(Não) Gostar de si mesmo
- h, tu! Olha! Estamos parvos ou quê?! Mas o que é isto, senhores? Ai, ai!
…
- Que pensas tu daquilo tudo?
- Que as pessoas vivem com demasiada emoção superficial o dia-a-dia e depois, um dia, deparam-se consigo mesmas e não gostam.
- Não gostam?
- Se não chegaram ao topo que queriam atingir ou se não estão no modo que tentaram estar na vida – não gostam nem de si mesmos, nem de tudo e todos os que lhe puderam causar algum transtorno para atingir o que queriam, ou ambicionaram.
- Isso acontece lá para a meia-idade, não é?
- Para alguns sim, para outros isso sucede logo na juventude, e noutros ainda mesmo em crianças. As exigências sociais que sentem são tantas e tão variadas que depressa podem ficar recalcadas e só emergirem mais tarde.
- Mas acontece o quê, ao certo?
- Acontece como que uma dupla personalidade naquele indivíduo tão compenetrado e certinho social e profissionalmente. Então, nada mais estará certo nos lugares mentais por ele instituídos e onde melhor lidava com eles. O mundo fica, digamos, às avessas. O que estava certo não parece mais estar, e o mais incerto ou o impensável de fazer passa a ser feito como rotina.
- Isso causa o quê?
- Causa, principalmente, os mais variados transtornos familiares, assim como alterações na forma de trabalhar e no relacionamento com os colegas. Enfim o que a vida parecia até aí fica…
- De pantanas, é o que é – fica de pantanas!