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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

24
Abr09

Paciências

eva

Toca o telefone mas quem está a conduzir não deve atender enquanto não instalar o sistema mãos-livres.
E afinal até era importante, mas pronto, já passou a oportunidade. Paciência!
- Onde a foste buscar?
- O quê ou quem?
- À paciência!
- Estou a reeducar-me e essa era uma falha grave.
- Já não é?
- Ahh! Enfim, vai sendo menos falha e mais progresso, mas acho que ninguém nota… Agora, estou a tentar focar as luzes. Ora são amarelas, ora brancas, ora castanhas. Vão rodopiando até se instalarem nos lugares certos. Desses pontos lançam brilhos em círculos ou rectas.
- Grande coisa! São lasers.
- Não são, não. E por isso é que são diferentes, sobretudo quando iluminam as pessoas.
- Oh!
- Oh, não! Não percebes que as iluminam por fora e por dentro. Ficam, digamos, transparentes.
- Isso não é possível.
- Ai é, sim senhor. Lá porque não as percebes…
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Imagem retirada da net

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Disse  Ortega y Gasset:  Surpreender-se, estranhar, é começar a entender !
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23
Fev09

Aprendizagem

eva

Um mar enorme à frente. Ou seja, um oceano!
A água entretanto abre, como se fosse uma porta, e no meio do azul cinza aquático, a dita porta abre um corredor largo e róseo – ou rosa com pinceladas azuis claras – e vamos, então, por aí.
Esse corredor leva à superfície onde as gaivotas passam e vão-nos içando a todos. Na viagem, pelos ares, em céu bem azul, as gaivotas são agora águias amistosas.
Cuidado que elas são carnívoras – diz alguém. Mas elas olham de modo meigo e confiamos nelas.
O seu voo é longínquo e quando chegámos, a aterragem foi à moda dos aviões nas pistas de aeroporto.
Estão outros à nossa espera para nos dar as boas vindas e guiar imediatamente para o vale do curso.
Outros mais estão sentados de pernas cruzadas, ou conforme podem. Encontramos alguns conhecidos e lá ficámos.
Estávamos num vale rodeado por serranias, de forma quase redonda, de terra vermelha e seca, como num deserto.
A vegetação é pouca mas há, logo ali, um lago lindíssimo.
- E, afinal, todos brilhámos iluminados pela luz do Sol poente, ou dos ensinamentos que iam sendo assimilados.

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Imagem da National Geographic
Imagem retirada da net

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Disse  Ortega y Gasset:  Sem missão não há homem !

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20
Fev09

Uma gota no oceano

eva

Muitos rostos ansiosos se mostravam e muitos outros, numa multidão, esperavam quietos que alguém aparecesse junto da fileira cerrada de guardas.
Ela veio com um panelão de sopa – legumes cortados como caldo verde fino e ovos escalfados.
Ele trazia do seu pão e uma faca para o ir cortando em fatias.
Mas observando a multidão, cada vez maior, perceberam que os ovos seriam só para as crianças e os mais debilitados e que o pão seria em fatias mais finas, ou em pequenas porções, para chegar para todos.
Muito ordeiramente, da multidão, foram pegando na tigela e na fatia que lhes cabia em sorte.
Chegaram então outros junto aos guardas – uma que tem uma quinta trouxe mais ovos, outro mais legumes, outro chouriço e outra massa. Enfim, até parecia uma sopa-de-pedra e os ovos, agora, já davam para todos.
Para os que estavam mais longe arranjavam-se sandes com o pão e os ovos.
Para os que vinham em farrapos, ou até em tronco nu, arranjaram xailes de lã fina e macia.
Havia consolação em quem se alimentava e em quem dava do que tinha.
A felicidade pode ser por coisas tão simples como apenas as necessárias para sobreviver.

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Mestre de Alkmaar - Alimentando os famintos
Imagem retirada da net

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Disse  Ortega y Gasset:  Pouco se pode esperar de alguém que só se esforça quando tem a certeza de vir a ser recompensado !
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05
Fev09

Medida justa

eva
Às vezes queremos tanto fazer bem e ajudar… e só erramos.
Outros, sem querer, ou pensar sequer, acertam e benfazejos se tornam.
Que dizer? Pois é assim! Se é conveniente pensar e reflectir também é conveniente não ficar a pensar mais do que seja sensato.
Para tudo há sempre uma medida justa.
Se damos muito carinho e não damos lugar à necessária independência…
Ou se não damos muito carinho e cedemos lugar à personalidade independente e fechada…
Ou se exigimos em demasia e a resposta é desistência ou arrogância…
Ou ainda, se não exigimos e nasce o relaxe ou a despreocupação desrespeitosa…
- Será assim?
- Na maior parte das vezes é, mesmo, uma dessas situações referidas.
- Mas cada um percebe a vida e o mundo segundo os próprios elementos conjunturais. E o meio em que o indivíduo se desenvolve tem uma importância capital.
- Tem importância como os outros elementos. E todos os passos são úteis. Ano após ano, todos nos vamos transformando sempre, sem cessar.
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Gregory Colbert
Imagem retirada da net
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Disse  Ortega y Gasset:  Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa, mas não as suas consequências !

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03
Jan09

Memórias

eva

Corredores e corredores. E corredores e mais corredores.
Seguiram juntos formando um bloco compacto.
Os cortinados esvoaçavam das portas abertas.
A luminosidade era verde-esmeralda e muito agradável.
Os corredores, se bem que longos, eram fáceis e agradáveis de percorrer.
De repente o grupo abranda e acaba por parar.
A pessoa que está no meio chora, chora copiosamente.
Os outros tentam perceber o que é para ajudar. Nada, só chora…
Redobram os cuidados porque mesmo sem falarem, todos percebem que aquela formatura e aquele sítio lhe lembrava algo muito antigo e recordações muito penosas.
Vão tentando explicar que já tinha acontecido a todos algo semelhante e que essas lembranças eram simplesmente para isso mesmo – lembrar.
Tão-somente lembrar no sentido contrário ao esquecer.
Não era para ficar a chorar-se, nem sequer para reconstruir as lembranças.
Era para lembrar e não mais fazer os erros de outrora.
Erros e situações dramáticas eram para não ser repetidas, nem sequer por lembrança reconstituída.
Deveria fazer das lembranças uns marcos de informação – boa ou má – mas simplesmente sinais.
- Isso deve ser difícil e muito mais fácil dizer que fazer.
- Pois, sem dúvida. Mas o caminho de cada um faz-se a caminhar, não a ficar parado.

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Imagem retirada da net

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Disse  Ortega y Gasset:  O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos. O verdadeiro tesouro do homem são os seus erros, a larga experiência vital decantada por milénios, gota a gota !
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03
Mai08

Lilases

eva
Lilás, para uns mais cor-de-rosa e, para outros, mais roxo.
É conforme a interpretação mais alegre ou mais entristecida.
Lembro uma casa que tinha imensos lilases e como dava para a rua, a pouca altura, os que passavam podiam alcançá-los e cheirar-lhes o perfume uns passos antes de passar pelo murete.
A casa era de um casal muito simpático e alegre, já de meia-idade. Depois deles, a casa foi transformada num "caixote" de marquises e os lilases desapareceram.
Mas ficou em mim a lembrança de todos aqueles lilases, como que a debruçarem-se sobre a rua.
Como também ficam na lembrança as coisas boas – os nossos registos de vida que só nós podemos alterar porque, afinal, é da nossa vida que se trata.
Como a lembrança de pedras brilhantes e preciosas quando alcançamos a benesse de nos serem dadas por quem tem essa função.
Como a lembrança de portões quando somos autorizados a transpô-los.
Como a lembrança dos nossos esforços, muitas vezes sobre-humanos, para conseguir alguma dignidade moral e espiritual que nos eleve às nuvens do celeste céu.
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Imagem retirada da net
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Disse  Ortega y Gasset :  O homem é o homem e a sua circunstância !
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14
Abr08

O que interessa

eva
Caprichos e gente caprichosa, sem vontade de esperar por tudo aquilo que quer.
Estão habituados e gostam de ter o que decidem ter, porque sim.
Sem razões a não ser o seu bem-querer, ainda que, por acaso, seja também para a família.
E os custos para conseguir o que querem não interessam, e menos ainda os meios. O que interessa é satisfazer os caprichos.
Primeiro, são pessoas simpáticas a toda a gente.
Depois, começa a notar-se a pressão que fazem e muitos, mais sensíveis e previdentes, afastam-se com receio que vejam neles algo a cobiçar.
Aos caprichosos todos cumprimentam mas quase ninguém lhes atura as manias que, não tarda, são quase histerias.
As suas fantasias transtornam as pessoas de bem que têm de lidar com eles.
Como sempre, tudo tem um princípio e um fim. E todo o erro "aproveitado", pode servir para a melhor transformação moral do indivíduo.
- Acabou... finalmente! Estava com tanta fome que tinha vergonha dos ruídos do meu estômago. Vamos comer ao bar?
- Ao bar, agora? Nem penses! Vamos ao café ali em frente!
- Vamos? Eu fico já aqui! Tem boa comida e é barato!
- Mas o café é mais "in"!
- E eu com isso? Boa comida e barato, tal e qual o que eu preciso!
- Bem... se calhar... todos somos ainda algo caprichosos!
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Imagem retirada da net

The Simpsons, caricatura e modelo

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Disse 
Ortega y Gasset :  quem não pode o que quer, que queira o que pode !
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