Loucura
Confia… confia… – segredava uma voz suave.
Foi o suficiente! Ele já não confiou mais.
Estava a sentir-se entorpecido e leve ao mesmo tempo.
Ainda não tinha definido de si para si o que estava a sentir, nem se era agradável ou desagradável.
Mas aquela voz, essa, é que não podia estar na sua cabeça.
Porque ali na sala da sua casa – não estava ninguém a não ser ele.
Na rua, nem vivalma e os vizinhos do lado ainda não tinham voltado das férias de Inverno.
Que era aquilo? Sonhava ou alucinava?
Foi, com muito esforço, desentorpecendo aos poucos e conseguiu, então, abrir os olhos.
Pensara correcto – tudo continuava vazio e deserto. Nada lhe poderia ter falado assim.
Fechou novamente os olhos e tentou rememorar o que sentira minutos antes.
Novamente ouviu, mas duas vozes conversavam e comentavam que ele tinha ido embora porque elas – vozes – lho tinham permitido.
As vozes continuavam dizendo que estava livre porque elas o deixaram. E seguiram-se muitas gargalhadas histéricas.
Percebeu, entretanto, que as vozes eram de um casal e que a voz feminina perguntou, ainda, à voz masculina - se tinha feito tudo bem, como ele tinha mandado?
A resposta foi afirmativa e que mesmo fora do seu alcance, ele voltaria quando quisessem.
- E foi assim Dr. – estou louco? Eu pensei logo em Deus, porque só Ele tem a Misericórdia Divina que liberta!
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