Pressentir o ser
emos instinto e intuição que permitem o pressentir do ser.
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emos instinto e intuição que permitem o pressentir do ser.
A ilusão de ver uma realidade que não existe.
Depois, vive-se intensamente, emocionalmente, todos esses cenários, toda essa representação.
As pessoas e as coisas são postas num palco e passam à nossa vista como um filme.
Assim como se algo atirasse poeira para os nossos olhos.
Só vemos esse pó no ar e começamos, por isso, a tratar dos nossos olhos, como se eles tivessem algum mal-estar.
Não conseguimos ver que a poeira foi lançada por outras razões que escapam à nossa compreensão.
Então, se pudermos ter a atitude certa, a atitude de correcção, faremos como num exercício e trataremos dos olhos sabendo que é só uma impressão passageira e que a razão do seu lacrimejar e mal-estar é outra.
E, mansamente, vamos procurar a outra razão - a razão primeira - como quem destapa uma caixa cheia de coisas.
Observando cada coisa vamos descobrindo a nossa realidade.
A realidade por trás das coisas vãs.
E deixamos o transtorno da ilusão para escolher uma emoção simples, como a paciência ou a compaixão.
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Pobre mulher! Pobres filhos. Ela está louca e cada vez mais vive em fantasias, em fantasias de raptos e sofrimentos.
- Pobres de todos os que estão assim e não percebem. E olha que às vezes parece que, no mundo, estão todos loucos.
- Isso é verdade, há dias que… nem te digo nem te conto…
- Enquanto vão percebendo que são fantasias ainda estão sãos – razoavelmente.
- Sim, a maioria, porém, acha normalíssimas as atitudes que tomam e até se acham no direito de serem superiores aos outros, coitados, com quem lidam.
- Resta saber quem são os verdadeiros coitados…
- Também é verdade. Tanto sofrimento que poderiam evitar se percebessem que é ilusão.
- Mas não foste tu que disseste, algures, que tudo é ilusão?
- Eu e até os cientistas já dizem isso. Os filósofos disseram-no desde tempos imemoráveis.
- Então, não há grande diferença.
- A diferença está nos momentos em que o indivíduo percebe, com lucidez, que a fantasia que vive como realidade acabou, ou, pelo menos, interrompeu.
- Ahh! Deve ser como sonhar acordado e sentirmo-nos no sonho.
- Repito que a questão está no tempo em que se está lúcido para perceber a fantasia ou ilusão que vai vivendo.
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Resumir, em poucas linhas, tudo o que alguém representa para nós é tarefa difícil e ingrata, porque ficam por dizer, ou escrever, coisas muito importantes.
Muitos estão sentados, em reunião de porta fechada e alguns falam.
Destes, alguns não dizem coisa com coisa e, se preciso for, na próxima ocasião desdizem-se sem qualquer problema.
E claro, neste modo de ser, ouvem-se absurdos com voz acentuada de verdades irrefutáveis.
Muitos dos presentes acreditam piamente no que ouvem dizer.
Outros, poucos, aceitam nenhuma opinião (nem a sua própria) sem a racionalizarem.
Esse processo de racionalização passa por examinar o tema segundo a lógica dos raciocínios apresentados.
Perante esse exame à bagagem cultural, logo sai a primeira eliminatória do que foi ouvido.
A seguir, examina-se o tema pela comparação positiva ou de aceitação, e pela negativa ou de contradição, com a cultura adquirida até aí pelo indivíduo.
Processa-se assim a segunda eliminatória.
Seguidamente o tema vai passando sucessivamente por diversos crivos de razão e de sentimentos em conformidade com o nível mental do indivíduo para, finalmente, chegarem às últimas eliminatórias analíticas.
O que restou do tema é assimilado como verdadeiro pelo indivíduo, independentemente de quem o disse.
As fisionomias das pessoas reunidas naquela sala demonstram as duas situações – a daqueles que tudo admitem sem discussão e a dos outros que tudo bem pensam e repensam.
Entretanto os oradores encerraram a reunião satisfeitos consigo mesmos.
- E afinal, para o que era essa reunião?
- Falar e convencer outros do que dizem, foi o que me pareceu.
- E convenceram?
- Nem por isso, mas eles mesmos não perceberam as reacções que provocaram.
- E conseguiram resumir a carreira de alguém?
- Isso é tarefa improvável para qualquer um, mas fica a vontade de tentar.
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Disse Molière: Um tolo que não diz palavra não se distingue de um sábio que se cala !
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Hoje lembrei-me duma composição conhecida pelo nome de “O Voo do Moscardo” e à qual associo as vicissitudes da vida.
Melhoramos – às vezes… talvez, outras… talvez não.
E tudo volta ao mesmo, numa espécie de círculo, ou de círculo em círculo, ou por círculos concêntricos.
- A vida, para mim, é uma linha recta em tons de verde.
- Em tons de verde? Ohh! Deixa-me adivinhar! Porque ligada à natureza! Certo?
- Pois! Eu continuo a achar os tais círculos relacionados.
- Mas isso provoca um efeito de remoinho.
- Pois então os círculos ora estão com o centro para baixo se nos deixamos deprimir, ora para cima se nos harmonizarmos com tudo na vida. Tentando desvalorizar o desagradável e manter a paciência que nos ajuda a pensar com optimismo e evitar o desgaste excessivo das nossas energias.
- Sobretudo por aquilo que nos desequilibra.
- Tudo tem uma razão de ser e, se não a percebemos, devemos usar a lucidez de esperar com humildade o esclarecimento e usar as experiências passadas como estruturas para suportar males maiores.
- Dizem que nada há que dure sempre… nem mal que perdure…
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Diz a sabedoria popular : Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe !
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