- oje é dia de Reis, o dia que deixaram de festejar como feriado no calendário e, por coincidência, precisamente o dia que refere os festejos de Reis que se sensibilizaram à chegada de Jesus, como ser iluminado e um ser humano, e ao significado dessa vida para a humanidade.
- A vida tem coisas… Olha, ali vai aquela…
- Quem? Qual?
- Aquela que anda sempre a contar a vida dos outros, e a sua também, a toda a gente.
- Se calhar é o seu modo de relaxar, assim, dos problemas.
- Pois, mas também arranja outros. Não que faça intrigas, mas ao contar a vida dos outros está a dar a conhecer o que é para ser íntimo.
- Íntimo no recesso do lar, é isso?
- Pois é isso mesmo. O que é de família é para ficar na família a que diz respeito, não é para se difundir pelo resto da família, nem pelos estranhos. Não estamos a referir os casos de violência, em qualquer tipo das suas manifestações, é claro. Porque nesses casos, a atitude benéfica é exactamente ao contrário – é dizer a toda a gente, a instituições, ao público em geral, etc.
- Mas nem toda a gente pensa assim, a maior parte gosta, e muito, de falar dos outros e de tudo o que sabe. Como falar de si, geralmente, é pouca coisa, fala então da vida dos outros porque é um tema que vai tendo sempre adeptos.
- Adeptos da bisbilhotice!
- Bem, às vezes o que acontece aos outros poderá já não acontecer connosco, se virmos os efeitos de determinadas atitudes e soubermos aprender com isso.
- Ora aí está algo de útil, além de que esses referidos talvez possam desanuviar enquanto contam a sua vida – tipo consulta a psicanalista, completamente grátis e sem esperar, exactamente na hora oportuna que lhes convém falar.
- Então, tudo pode ser útil se soubermos aprender…
- Por falar em aprender, já te disse que vou combinar uma explicação para as disciplinas que não entendo tão facilmente?