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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

27
Jul11

A dor faz tremer por dentro

eva

 

or

A dor não tem tamanho

A dor parece não ter fim

A dor faz tremer por dentro

Intimamente, intrinsecamente

A dor é um estertor

Dá agonia e convulsões

E depois…

Parece nada sobrar

Apenas as lágrimas

Que correm sozinhas

Que deslizam

Sem ninguém as notar

E parece nada sobrar

Mas o coração

Precisamente

Onde a dor começou

Esse consegue voar

Voar alto

Inconcebivelmente alto

No espaço sem fim

No infinito

Se engrandece mais e mais

Planando em leveza

Vaporosamente

Em sublimidade de amor

Que apenas em determinadas situações

Floresce

Irradia

E numa onda muito própria

Tudo eleva consigo

E a dor… já mitigou

Para não mais voltar.

09
Abr10

Deixamos fugir os dias

eva

abituamo-nos a deixar para segunda vez, ou para segundo plano, os nossos interesses mais prementes.

Ou seja, o nosso bem-estar interior, íntimo. O nosso sentir paz haja o que haja.

Vamo-nos desleixando, para seguir o que os outros querem, ou necessitam, mesmo que isso intimamente nos contradiga.

E um dia acordamos com um amargo de boca, sem saber porquê.

Depois, vem a tristeza, o alhear dos dias...

Vai embora o carinho que já não conseguimos dar às pequenas coisas.

Sentimos fugir a alegria sã que espreitava a cada momento.

Deixamos fugir os dias, em vez de os deixar fruir.

Depois, ainda, vem alguém diagnosticar isto de cansaço excessivo conducente à depressão. E pronto! Passamos a estar perfeitamente ambientados ao resto das gentes que têm tal coisa. Tal depressão que nós, enquanto felizes por pouco ou coisa nenhuma, nem sabíamos que existia.

Nós temos de tudo, apenas não arranjamos algo para nós. Um algo que gostemos de fazer e nos encha os pulmões… de alegria.

E o tempo vai macerando a dor.

A dor? A dor de quê?

A dor de não nos entendermos. E, se entendemos sempre os outros… esses habituaram-se a ser entendidos. Não se habituaram a entender quem os entendia e sabia, até antes deles, o que se passava.

 

Adeus! Ohhh! Vou tratar-me, porque não quero chegar tarde para mim. Senão pode não sobrar nada de mim, para tratar.

 

07
Mar10

Dores

eva

- uem sofre mais? O que fala e refila ou o que amargura e cala?

- Não faço ideia, porque o que fala está a exprimir a dor que sente de modo tão violento quanto a força que esta tem nele. O que cala, pode calar porque nem tem forças para falar ou reagir ou porque nem percebe bem o que lhe acontece, sobretudo se tal situação não lhe é, sequer, admissível.
- Então, para ti, são iguais os sofrimentos?
- Bem, os sofrimentos dos outros não se pode medir, cada um é que sabe o que sente e quão agudo é esse sentimento no seu íntimo. Há pessoas, mais dadas à força incontrolada de emoções que, por uma discussão mais acesa, vão dar ao hospital com ataques cardíacos, falta de ar, etc. Outros há que penam o inconcebível e nem sequer encontram forças para chorar e desanuviar, fisicamente, a dor incontrolável que sentem. Inclusive, mal sentem as lágrimas que lhes escorrem pelo rosto, sem qualquer soluço nem pranto – em quietude… Como falar da dor alheia? Com que direito?
- A ideia era obter uma análise, simplificada, das várias situações.
- Mas como é possível simplificar a dor? A dor pode ser física, de mal-estar físico, e a dor pode ser, também, moral-mental. A primeira implica sempre, e imediatamente, a segunda. Porém, dor sentida mentalmente implica que, mais cedo ou mais tarde, determinado mal-estar físico venha a surgir.
- Então?
- Então, somos seres psico-somáticos, mesmo! Tudo está relacionado em nós e para minimizar as consequências, resta-nos aprender a disciplinar as emoções em prol de sentimentos que possam ser defensivos para a nossa saúde global. Temos uma vida - e morte - para enfrentar e todas as capacidades que temos, mentais e físicas, são necessárias para a boa conclusão das situações que aparecem e para o progresso individual. As possibilidades de progresso que uma vida fornece, segundo algumas opiniões, apenas é fornecida, metodicamente, a quem já merece esta oportunidade; porque, dizem os mesmos, que muitos seres há que nem essa hipótese obtêm ainda, por falta de mérito.
- Sem palavras!
- Recolhes-te ao silêncio?
- …
 
10
Set09

Os caminhos de cada um

eva

Descoroçoados, desesperançados… São desesperos e amarguras muito fortes e vívidas que atroam no interior de alguns.
São gritos de dor que se tentam sufocar a todo custo mas que, de vez em quando, saem abruptamente sem dar aviso.
São gritos íntimos que nem sempre se sabem explicar por meio de estados lúcidos.
São sufocos para as alegrias e desprendimentos.
São estados prisionais desconhecidos da consciência, mas muito bem vividos pelo subconsciente e bem marcados na memória inconsciente.
São lágrimas com força de caudal de grandes rios.
São tristezas ditas infundadas. São securas inexplicáveis.
Todos nós somos isso tudo!
E todos nós, um dia, seremos livres disso tudo e por isso devemos manter viva a Esperança.
As prisões vividas em consciência da realidade, ou as vividas inconscientemente, hão-de ter os seus portões e portas escancarados, um dia…
Há um dia para cada um e para todos poderem sentir a liberdade no mais íntimo do seu ser!
- Dizem que se constrói o futuro a cada dia do presente…
- Mais uma razão para se vivificar a luz da esperança no interior de cada um a cada dia, a cada instante. Porque não sabemos nem o dia nem a hora em que vamos precisar dela para nos dar alento e prosseguir o nosso caminho.
- Os caminhos de cada um são cada vez mais fáceis ou mais difíceis?
- Não sei responder a isso, mas sei dizer que a Esperança vale como um bálsamo no caminhar mais árduo…
 
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Fotografia de Keith Erskine
Imagem retirada da net
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Disse  Antonio Porchia:  Se não levantares os olhos, pensarás que estavas no ponto mais alto !
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09
Jul09

A sabedoria da loucura

eva

Parecem penduradas numa abóbada azul claro, azul céu.
- O quê?
- As pérolas! Estão espalhadas por essa abóbada e nós seguimos viagem, como que voando por uma imensidão de céus sucessivos e cada qual mais bonito que o anterior. Passamos um arco, ou melhor, duas colunas que deveriam ter formado, alhures, os lados de um arco. Nesta altura, as tais colunas são inundadas por um facho de luz que revolteia de permeio. E paisagens novas sucedem-se, sendo que as partes mais escuras são os nossos problemas, ou as preocupações que a nossa personalidade tece e que no-los ligam à terra em vez de nos libertar para esses céus.
- Será possível que as jóias te provoquem tanta ilusão, um desvario desses?
- Mas estas pérolas não são dessas jóias vulgares – são jóias de sabedoria – e não é ilusão, é desvario mesmo.
- Desvario? Se o classificas, deves saber o que dizes?
- Desvario, por não estar sempre aqui, por me deixar arrastar para longe desta maravilha por um quase nada. Desvario de dor, de dor por mim mesma.
- Mas há deveres… e responsabilidades…
- Pois há, e elas chamam-me. Algumas eu amo muito e volto por todo esse amor que lhes tenho. E tento explicar-lhes como devem fazer para chegarem também ali. Mas quase nunca me faço ouvir e se, finalmente, consigo tal feito, não me acreditam e continuam a viver como antes tal e qual. Por algumas outras, nada apelativas, volto também, nessa urgência do dever. Mas, nesses casos, o resultado ainda costuma ser pior e eu mesma me espalho – estatelo – completamente num chão de pedra e choro de tanta dor… também para nada de útil nem produtivo.
- Tens que sair dessa loucura…
- De qual delas?
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Imagem retirada da net
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Disse Fernando Pessoa: Saber interpor-se constantemente entre si próprio e as coisas é o mais alto grau de sabedoria e prudência !
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10
Nov08

A dor

eva

Jardins, plantas, árvores e flores. Canteiros de flores multicoloridas.
Parecia que algum pintor ali tinha deixado a paleta de tintas e elas tinham escorregado para o chão.
Havia canteiros redondos e, por vezes, verdadeiros tapetes de flores.
As cores e as tonalidades traduziam o belo da natureza, um tempo de calma e beleza.
Paz para os olhos que vêem isto tudo – também acontece e é desejável.
O bem-estar, quando sentido, atrai lágrimas de saudade.
Saudade de estar em paz, por dentro e por fora.
Porque às vezes há crises de dor e moléstia. E as dores podem ser uma agonia.
Nessas alturas viver ou morrer torna-se igual, porque tanto faz.
Dá-se, então, uma insensibilidade para a vida, para a vontade de estar vivo ou o simples desejo de melhorar.
É a indiferença total, uma letargia que a própria dor promove.
É um estar ali, sem estar. É estar adormecido sem dormir, como uma anestesia natural.
A seguir, parece que houve interrupção do tempo.
É um afundar, um voar alto, muito alto.
Um esquecer de tudo. E, de repente, afinal, é possível abrir os olhos.
A dor amainou.
Não tarda, outro dia vai começar.

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Monet - Jardim da sua casa em Giverny
Imagem retirada da net

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Disse  Stefan Zweig:  Toda a sabedoria provém da dor. A dor procura sempre a causa das coisas, enquanto o bem-estar se inclina a estar quieto e a não olhar para trás !
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09
Nov08

Teixeira de Pascoaes # Antiga Dor

eva

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O subtil, o reflexo, o vago, o indefinido,
Tudo o que o nosso olhar só vê por um momento,
Tudo o que fica na Distância diluído,
Como num coração a voz do sentimento.
Tudo o que vive no lugar onde termina
Um amor, uma luz, uma canção, um grito,
A última onda duma fonte cristalina,
A última nebulosa etérea do Infinito...
Esse país aonde tudo principia
A ser névoa, a ser sombra ou vaga claridade,
Onde a noite se muda em clara luz do dia,
Onde o amor começa a ser uma saudade;
O longínquo lugar aonde o que é real
Principia a ser sonho, esperança, ilusão;
O lugar onde nasce a aurora do Ideal
E aonde a luz começa a ser escuridão...
A última fronteira, o último horizonte,
Onde a Essência aparece e a Forma terminou...
O sítio onde se muda a natureza inteira
Nessa infinita Luz que a mim me deslumbrou!...
O indefinido, a sombra, a nuvem, o apagado,
O limite da luz, o termo dum amor
Tornou o meu olhar saudoso e magoado,
Na minha vida foi minha primeira dor...
Mas hoje, que o segredo oculto da Existência,
Num momento de luz, o soube desvendar,
Depois que pude ver das Coisas a essência
E a sua eterna luz chegou ao meu olhar,
Meu infinito amor é a Alma universal,
Essa nuvem primeira, essa sombra d’outrora...
O Bem que tenho hoje é o meu antigo Mal,
A minha antiga noite é hoje a minha aurora!...


 

de Teixeira de Pascoaes
in “Sempre”


 
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Disse  Teixeira de Pascoaes:  Sou fraga da montanha, névoa astral, Quimérica figura matinal, Imagem de alma em terra modelada !
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21
Set08

José Gomes Ferreira # Que ando a esconder de mim

eva
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Que ando a esconder de mim
com estes gritos de unhas contra a injustiça do mundo
que só me deixam no coração
tédios de céu afogado?

Que ando a esconder de mim
com esta raiva do amor pelos outros,
a querer arrancar lágrimas de tudo
para as colar nos olhos vazios?

Que ando a esconder de mim
nesta agonia de escurecer a alma
para a confundir com a noite
– bandeira negra de todos os humilhados?

Que ando a esconder de mim
sem coragem de mostrar aos homens
a minha pobre dor,
tão débil e exígua,
que em vão oculto atrás de toda a dor humana
para a tornar maior?

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de José Gomes Ferreira
in “Poesia – III

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Disse  José Gomes Ferreira:  E é esta a minha tragédia! Ser muitos e andar a fingir apenas um destino!
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28
Jun08

Seguir em frente

eva
Na sala de mobiliário simples e de paredes brancas, está um vulto enorme, em pé a um canto, à espera.
A porta abre-se, do lado da rua, e entra uma pessoa.
O vulto, assim, já pode sair sem ser notado.
Mas quando está mesmo a transpor a porta, a senhora que entrou vira-se e ainda o vê.
Assustada, vai ver melhor e fecha a porta.
Vai, em seguida, para o gabinete de trabalho e vai pensando quem seria aquele. Já lá estaria ou entrara e saíra à pressa?
No entanto não dava conta de faltar alguma coisa.
Logo se veria. E a figura não lhe parecia completamente estranha. Parecia-lhe alguém conhecido…
Daí a um bocado, lembrou-se quem lhe parecia ser.
Era um homem sempre amargurado e que assegurava ser vítima da má-vontade de toda a gente. Passava os dias melindrado e a seguir isolava-se.
Resolvido, para ela, o mistério, restava desejar-lhe que um dia confiasse na possibilidade de ser feliz.
Simplesmente isso. Ser feliz! Seguindo o seu caminho sem dar tanta importância aos outros ou ao seu passado sofrido.
Ser capaz de seguir em frente!
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Daniela  Amaral
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Disse  Albert Einstein:  Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente !
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13
Jul07

Morte de mãe

eva

13 de julho de 2007

Está um dia lindo: céu limpo, sol a brilhar, árvores cheias de folhagem, arbustos bem floridos. Enfim, perfumes da natureza no ar.
Contudo parece que algo se desprendeu ou se perdeu de mim.
Perdeu - parece mais adequado, assim como Alguém em vez de algo.
Não sei explicar, mas… as cores estão lá, na paisagem, mas estão diferentes.
Tudo brilha mas de modo difuso ou velado.
Um velado suave e bonito.
Tudo está belo – sei que está – belo e colorido…
Mas o que eu vejo é a paisagem matizada em tudo.
Até as pessoas estão como que no “quadro” da paisagem.
- Deve ser um problema visual ou de cansaço. Vai ter que ir ao médico.
- Não, não… todos me dizem que há-de passar! E os dias vão passando… mas a dor não... A minha mãe morreu!
- Ah, então vai mesmo precisar de ir ao médico para ele lhe prescrever um calmante fraquinho ou qualquer coisa que a melhore.
- Não! Estas dores assim têm que ser tratadas com muito carinho até serem boas recordações. Recordação de algo que valeu a pena viver.
Isso eu sei!... Só não sei quanto tempo vai demorar.

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