Dias do avesso
- lha ali, o remoinho de folhas secas no chão…
- Donde virá o vento? - não se sente aragem sequer.
- Não sei, mas deixa poeira, ó se deixa!
- Olha os meninos, será melhor tirá-los já dali.
- Já estão! Sorte eu estar mesmo ali.
- Agora o tempo é mesmo assim, num minuto está do avesso.
- Hoje também me sinto do avesso. Quero fazer uma coisa e nem a faço nem a substituo por outra melhor. Nada!
- Parecem dias de negação. Enfim, outros melhores virão. Pelo menos os poetas advertem disso.
- Os poetas?!
- Sim, há versos e versos sobre isto.
- Isto?
- Ai ai! Isto de dias do avesso, a gente a querer fazer bem e não fazer nada…
- Humm… eu sempre lhe chamei preguiça, mais nada. Sem poema algum nisso.
- Pronto, já estou decidida!
- Decidida a quê?
- A ir para casa descansar no sofá. Que mais querias que fosse?
- Eu…? Além da dita preguiça atuante, nem sei que te diga, isso sim!
- Então, são opiniões. Adeus.