A cada um a sua medida
Nunca tinha visto os pés assim, ao contrário. Os dedos são gordos e muito redondinhos. As unhas estão muito bem aparadas e perfaziam o resto do desenho.
Nesta óptica, os pés eram… humm… bem… eram diferentes.
Afinal, todo o peso do corpo assenta neles – pobres coitados – e a maior parte das pessoas nem um olhar lhes dirige, apesar de serem bonitos.
- Se começássemos a ver o corpo a partir dos pés…
- Se calhar, todos encontrávamos coisas nunca vistas!
- Ah Ah! No mínimo!
- Vamos hoje à feira?
- Aí está outra coisa que deve ser engraçada ver de baixo para cima.
- O ano passado até telemóveis se perderam nos solavancos dos carrinhos, aviões, rodas, etc., das diversões.
- Pudera! Com tanta volta e reviravolta…
- Sabias que nalguns casos nem deixam levar os chinelos para as viagens?
- Não, mas tem jeito de ser, sim senhor!
- Tudo aquilo é uma confusão e até uma aflição para mim, que nem tento ir naquelas voltas.
- Também é mais confuso para quem fica a olhar. Lá, apertados com os cintos não parece tão perigoso.
- Para mim, são riscos desnecessários e não são, de todo, brincadeira.
- Mas outros gostam do risco, da velocidade e das emoções que conseguem sentir com tudo isso e, ainda, com a vantagem de estar junto dos amigos.
- Pois, para cada um a sua medida.
.
.
Imagem retirada da net
Disse Pe. António Vieira: Das obras grandes ou pequenas, das acções generosas ou vis, cada um traz na própria cabeça a verdadeira medida !
.
.