s corredores a princípio são escuros, mas se nos afoitarmos e munirmos de uma luz, um archote que ilumine o nosso caminhar chegamos confortavelmente ao nosso destino, sem sequer tropeçar.
Depois de percorrer metade da extensão de alguns corredores começa a vislumbrar-se uma luz ténue.
É pela perseverança que chegamos ao fim e damos de caras com uma luz tão esplendorosa quanto forte, que nos leva a fechar os olhos de imediato.
Timidamente recomeçamos a olhar e observar em redor. Observamos então um lago branco.
- Branco?
- Sim, branco. Esquisito?
- Muito. Nunca vi, ou seria branco pela impressão da água rasa?
- Não sei porque não se via água nenhuma, mas vapores e no meio deles desenhava-se uma passagem com chão de ferro. Aliás uma armação lindíssima, como as de ferro trabalhado. A questão é que esta passagem não tinha a cor do ferro, mas tal parecia pela sua consistência.
- Era de que cor?
- Era dourado e podia pisar-se com segurança para passar ao outro lado. Depois seguíamos até encontrar pleno céu aberto e um dia cheio de Sol, com todo o calor que irradia em dias quentes. Uma brisa acordava-nos da aventura e, à vista, desenhava-se agora uma enorme construção em pedra, com arcos, ogivas e chão todo em pedra trabalhada linearmente, portanto em formas rectilíneas.
- Era belo?
- Era lindíssimo e constituía o nosso refúgio naquelas alturas, porque estávamos no cimo de um monte, com uma paisagem deslumbrante de céu e mar muito azuis.
- E depois?
- Depois regressámos às nossas vidinhas, com a esperança de poder fazê-las brilhar de modo parecido – em arte, fortaleza, espaço, arejamento e beleza brilhante… mas com a consciência que será muito difícil.
- Mas não impossível?
- Pois, impossível não, apenas muito difícil!