- lá, bom dia!

- Piu, piu, piu-piu-piu, piu…

- Ó que bem que tu cantas, sim senhor. Nem sabes a alegria que me dás todas as manhãs assim que acordo.

Saberás tu o que é não ver nada e ouvir-te, tão melodioso e alegre, faça frio ou faça sol?

És uma consolação para uma velha como eu. Bendita a hora que os meus filhos te trouxeram de prenda para mim. Foi uma bela prenda, oh! se foi!

- Piu, piu, piu-piu-piu, piu…

- Isso mesmo, foi o que ouviste, sim senhor. Olha a partir de hoje abro a porta da tua gaiola e podes voar pela casa toda. Mas não saias, que lá fora não posso achar-te. Todos os dias terás que encontrar o caminho de tua comida e água. Mas estou convencida que serás mais feliz que entre as grades, por muita proteção que elas sejam para ti e para mim. Ah, não te esqueças de Gulliver, o gatinho. Defende-te dele. Mas podes falar com ele como falas para mim… e quem sabe? Ainda poderão ser grandes amigos. Tudo é possível, ma-ra-vi-lho-sa-men-te  possível, sim senhor!

- Piu, piu, piu-piu-piu, piu…

- Pois, pois, exatamente! Sê feliz em liberdade!!!