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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

22
Out11

Evolução contínua

eva

oje

Tu e eu

Mais os filhos

Mais os pais

Mais os amigos e os outros

Hoje

Todos formamos nossos agrupamentos

Os pais que primeiro o fizeram

Os filhos que já vão formando as suas famílias

Tudo continua

As gentes mudam

Os percursos são semelhantes

O planeta continua o seu percurso

Os lagos, os mares, terras e céus, e as nuvens

Continuam

A paisagem muda a cada estação

E continua

Tudo segue

Nós todos também

As formas diferem

O espírito é o mesmo

Em evolução contínua.

08
Fev11

Mover montanhas

eva

izemos da mente

Coisas que parecem humanizá-la

Individualizá-la

Mas ela não é uma pessoa

Contendo a personalidade

Contendo a projecção do ser

Aprisionando o espírito numa forma

Onde este não pode ser contido

Aprisionando o espírito em pensamentos

Que não podem sacrificá-lo por muito tempo

A mente sofre incrivelmente

E nesse sofrer o espírito readquire

A sua liberdade

E a mente e o corpo atingem a paz

A paz daqui e a paz dali

A paz que os ultrapassa

Em todo o tempo em todo lugar

A paz infinita e eterna.

 

08
Dez10

Natal todos os dias?

eva

- orque será que alguns pedem para ser Natal todos os dias? Não é para receber prendas constantemente, ou é?

- É um modo de dizer que é bom sentir afabilidade natalícia todo o ano, os semblantes mais radiosos, as mentes cheias de pensamentos renovados de amizade, cordialidade e geralmente novos planos ou novas ideias mais positivas…

- Nestes últimos anos… não sei…

- Mas o Natal também pode ser bem diferente disto e tornar-se um tempo de amargura por comparação entre a infelicidade que um sente comparada com a felicidade que paira no ar, geralmente nesta altura do ano.

- Pois, parece uma loucura alegre e, muitas vezes, desenfreada querendo comprar de tudo.

- Realmente muitas pessoas perdem a cabeça com as contas, outras preferem roubar a dizer que não têm para dar… Enfim, tanto pode ser uma época trágica como alegre e bem vivida junto de famílias que arranjam um tempo para estar juntas.

- Pois, pelo menos uma vez no ano fazem esse esforço e é vê-los tentar a todo o custo alternar os dias e turnos de trabalho com pequenas férias para o conseguir.

- Mas é isso mesmo a vida – um esforço constante para conseguir ser melhor e ver os outros mais felizes.

- Bem, então até eu digo que deveria ser Natal todo o ano.

- Por mim, basta que seja um Natal digno desse nome a cada ano. Já é uma variante.

- Variante boa é a de novas receitas de fritos que encontrei na net, queres ver?

- Bem, querer, querer, é querer prová-los, isso sim!

- Esse é o teu espírito de Natal para este ano?


06
Abr10

Termos relacionados

eva

eleza e estética são termos que, geralmente, andam a par ou são relacionados neste ou naquele tema de discussão.

A ética é um termo mais ambicioso e que refere tudo no mais alto grau de desenvolvimento – seja de beleza, seja de trabalho, seja de moral.

Todos estes termos integram, em si próprios, os ideais de belo e de pureza.

Seja no seu significado físico ou no seu significado mental e espiritual.

- Somos corpo e espírito, não é?

- Ou somos energia materializada em estado físico e energia espiritual, uma centelha da energia primordial.

- De uma matriz divina?

- Vem tudo incluído no mesmo significante.

- Imbuído do mesmo significado?

- Porque dás tantos termos semelhantes?

- Para me explicar, de modo a que eu mesma entenda – não se está mesmo a ver?

- O que se está mesmo a ver é o filme que vai começar.

 

14
Mar10

Olhos da alma

eva

izem que o nosso olhar é, ou pode ser visto, como o reflexo da nossa alma.

E a alma é a nossa consciência, a que vai sempre aprendendo em todas as circunstâncias, passageiras ou rotineiras, irrelevantes ou traumatizantes ou felizes, sem lembrança sequer ou de recordação imemorável.
Enfim, tudo o que vemos, ouvimos, percebemos, deixa uma impressão na memória que a traduz em termos de consciência apagada ou vívida conforme a sua utilidade a cada momento.
Por isso, coisas a que não demos a mínima importância podem vir povoar os nossos sonhos ou surgir na mente aquando algo similar, ou relacionado por qualquer forma, ocupa os nossos pensamentos.
E assim vamos tendo a compreensão da necessidade e utilidade das ideias, pensamentos e elaboração de conceitos, do intelecto, inteligência e raciocínio, da lógica e da intuição, da memória, da consciência inconsciente, subconsciente e activa, da demência, da distracção e da lucidez enquanto estados da mente ou da consciência global, digamos assim.
- Dizendo de outro modo, conforme a nossa capacidade de aprendizagem com tudo o que vivemos, irrelevante ou relevante, vamos instruindo e educando a nossa consciência. Mas isso serve para quê? Para sermos pessoas melhores e a vida será então como um tratamento clínico individual?
- Os níveis que atingimos com a nossa consciência são reflectidos no nosso espírito e assim vai evoluindo o nosso ser a nível cósmico, virtuoso e divino.
 
28
Jan10

Vivências

eva

- i!

- Oi, estás melhor hoje?
- Se estou! Dormi muito ou sonhei?
- Dormiste e com certeza sonhaste também. O que, aliás, faz parte da liberdade do espírito que todos somos. Somos um corpo finito do espírito eterno que é a nossa essência.
- Foi exactamente isso que sonhei. E que se atingirmos a fé, ou fidelidade, à energia suprema, cósmica e criadora de tudo, atingiremos o grau maior de evolução espiritual.
- Através da vivência, mas não apenas na vivência.
- Exactamente…
- Mais exactamente pela ética cada vez mais impecável.
- Impecável ou sem pecado.
- Exactamente. Hás-de explicar-me onde estiveste nos teus sonhos…
- Estive em escolas do céu, onde pensavas que tinha sido?
- Não pensei. Fui ouvindo.
- Também aprendi isso – a necessidade de ser bom ouvinte e intérprete das vozes caladas.
- Se calhar aprendeste mais a dormir que muito acordados…
- Talvez, e aprendi que há os mal acordados.
- E já que pareces melhor das febres, agora vou eu dormir.
- Também tens febre?
 
08
Fev09

Vida depois da Vida no Antigo e Novo Testamento

eva

 

1º Livro de Samuel  28, 3-17


[Aos textos do Livro de Samuel atribui-se a datação do século V a. C. (antes de Cristo)]

Samuel falecera e todo o Israel chorava a sua morte. Sepultaram-no em Ramá, sua cidade. Saul havia expulsado do país os que praticavam a adivinhação e a invocação dos mortos. Os filisteus mobilizados foram acampar em Chuném. Saul, reunindo as tropas de Israel, foi acampar em Guilboa. Ao ver o exército dos filisteus, Saul afligiu-se e teve um medo enorme. E consultou o Senhor, que não lhe respondeu, nem pelos sonhos, nem pelas sortes, nem pelos profetas. Saul disse, então, aos seus servos: «Buscai-me uma mulher que invoque os espíritos dos mortos, e eu irei consultá-la.» Responderam-lhe eles: «Há uma em En-Dor.» Saul disfarçou-se, mudou de roupa, e pôs-se a caminho com dois homens. Chegaram de noite à casa da mulher. Saul disse-lhe: «Prediz-me o futuro, invocando um morto, e faz-me aparecer quem eu te designar.» Respondeu-lhe a mulher: «Bem sabes o que fez Saul, ao eliminar os que invocavam os espíritos dos mortos e os adivinhos. Porque me armas ciladas para me matar?» Mas Saul jurou-lhe pelo Senhor, dizendo: «Por Deus, não te acontecerá mal algum.» Disse-lhe, então, a mulher: «A quem invocarei para esse assunto?» Respondeu-lhe Saul: «Faz com que me apareça Samuel.» E a mulher, tendo visto Samuel, soltou um grande grito, e disse a Saul: «Porque me enganaste? Tu és Saul!» Disse-lhe o rei: «Não temas! Que viste?» Respondeu a mulher: «Vi um espírito que subia da terra.» Saul replicou: «Qual é o seu aspecto?» Replicou: «O de um ancião envolto num manto.» Saul compreendeu que era Samuel e prostrou-se com o rosto em terra. Samuel disse a Saul: «Porque perturbaste o meu repouso, fazendo-me vir aqui?» Respondeu Saul: «Estou numa grande angústia, porque os filisteus me atacam e Deus retirou-se de mim, não me respondendo, nem pelos profetas, nem pelos sonhos. Chamei-te para que me digas o que devo fazer.» Samuel disse-lhe: «Porque me consultas, uma vez que o Senhor se retirou de ti, tornando-se teu adversário? O Senhor fez como havia anunciado pela minha boca. Ele tirará a realeza da tua mão para a dar a outro, a David.

 
Evangelho segundo S. Marcos 9, 2-6

[Ao texto do Evangelho segundo S. Marcos atribui-se a datação de cerca do ano 70]

Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim. Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam com Ele. Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» Não sabia que dizer, pois estavam assombrados.

 
Evangelho segundo S. Mateus 17, 11-13

[Ao texto do Evangelho segundo S. Mateus atribui-se a datação de cerca dos anos 80-90]

Ele respondeu:«Sim, Elias há-de vir e restabelecerá todas as coisas. Eu, porém, digo-vos: Elias já veio, e não o reconheceram; trataram-no como quiseram. Também assim hão-de fazer sofrer o Filho do Homem.» Então, os discípulos compreenderam que se referia a João Baptista. 


in “Bíblia Sagrada” da Difusora Bíblica
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Diz a  1ª Carta de Paulo aos Coríntios:  Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo; há diversos modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos !
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16
Nov08

Agostinho da Silva # Felicidade e infelicidade

eva
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Os felizes passam na vida como viajantes de trem que levassem toda a viagem dormindo; só gozam o trajecto os que se mantêm bem despertos para entender as duas coisas fundamentais do mundo: a implacabilidade, a cegueira, a inflexibilidade das leis mecânicas, que são bem as representantes do Fado, e cuja grandeza verdadeira só se pode sentir bem no desastre; é quando a catástrofe chega que a fatalidade se mede em tudo o que tem de divino, e foi pena que não fosse esta a lição essencial que tivéssemos tirado da tragédia grega; como pena foi que só tivéssemos olhado o fatalismo dos árabes pelo seu lado superficial.
Por outra parte, é igualmente na desgraça que se mede a outra grande força do mundo, a da liberdade do espírito, que permite julgar o valor moral no desastre e permite superar, pelo seu aproveitamento, o toque do fatal; não creio que Prometeu estivesse alguma vez verdadeiramente encadeado: talvez o estivesse antes ou depois da prisão; mas era realmente um espírito de liberdade e um portador de liberdade o que, agrilhoado a montanha, se sentiu mais livre ainda; porque podia consentir ou não no desastre, superá-lo ou não, ser alegre ou não. E este ser alegre não significa de modo algum a alegria daquele tipo americano de «Quebre uma perna e ria»; acho que eram muito mais alegres as pragas dos velhos soldados de Napoleão. No fundo é o seguinte: é necessário, ajudando a realizar o homem no que tem de melhor, que a mesma energia que se revelou pela física no mundo da extensão, se revele pelo espírito no mundo do pensamento e domine a primeira vaga de energia, como onda rolando sobre onda mais alto vai. E mais ainda: que pelo momento de infelicidade, o que não poderá nunca suceder no caso da felicidade, entenda o homem como as duas espécies ou os dois aspectos de energia se reúnem em Deus. Só por costume social deveremos desejar a alguém que seja feliz; às vezes por aquela piedade da fraqueza que leva a tomar crianças ao colo; só se deve desejar a alguém que se cumpra: e o cumprir-se inclui a desgraça e a sua superação.
 .
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de Agostinho da Silva
in “Textos e Ensaios Filosóficos”
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Disse  Agostinho da Silva:  Ser intransigente com os outros não tem grande sentido; eles são o que podem ser e creio bem que seriam melhores se o pudessem !
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30
Mar08

Vitorino Nemésio # Verbo e Abismo

eva

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Já da vaga vocálica dependo
Como a alga que a onda leva à areia:
Mas eu mesmo, que a digo, mal entendo
A voz que clama a minha vida e a enleia.

Se intervenho no som gratuito, ofendo
Seu sentido secreto e íntima cheia:
Transtornado por ela, emendo, emendo,
E é ela que me absorve e senhoreia.

Verbo ao abismo idêntico, toado
Sobre os traços de fogo que precedem
A presença de Deus no monte irado,

Ao teu sopro de amor as vozes cedem
O que a morte decifra e restitui
Ao espírito liberto do que fui.
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In “O Verbo e a Morte”
1959, Livraria Morais Editora
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Disse  Fernando Pessoa :  o poeta vale aquilo que vale o seu melhor poema !
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24
Fev08

Teilhard de Chardin # O Meio Divino - Epílogo

eva
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Aviso prévio
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Os excertos aqui reproduzidos ao Domingo, em Fevereiro, foram retirados da obra «O Meio Divino» do padre jesuíta Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), da edição da Editorial Presença, Lisboa, Colecção Síntese, s.d., e a selecção é da minha responsabilidade.
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Epílogo – A espera da Parusia
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SEGREGAÇÃO e agregação. Separação dos elementos maus do Mundo, e «coadunação» dos Mundos elementares que cada espírito fiel constrói à volta de si no trabalho e no sofrimento. Sob a influência deste duplo movimento, ainda quase totalmente escondido, o Universo transforma-se e amadurece à volta de nós.
Imaginamos às vezes que as coisas se repetem, indefinidas e monótonas, na história da criação. É que a estação é demasiado longa, em relação com a breve duração das nossas vidas individuais, - é que a transformação é vasta demais e demasiado íntima, relativamente às nossas vistas superficiais e limitadas, - para que nos dêmos conta dos progressos do que se faz incansàvelmente por obra e graça e através de toda a Matéria e de todo o Espírito. Acreditemos na Revelação, apoio fiel (aqui também) dos nossos pressentimentos mais humanos.
Debaixo do invólucro banal das coisas, de todos os nossos esforços purificados e autênticos é que se gera gradualmente a Terra nova.
Um dia, anuncia-nos o Evangelho, a tensão lentamente acumulada entre a Humanidade e Deus atingirá os limites fixados pelas possibilidades do Mundo. E então será o fim.
Como um relâmpago que vai de um pólo ao outro, a Presença, silenciosamente acrescida, de Cristo nas coisas revelar-se-á bruscamente. Rompendo todas as barragens onde aparentemente a continham os véus da Matéria e a compartimentação mútua das almas, ela invadirá a face da Terra. E sob a acção, finalmente libertada, das verdadeiras afinidades do ser, arrastados por uma força onde se manifestarão as potências de coesão, próprias do mesmo Universo, os átomos espirituais do Mundo virão ocupar dentro de Cristo ou fora de Cristo (mas sempre sob a influência de Cristo) o lugar, de felicidade ou de castigo, que a estrutura viva do Pleroma lhes designar. Como o raio, como um incêndio, como um dilúvio, a atracção do Filho do Homem arrebatará, para os reunir ou submeter ao seu Corpo, todos os elementos em rodopio do Universo.
Será assim a consumação do Meio Divino.
Sobre o momento e as modalidades deste acontecimento formidável, seria vão, como disso nos adverte o Evangelho, fazer especulações. Mas devemos
esperá-lo.
A espera, – a espera ansiosa, colectiva e actuante de um Fim do Mundo, isto é, de uma Saída ou desfecho airoso para o Mundo, – é a função cristã por excelência e o traço mais distintivo da nossa religião.
Aparecendo um momento entre nós, o Messias não se deixou ver nem tocar senão para se perder, ainda de novo, mais luminoso e mais inefável, nas profundezas do futuro. Ele veio. Mas agora devemos esperá-lo outra vez de novo, – não já só um grupinho escolhido, mas todos os homens – mais do que nunca. O Senhor Jesus só virá depressa quando o esperamos muito. É uma acumulação de desejos que fará eclodir a Parusia.
Sem dúvida, ainda, nós rezamos e agimos conscienciosamente para que «venha a nós o Reino de Deus».
Mas, na verdade, quantos há entre nós que se alegram realmente com a esperança entusiasta de uma refundição da Terra? Nós continuamos a dizer que vigiamos à espera do Senhor. Mas, na realidade, se quisermos ser sinceros, seremos obrigados a confessar que já
não esperamos nada.
É necessário, custe o que custar, reavivar a chama.
É necessário a todo o custo renovar em nós mesmos o desejo e a esperança da grande Vinda. Mas onde buscar a fonte desse rejuvenescimento? Da percepção de uma conexão mais íntima entre o triunfo de Cristo e o êxito da obra que o esforço humano tenta edificar neste mundo.
Esquecemo-nos constantemente disto. O sobrenatural é um fermento, uma alma, não um organismo completo. Ele vem transformar «a natureza»; mas não poderia prescindir da matéria que esta lhe apresente.
Olhemos para a Terra à nossa volta. Que se passa sob os nossos olhos na massa dos povos? Donde vêm estas desordem na Sociedade, esta agitação inquieta, estas ondas que incham, estas correntes que circulam e interferem umas nas outras, estas erupções confusas, formidáveis e inéditas? - A Humanidade atravessa visivelmente uma crise de crescimento. Ela toma obscuramente consciência do que lhe falta e do que pode. Perante ela, como lembrámos na primeira destas páginas, o Universo torna-se luminoso como o horizonte donde vai despontar o Sol. Ela pressente, pois, e ela espera.
Do que dissemos temos já bem assentes no nosso espírito as seguintes ideias: o progresso do Universo, e especialmente do Universo humano, não é uma concorrência feita a Deus, nem um esbanjar vão das energias que ele nos deu. Quanto mais o Homem for grande, tanto maior a Humanidade será unida, consciente e senhora da sua força, – quanto mais bela for a Criação, tanto mais a adoração será perfeita, tanto mais Cristo encontrará, para acrescentamentos místicos, um Corpo digno de ressurreição. Não poderia haver dois cumes no Mundo como não pode haver dois centros de uma circunferência. O Astro que o Mundo espera, sem saber ainda pronunciar o seu nome, sem poder apreciar exactamente a sua verdadeira transcendência, sem poder mesmo distinguir os mais espirituais, os mais divinos dos seus raios, é necessàriamente o Cristo mesmo que esperamos. Para desejar a Parusia, não temos senão que deixar pulsar em nós, cristianizando-o, o próprio coração da Terra.
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APONTAMENTO BIOGRÁFICO
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Pierre Teilhard de Chardin nasceu em França, em Orcines (perto de Clermont-Ferrand) a 1 de Maio de1881 e faleceu em Nova Iorque a 10 de Abril de 1955.
Padre jesuíta, teólogo, filósofo, paleontólogo, T. de Chardin é ordenado padre em 1911.
Em 1916 publica o seu primeiro ensaio, A Vida Cósmica. Em 1923 efectua a sua primeira viagem à China a solicitação do Museu de História Natural de Paris. Após um artigo sobre o pecado original mal recebido pela hierarquia, é convidado a prosseguir as suas pesquisas na China. Considerado um dos mais eminentes paleoantropologistas da sua época, integra a equipa que estuda o Homem de Pequim. Até à sua ida para Nova Iorque (uma espécie de exílio aconselhado pelas autoridades eclesiásticas), fará pesquisas científicas na Etiópia (1928), Estados Unidos (1930), Índia (1935), Java (1936), Birmânia (1937), Pequim (1936 a 1946) e África do Sul (1951 a 1953).
No entretanto, é-lhe concedido, em 1946, o título de Oficial da Legião de Honra em reconhecimento pelos seus trabalhos na China e, em 1950, é admitido na Academia das Ciências.
Em 1954, num jantar em Nova Iorque, confidencia a amigos que gostaria de morrer no dia da Ressurreição. Morre na Páscoa do ano seguinte, em 1955.
A maior parte da sua obra, de leitura desaconselhada pelo Vaticano, é publicada postumamente num total de 13 volumes.
Para um melhor conhecimento do pensamento de Teilhard de Chardin, permito-me referenciar um trabalho do Prof. Dr. Alfredo Dinis, nesta
ligação.
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Glossário:
Pleroma :  Universo consumado; Plenitude; o Todo
Parusia :  Segundo Advento; Manifestação definitiva de Deus
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Parte I nesta ligação

Parte II nesta ligação
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Parte III nesta ligação
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Disse Teilhard de Chardin : Deus não está longe de nós, fora da esfera tangível, mas espera-nos a cada instante na acção, na obra da ocasião !
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