Conversa de café
- ra, bom dia!
- Olha que já não se diz isso. É considerado confiança excessiva para quem está.
- Já sei, mas fui habituado assim. Os bons dias eram a saudação e o desejo de - um bom dia!
- Pois, pois. Mas os hábitos mudam e esse desejo não se enquadra, de modo algum, com a interpretação que atualmente se lhe dá.
- Percebo o que dizes e até aceito, pois que remédio…
- Mas, a mim, que conheces tão bem, podes desejar-me um bom dia assim, logo de manhã.
- Eheheh, fica a nostalgia de tempos idos.
- E que sejam de boa lembrança, isso importa verdadeiramente.
- O quê?
- O guardar boas lembranças na memória, mas sem nostalgia, apenas o doce sabor das boas recordações… sem interferirem no valor da realidade do presente, apenas uma contribuição para o dia ser mais doce…
- Ainda bem!
- Pois é!
- Sim, pois é, e ainda bem que falaste em doce pois tenho que comprar fruta para fazer compotas. Até logo!
- Adeus. Depois poderias dar-me um frasquinho para provar, certo?
- Eheheh… hum… certo ’migo!
- Antes já eras, depois das compotas fica confirmado – és um amigão!
- Credo, só um frasquinho. Nem penses…