A dor
Jardins, plantas, árvores e flores. Canteiros de flores multicoloridas.
Parecia que algum pintor ali tinha deixado a paleta de tintas e elas tinham escorregado para o chão.
Havia canteiros redondos e, por vezes, verdadeiros tapetes de flores.
As cores e as tonalidades traduziam o belo da natureza, um tempo de calma e beleza.
Paz para os olhos que vêem isto tudo – também acontece e é desejável.
O bem-estar, quando sentido, atrai lágrimas de saudade.
Saudade de estar em paz, por dentro e por fora.
Porque às vezes há crises de dor e moléstia. E as dores podem ser uma agonia.
Nessas alturas viver ou morrer torna-se igual, porque tanto faz.
Dá-se, então, uma insensibilidade para a vida, para a vontade de estar vivo ou o simples desejo de melhorar.
É a indiferença total, uma letargia que a própria dor promove.
É um estar ali, sem estar. É estar adormecido sem dormir, como uma anestesia natural.
A seguir, parece que houve interrupção do tempo.
É um afundar, um voar alto, muito alto.
Um esquecer de tudo. E, de repente, afinal, é possível abrir os olhos.
A dor amainou.
Não tarda, outro dia vai começar.
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Imagem retirada da net
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Disse Stefan Zweig: Toda a sabedoria provém da dor. A dor procura sempre a causa das coisas, enquanto o bem-estar se inclina a estar quieto e a não olhar para trás !
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