Paciências
Toca o telefone mas quem está a conduzir não deve atender enquanto não instalar o sistema mãos-livres.
E afinal até era importante, mas pronto, já passou a oportunidade. Paciência!
- Onde a foste buscar?
- O quê ou quem?
- À paciência!
- Estou a reeducar-me e essa era uma falha grave.
- Já não é?
- Ahh! Enfim, vai sendo menos falha e mais progresso, mas acho que ninguém nota… Agora, estou a tentar focar as luzes. Ora são amarelas, ora brancas, ora castanhas. Vão rodopiando até se instalarem nos lugares certos. Desses pontos lançam brilhos em círculos ou rectas.
- Grande coisa! São lasers.
- Não são, não. E por isso é que são diferentes, sobretudo quando iluminam as pessoas.
- Oh!
- Oh, não! Não percebes que as iluminam por fora e por dentro. Ficam, digamos, transparentes.
- Isso não é possível.
- Ai é, sim senhor. Lá porque não as percebes…
.
. .
.
Disse Ortega y Gasset: Surpreender-se, estranhar, é começar a entender !
.
.