omos fazer compras, das baratinhas mas necessárias.
Bem… não exactamente necessárias, digamos utilitárias.
Gera-se alguma confusão entre estes dois termos, sobretudo se vão servir de razão, ou desculpa, para algo.
Além de que compras são compras e de vez em quando dão uma sensação boa, quando se compra a gosto e não por ser preciso, irremediavelmente.
E, tantas vezes até, esse irremediável não é necessário.
Fomos integrando um mundo de comodidade e higiene que deu lugar a um mundo de gostos e caprichos, por vezes até a um mundo de sentimentos concorrenciais com os amigos.
Necessário – preciso… talvez não… nada mesmo...
Enfim, olhando para a situação de outros que não têm outro remédio senão suportar a falta de condições, ou para aqueles que as escolhem como seu meio de vida para ajudar alguém, obtemos uma noção mais ajustada das nossas necessidades.
- Essas desgraças todas a mim só me dá para sair a correr e mostrar a mim mesma que não estou naquela situação.
- A maioria de nós é assim que reage e depois vai comprando um monte de coisas para o pó, ou para mostrar à vizinhança, à chefia, aos amigos…
- Então – isso tudo é o que somos!
- Se há dinheiro para essa representação, o dinheiro é para ser aplicado e cada um escolhe em quê. O problema surge quando nem dinheiro há para esse jogo de representações, um jogo que não conduz a nada a não ser à ilusão de si e à bancarrota familiar.
- Ai! Tanto exagero! Só fui comprar uns puffs – lindos, por sinal!