto eu o observava a atravessar o pátio e a entrar no edifício.
Ouvi atrás de mim ruído de passos, voltei-me e vi Sanchez a sair da igreja. Sorriu ao chegar ao pé de mim.
– Foi rápido – disse ele. – Gostaria de conhecer melhor o lugar?
– Claro que gostaria – respondi. – Fale-me daqueles recantos ali, onde se sentam. – E apontei para a zona onde estivera o jovem padre.
– Vamos até lá – disse ele.
Enquanto íamos andando pelo pátio, Sanchez contou-me que a missão existia há quatrocentos anos e que fora fundada por um missionário vindo de Espanha, que achava que a maneira de converter os índios autóctones era pelo coração e não pela força das espadas. O método resultara, prosseguiu Sanchez, e esse êxito ficara a dever-se, em parte, ao facto de a missão estar isolada, o que permitira que o padre realizasse o trabalho à sua maneira.
– Continuamos a sua tradição. Continuamos a tentar olhar para dentro de nós, em busca da verdade – disse Sanchez.
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in "A Profecia Celestina"
de James Redfield
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