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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

24
Out12

Nunca é tarde

eva

- i, ai, ai!

- Que foi?

- Foi - que vou embora!

- P’ra onde, pode saber-se?

- Vou embora e pronto, ora!

- Ok…

- Só isso?

- Não disseste que ias embora e - pronto?!

- Sim, sim, mas esperava alguma coisa mais, como por exemplo: que não conseguias viver sem mim… sei lá… algo assim.

- Ah! Como nos filmes e novelas?

- Pois… talvez, sei lá!

- Bom, não sabes lá muito, não! Aconselho a que olhes bem à tua volta e entendas todo o bem que tens. Tens casa, roupa e cama lavada, comida fresca na mesa, tudo limpo à tua volta…

- Mas estou só… sem conversas… sem ninguém para falar de…

- Mas do quê queres tu falar agora, se nunca diriges a palavra a ninguém durante as visitas que tens, e que vão sendo cada vez mais distantes, lá isso…

- Vês…?! É mesmo disso que falo.

- Mas tu é que forçaste a esse isolamento. Todos se quiseram aproximar, convidaram para jogares, conversares, que sei eu mais o quê…!

- Eu não gostei de nada, apenas queria estar só. Essas conversas não me interessavam.

- Olha, sabes que mais?! Temos que conseguir entender os outros, as suas preocupações, fraquezas e boas intenções. Dessa compreensão nasce harmonia, companhia e carinho, dedicação ao próximo…

- Será, será!

- Mas não será tarde para tentares agora tu aproximares-te dos outros…

14
Jul10

Burocracia e sobrevivência

eva

eclarações, finanças e financeiros, advogados e tácticas, enfim, técnicas administrativas.

Quem vive em sociedade tem que sobreviver nesse mundo burocrático sob pena de nem isso conseguir – a sobrevivência.

Muitos, cada vez mais, votam pelo isolamento do que não conseguem compreender, do que não conseguem tratar, do desespero que, de repente, assola suas vidas.

A par disto tudo há pessoas caridosas que dão horas do seu saber burocrático em consultas gratuitas em gabinetes públicos regionais ou locais, juntas de freguesia, aqui e além. Também há linhas de acesso público, mas aí não é possível a consulta, apenas a descrição dos documentos que, precisamente, são a causa da perturbação pessoal e individual.

Resumindo a questão, apesar das ajudas, a ignorância dos problemas e da burocracia inerente é tal para o cidadão comum que este nem consegue entender o que está errado.

Outros casos há de indivíduos com pouca instrução, mas vivaços nestes assuntos, que conseguem passar entre os pingos da chuva da pesada máquina administrativa e parecem ir gozando com a honestidade de todos os que cruzam o seu caminho.

Por estes modos se regem as democracias, ou coisas do povo…

Não se desamparem, nem obscureçam ou desesperem, os indivíduos e famílias pois tudo pode ser entendível e a cada dia nasce novamente o Sol, a cada dia aporta uma oportunidade propícia a cada resolução.

A cada dia surge um novo entendimento, a cada dia renascem as consciências sociais e de si mesmo.

O amanhã é sempre um novo dia – em toda a acepção da palavra.

 

30
Mai10

Trabalhar

eva

- stou sozinho!

- Não estás nada, que ideia maluca é essa?

- Sinto-me isolado…

- Isso é porque não falas, não explicas o que queres e nós não sabemos como dividir o trabalho e fazer a nossa parte. Aliás a falta de diálogo é tal que nem sabemos se temos realmente algum trabalho e que parte é essa que deveríamos trabalhar. Tu entras, sentas-te e trabalhas por ti e por nós todos. Depois, meio morto de cansaço, sais e vais descansar, para repetir tudo igual no dia a seguir.

- Pois se vocês não fazem nada, só falam e tomam café, etc. e tal.

- Adivinha porquê! Se ouviste o que se disse ainda agora…

- Não ouvi nada, vocês falam e falam e não dizem nem fazem nada… pelo menos, que se veja…

- Acho que continuamos num diálogo de surdos. Bem, a escolha é tua, se quiseres dividir o trabalho estamos a teu lado com todo o gosto. Senão, trabalha sozinho. Uma coisa é certa – isso é mais simples. Mas não é a mesma coisa!

- … Oh! Poderiam ajudar-me a ultrapassar este meu modo de ser?

- Estamos aqui!

 

11
Jan10

Piqueniques

eva

qui está um bom sítio para ficarmos e comermos qualquer coisa.

Antigamente chamava-se a isto fazer um piquenique. Reuniam-se famílias e amigos com frequência, levavam algo para comer e depois sentavam-se todos, conforme podiam, partilhando da mesma mesa, que é como quem diz da mesma toalha no chão e da comida entre todos e as conversas lá se iam formando.
As crianças depois iam correr livremente e brincar. Os jovens começavam muitos namoros e outros refugiavam-se para namoriscar mais à vontade. Os mais velhos ficavam por ali, dividindo-se em grupos de homens e de mulheres.
Foram hábitos de reunião que se perderam com os tempos…
- Com os dias, porque isso não tem muitos anos…
- Talvez, mas para mim é quase uma vida. Só me lembro disto enquanto era miúda. Depois, não sei porquê, nunca mais aconteceram estes piqueniques.
- Agora, digo, presentemente também os há mas formalizados em passeios de empresas e coisas assim, de maior envergadura do que esses piqueniques familiares.
- E são apreciados?
- Alguns são, outros nem por isso. Também precisam de animadores culturais e afins, senão as pessoas não se descontraem nem relaxam nestes passeios.
- Esquisito isso…
- São novos hábitos de isolamento entre as pessoas e as tarefas, do seu modo de trabalhar. Enfim, novos hábitos sem dúvida, em que a natureza não faz parte integrante do ambiente.
- Pois… talvez…
 

 

21
Set09

Mundovisão

eva

- Ora cá estamos nós no cafezinho e na conversa…
- Para quem pode, pois!
- Para quem pode e para quem quer, porque muitos há que não querem sequer sair de casa.
- E outros há que não querem conviver, preferem estar sozinhos e isolados.
- Isolado não está ninguém, e sozinho menos ainda. Estão com os seus pensares e seus pensamentos.
- Queres dizer a capacidade, melhor ou pior, de formular pensamentos e depois vivê-los…
- Isso é assim mais ou menos. Porque o modo de formular os pensamentos tem a ver com a capacidade de ver o mundo e de o interpretar com mais ou menos compreensão, paciência e, porque não dizê-lo, mais ou menos carinhosamente. Porque a melhor maneira, a mais construtiva, de encarar o que nos rodeia e acontece é encarar tudo pela óptica do maravilhoso. É compreender os que ainda não conseguem e os que já conseguem ser mais dignos de si mesmos. É amar os menos evoluídos espiritualmente com toda a nossa compaixão e compreensão de que um dia serão melhores, e os mais evoluídos que nos dão o ânimo que necessitamos, às vezes uma necessidade igual ao ar para respirar.
- Mesmo quando só a presença ou aproximação nos irrita ou apavora?
- Mesmo nessas situações dramáticas se conseguirmos pressentir o maravilhoso em nós, conseguimos relevar todas as situações. E os dias serão muito mais fáceis de ultrapassar.

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Fotograma de As Crónicas de Nárnia: O Príncipe Caspian
Imagem retirada da net
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Disse  André Breton:  Digamo-lo claramente de uma vez por todas: o maravilhoso é sempre belo !
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05
Jun09

Compreensão e altruísmo

eva

Vejo coisas feias e outras lindas. Sinto coisas desagradáveis e outras maravilhosas. Que fazer para escolher um nível e ficar por aí?
- Aí está uma questão difícil, mas não impossível.
- E mais, como fazer para ser entendido nas coisas que digo?
- Esse acrescento é também um aumento de dificuldade.
- A questão que se põe é para evitar um bloqueio ou, se quisermos dizer de outro modo, para evitar o isolamento que não leva a nada de útil.
- Pois não, pelo contrário, o isolamento acaba por ser a porta aberta para todo o tipo de fuga à realidade e promover ainda mais o orgulho do ser. Um ser que começa a entender o lixo como a maravilha que o rodeia. Um ser que se tumultua por querer ser rapidamente melhor e que já se considera melhor que tudo em redor de si. Um ser que se melindra porque está super-sensível no seu sentir. Porque está abrindo todos os poros a uma nova dimensão de vida. E quando olha em redor não pressente, nem sente, essa compreensão. Tem, então, tendência para se fechar ao contágio do tal exterior a ele próprio. Há que puxar pela coragem, pela humildade e avançar. Quem percebe melhor é quem melhor pode compreender os que se situam na generalidade do mundo. Compreender isso é caridade, é ampliar o amor fraterno. É explicar e entender também que a sua explicação pode não ter sentido para os outros. É compreender sem pretender ser compreendido, é amar sem pretender ser amado – como diz a Oração da Paz.
- Oh! É ser altruísta!

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Eliza Leahy - Solidão
Imagem retirada da net

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Disse  Eleonor L. Dolan:  Para compreendermos o valor da âncora, necessitamos enfrentar uma tempestade !
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23
Mar09

A serpente

eva

Uma cobra, aliás, uma serpente jovem e da espécie capelo, está ali, calmamente a observar-nos.
O areal está dourado pela luz do sol e a escaldar, pois estamos nas horas quentes do meio do dia.
Ela continua ali, em todo o esplendor da sua figura.
Parece uma estátua, dourada também, em virtude da luz.
Faz recordar as ilustrações dos templos e palácios da Antiguidade.
A seguir cola-se um rosto, um lugar…
Deu arrepios mas, sensatamente, todos respiramos profundamente para impedir os medos.
Ele, então, vira-se e vai embora.
Ficámos sós mais uma vez, num isolamento forçado.
- Forçado pela serpente?
- Não, forçado por nós mesmos. Digo isolamento de nós contra nós, pela nossa falta de acção.
- Então e a serpente?
- A serpente é paisagem. Não a vês ali representada?
- Ohh! É um anúncio!

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Imagem de "O Principezinho"
Imagem retirada da net

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Disse  Marie Curie:  Nada na vida é para ser temido, é sim para ser entendido !

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18
Out08

SER

eva

Árvores de copas pontiagudas erguem-se para o céu.
Elas ladeiam, em cercadura, toda uma casa e jardins.
É um isolamento, é uma defesa da casa – enfim, a interpretação depende de cada um e da sua disposição em cada dia.
O problema do isolamento não é só o isolamento físico ou palpável, mas o isolamento dos habitantes da casa ou, se quisermos, em si mesmos.
Não é, também, do individualismo que se fala aqui.
Porque esse simboliza as características pessoais e a sua, maior ou menor, independência em relação aos outros e ao mundo em redor.
Fala-se agora do isolamento por solidão interior.
E isolamento também é diferente de solidão.
O isolamento pressupõe sentir-se uma ilha.
A solidão tanto é de silêncio interior como de separação dos outros.
O isolamento pode ser de pessoas, como pode ser de coisas.
A solidão está em si mesmo, no seu vazio.
Esse vazio pode ser condição necessária para se tornar reconstrutivo de si mesmo – com calma e paciência.
Pode ser o silêncio necessário para bem pensar sobre si mesmo.
Ou pode ser o vazio que aniquila.
Tanta dualidade no ser, tanta diferença necessária para o ser SER.

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Phil Bean - Abandoned Solitude
Imagem retirada da net

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Disse  Erico Veríssimo:  A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos !
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26
Set07

Harmonização

eva
- Oportunidades em cada dia que passa, todos temos e das mais variadas.
Mas a maior parte delas (senão todas) não as percebemos nem as entendemos.
Às vezes, passados dias, ou meses, lembramos que já estivemos antes naquela situação, mas não lhe demos tal interpretação.
- Ah, ah! A isso chama-se falta de perspicácia!
- Pois… mas também pode ser distracção de si mesmo! Ser daqueles que não procura nada para si a não ser passar pelos dias da sua vida, o mais feliz possível.
- Mas depois queixam-se que outros lhe passaram à frente…
- Não há só oportunidades mundanas. Também há oportunidades morais! De acerto de pensamentos salutares em si mesmo, na confiança das suas capacidades e na esperança nas boas capacidades dos outros.
- Ihhh, o que para aí vai…
- Pois, mas é mais saudável pensar bem dos outros e de si. Se não se conseguir acreditar que os que nos rodeiam têm mérito, então a vida é um beco sem saída que só tem isolamento e angústia.
- É o estar só no meio da multidão, do poeta!
- E essa solidão só tem bom resultado se servir para pensar e decidir que mais vale estar em harmonia do que julgar-se único na sociedade.
Porque ninguém detém a verdade total (ou pura) de nada. Tudo é relativo, tudo está em contínua e permanente mudança.
Por isso, e na maior parte das vezes, é suficiente e necessário estar em harmonia mais do que estar certo, desde que prevaleçam os valores morais entre todos. 
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Renoir
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