Aquilo que vemos
O céu azul é cheio da luz e do brilho do Sol. O céu negro é iluminado, apenas, pela Lua e os milhares e milhares dos pontinhos luminosos das estrelas.
Chamamos estrelas ao que já sabemos serem as estrelas: planetas, cometas e toda a variedade de astros celestes, incluindo os lixos e derivados.
Sabemos também que aquilo que vemos pode nem mais existir, em virtude da velocidade de propagação da luz até à sensibilidade da visão humana.
- Não é do olho, ou olhos?
- Os olhos são os órgãos especialmente dedicados à visão que vê, essencialmente, por capacidade mental. Por isso muitos cegos vêem e outros vêem com os olhos fechados.
- Mas vêem o quê?
- Vêem formulações mentais de imagens, tanto por si próprios como inferidas por outros, devido, por exemplo, a transmissões de pensamento.
- Isso tem a ver com a realidade.
- Tem a ver com a realidade num sentido lato, o que não é exactamente igual à realidade do quotidiano, das pequenas tarefas e necessidades imediatas.
- Isso ultrapassa-me completamente.
- Nem por isso. Todos nós somos seres com imensas capacidades mentais que, na grande maioria dos casos, não só não suspeitamos sequer da sua existência como não as utilizamos correctamente. Essas capacidades chegam a ser notáveis, mas também desapreciadas, em muitos de nós. E outros tantos gostariam de as saber utilizar noutras grandezas de que apenas suspeitam as possibilidades. É através da ética moral que se atingem outros níveis, sem percursos desagradáveis, e até funestos, em termos de lucidez.
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Disse Victor Hugo: A alma humana necessita mais de um ideal que da realidade. É pela realidade que existimos; é pelo ideal que vivemos !
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