Provas de vida
Nas provas de vida por que vamos passando, quando falta a saúde de modo mais dramático e sofredor, acabamos por rever o que somos.
O que somos na significância da nossa intimidade. Aquele sítio que resguardamos tão bem dos olhares alheios e onde, por vezes, nem o nosso próprio olhar lá chega.
O que somos realmente e, sobretudo, o que gostaríamos de ter sido?
Nesta altura, há o penoso observar do tempo que fugiu, ou evaporou mesmo, entre os nossos dedos.
Nessa hora não temos o registo das horas do presente, mas as do passado e como passaram… e como as deixamos passar…
Quanta inércia, quanto acomodar de situações e quanta luta desgastante para, afinal, estar ali assim…
De toda a vida o que resta, então, são os nossos sentimentos. Os sentimentos que nutrimos pelos outros mais outros, pelos outros mais familiares, mais íntimos e por nós mesmos.
O trabalho que fica por acabar… o que vai sobrar de nós, então, para a posteridade?
- E porque tem que sobrar algo? Porque não passar invisível pela linha da vida, pelos outros, invisível até para nós próprios? Quem se lembrará de nós? E que lembrança será essa – de gastura e alívio, ou de fraternidade e saudade? Afinal, que significamos para a família e para a sociedade? Afinal, que somos? O que fizemos para melhorar o nosso pequeno raio de acção e o mundo, a partir da irradiação desse? Que ensinamentos pedagógicos, ou didácticos, deixamos? Se morrêssemos hoje, que diferença teremos feito para o resto dos dias de vida dos nossos familiares e amigos? Que somos no cômputo total da nossa vida?
- Bem, outra questão se coloca ainda: que queremos, poderemos, ou conseguiremos ainda ser?
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Disse Madre Teresa de Calcutá: O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa, apesar disso. Perceba que, no final das contas, é entre você e Deus. Nunca foi entre você e as outras pessoas !
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