Que utilidade tem isso?
- ue estás aqui a fazer, tão quieto?
- Estou!
- Estás doente? Sentes-te mal ou simplesmente estás à espera?
- Nada, não. Estou!
- Mas… estás o quê?
- Estou – simplesmente!
- Humm… poderias ter a fineza de me elucidar?
- Porquê?
- Porque estou curiosa.
- Não estás preocupada?
- Apenas curiosa, se consegues falar, resmungar… estás bom de saúde, então posso ficar só curiosa que não fará diferença ao teu estado.
- Humm… ok!
- E…?
- Estou aqui a observar tudo à minha volta e a pensar, só para mim, o que isto tudo quererá dizer.
- Que utilidade tem isso?
- Para mim é a possibilidade de deslindar porque faço tanta coisa maquinalmente.
- Fantástico! Consegues isso simplesmente com a observação dos outros?
- Pois é isso mesmo. Por eles revejo os meus atos, até os meus pensamentos. É incrível como somos educados pela sociedade, muito mais que pela família.
- Isso é para quem assim segue padrões de vida aceitando-os, simplesmente. Outros há que os racionalizam e os seguem porque concordam com eles.
- Assim como aquelas declarações contratuais que ninguém lê mas assina para poder seguir adiante com o seu trabalho, sem mais empecilhos.
- E que muitas vezes está certo e outras tantas se arrepende… É útil compreender, dar importância ao racionalizar e ao intuir simultaneamente.
- Humm… pronto, vamos embora, já não faço mais nada aqui, agora.