Tarefa
aquele par ali, ela esbraceja e fala sem parar. Ele parece meio enfadado e meio adormecido no ritmo algo abrupto que ela gera com o timbre da voz nas palavras bruscas que profere…
Aquele outro par, acolá, é ele quem se enerva com a política e as actualidades desportivas. Ela vai dando a sua atenção de modo quase obsessivo às crianças…
Este par aqui está em absoluto silêncio.
- Estão a dormir?
- Ah! Não, não! Estão simplesmente calados…
- Conclusão?
- Nenhuma! Cada um vive, ou sobrevive, no dia-a-dia conforme lhe dá jeito. Há quem seja surdo e quem o pareça. Há quem oiça o que se diz e pretenda entender o que ainda não se disse.
- E há os que se divertem com tudo isso…
- Exactamente! Todos nos procuramos equilibrar entre o que gostamos, o que queremos e o que podemos fazer com as limitações físicas e psíquicas que temos.
- Bem, nós também promovemos as limitações que temos, com que sofremos, assim como somos capazes de promover as libertações dessas mesmas.
- Ou seja, queres dizer que está em nós a mudança para melhoria de nosso bem-estar.
- E que tal tarefa é enormíssima e dificílima… mas vale a pena!