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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

20
Fev12

Solidariedade

eva

- ra bem, uma ajudinha não se perdia!

- Pronto, aqui está!

- Está o quê?

- A mão para ajudar, não foi o que pediu?

- Ó senhores, o que eu queria era que alguém me escrevesse as respostas.

- Não sabe escrever?

- Não, nunca aprendi! Sei falar e fazer contas de cabeça, mas ler e escrever, não senhor.

- Parece incrível que ainda hoje…

- Ó fenómeno, vai ou não vai ajudar-me? Essa fala toda já sei de cor, mas mesmo que fale o dia todo eu continuo na mesma, por isso ou ajuda ou vou pedir a outro!

- Está bem, diga o que quer responder e eu escrevo.

- Ah! Assim a conversa é outra… Ora diga-me lá qual é a pergunta?

- Hã? Pois, pois…

- Mas vocês tanto estudaram e não percebem patavina de gente, pois não?

- Pronto, pronto. A pergunta é….

- E a resposta a isso, não sei!

- Hã?

- Pois não sei, que mesmo lendo para mim eu não entendo o que querem dizer tantas palavras. Sabe dizer-me o que é mesmo para responder?

- Vamos ver com calma…

- Pois, muitaaaaa caaaalma, se faz favor!

14
Mai11

Dia de hoje

eva

ia de hoje.

Posso pensar, ver, falar, mexer-me e perceber tudo à minha volta.

Tenho a bênção da vida em mim.

Tenho tarefas a executar e apenas tenho que me dirigir a outros lugares em diferentes horários para as realizar o melhor que sei e consigo.

À semelhança de outros dias devo encontrar as mesmas pessoas e dialogar com elas de modo livre, sem ser acusada politicamente disto ou daquilo.

Tenho possibilidades de ir comprar comida, cozinhá-la, mastigá-la e digeri-la sozinha, sem auxílio de tubos nem máquinas.

Tenho possibilidade de me alegrar ou não ao longo do dia.

Tenho possibilidade de, voluntariamente, ajudar este ou aquele a atravessar a rua, ajudar a equilibrar-se sem cair no seu percurso, distraí-lo, melhorar o seu dia e dores.

Tenho capacidade para observar os pássaros, as flores, passar por um jardim e caminhar livremente, se bem que com precaução para não ser assaltada.

Não tenho dinheiro para gastar em qualquer coisa, nem saúde para esbanjar em esforços inúteis.

Mas mexo-me, mesmo com dores, e posso ter alguma comida em prato limpo.

Posso lavar-me e vestir-me, sem ser à moda, mas com simplicidade.

Tenho trabalho precário, mas trabalho que não escraviza.

Sou feliz!

 

25
Fev11

Somos tão diferentes?

eva

- osto muito dos meus sonhos!

- Eu também.

- Mas dizias que só te lembravas de pesadelos, nada de sonhos bons.

- Pois era e ainda é assim.

- Mau!

- O que foi?

- Então como é que dizes que gostas dos teus sonhos?

- Eu disse isso? Não!

- Eu disse que gostava dos meus sonhos e tu respondeste que também.

- Exactamente!

- Mau!

- Estás toldada ou quê?

- Não consigo é entender o que dizes, ou respondes.

- Pois não tem dificuldade nenhuma. Eu disse que gostava dos teus sonhos.

- Ah, é isso! Mas… como é que sabes dos meus sonhos?

- Ora! Tu vens logo contá-los a toda a gente que vais encontrando, como um livro aberto.

- Eu não falo assim tanto de mim mesma… ou falo?

- Acho que sim!

- Isso é porque, comparativamente, tu não dizes nada de ti.

- Mas o de mim a mim diz respeito.

- Então e os diálogos, a boa sociabilização do indivíduo?

- Falando de si ou dos outros? Prefiro a sociabilização de assuntos comuns, mais que da vida de cada um.

- Isso tem maior interesse?

- Bem, a não ser que seja para prestar ajuda, não vejo qualquer interesse em falar uns dos outros pois mais parece coscuvilhice que conversa agradável.

- Somos tão diferentes!

- Somos?!

 

28
Set10

Ajudas

eva

- stou aflita!

- Porque dizes isso?

- Vês?! Em vez de ofereceres ajuda, queres sabes o que é, porque é que é isto ou aquilo. É sempre assim, todos querem saber o quê em vez de querer saber imediatamente o que podem fazer para ajudar.

- Mas esse é o passo seguinte! Faz parte da informação, ora!

- Pois sim! É sempre o mesmo, primeiro sacia-se a curiosidade e só depois se oferece ajuda.

- Ai ai ai! Não dramatizes, se calhar é assim mesmo - pronto! O que interessa é que me ofereço para ajudar.

- Não és só tu, é sempre assim com toda a gente! Primeiro perguntam o que lhes convém e depois vão ver o que convém ao outro…

- Bem, e já agora que tens, ou tinhas tu, para precisar de ajuda?

- Nada! Estava só a testar esta minha teoria.

- Ora! Vai trabalhar que tens é tempo livre a mais, é o que é. Ora a minha vida, hein!

 

30
Mai10

Trabalhar

eva

- stou sozinho!

- Não estás nada, que ideia maluca é essa?

- Sinto-me isolado…

- Isso é porque não falas, não explicas o que queres e nós não sabemos como dividir o trabalho e fazer a nossa parte. Aliás a falta de diálogo é tal que nem sabemos se temos realmente algum trabalho e que parte é essa que deveríamos trabalhar. Tu entras, sentas-te e trabalhas por ti e por nós todos. Depois, meio morto de cansaço, sais e vais descansar, para repetir tudo igual no dia a seguir.

- Pois se vocês não fazem nada, só falam e tomam café, etc. e tal.

- Adivinha porquê! Se ouviste o que se disse ainda agora…

- Não ouvi nada, vocês falam e falam e não dizem nem fazem nada… pelo menos, que se veja…

- Acho que continuamos num diálogo de surdos. Bem, a escolha é tua, se quiseres dividir o trabalho estamos a teu lado com todo o gosto. Senão, trabalha sozinho. Uma coisa é certa – isso é mais simples. Mas não é a mesma coisa!

- … Oh! Poderiam ajudar-me a ultrapassar este meu modo de ser?

- Estamos aqui!

 

20
Jan10

Virar a cara

eva

- oje recebi um mail a pedir um transplante de medula…

- Para quê?
- Para quê? Para ajudar, é claro! Pois tem que haver compatibilidade e isso nem sempre acontece com os familiares do necessitado.
- Toda a gente pede algo, será possível que ninguém ofereça nada?
- Bem, se responderem afirmativamente já estão oferecendo. E nem que seja a reenviar a mensagem também estão oferecendo…
- Ora! Não serve para nada!
- Isso é completamente irreal. Oferecem sim, mais hipóteses de encontrar dadores. O não fazer nada é que se torna imprestável. Por mim acho a internet algo de maravilhoso que põe em contacto indivíduos e que lhes deixa nas mãos a possibilidade de ajudar o próximo, por longínquo que esteja.
- Tu nem te ouves a ti próprio. Isso é um chorrilho de parvoíces. Alguém olha sequer para o lado da infelicidade? Virar logo a cara é imperativo! Os olhos voltam-se para o que é bom, para o que está alegre e feliz!
- Olha, sabes que mais, eu reenviei o tal mail para ti também e agora fiquei curioso em saber o que farás com ele!
 
31
Dez09

Da bisbilhotice à ajuda

eva

- A partir de hoje não vou querer saber da vida dos outros! Isso é só bisbilhotice e eu quero algo de positivo na vida.
- Saber dos outros não implica bisbilhotice, pode traduzir-se em solidariedade e fraternidade.
- Pois pode, evidentemente que poderia ser assim, mas a maior parte das vezes não é. Os outros desabafam e a partir daí fica apenas a bisbilhotice dos acontecimentos da vida de outrem.
- Insisto que só ficamos pela bisbilhotice se não formos solidários. Porque podemos ir procurar modos de ajuda mais precisa e razoável para aquele que se queixou, ou simplesmente desabafou.
- Queres dizer tomar iniciativas de assistência, mas isso é uma complicação de papéis e trabalheira dias a fio…
- Pois é, assim como é sempre mais fácil resolver essa trabalheira a dois ou mais, do que solitariamente. Tudo o que mexa com administração e papelada afim é uma tortura e um desespero a juntar ao problema que já existe com toda a sua importância.
- Bem, efectivamente há pessoas para quem preencher impressos já é desgastante…
- Pois, e quem tem essa facilidade já pode ajudar indicando e esclarecendo, tornando fácil o que se apresenta incompreensível, fruto da dificuldade acrescida da aflição do problema que tem em mãos.
- Então, podemos sempre ajudar de modo útil, mesmo que seja de modo indirecto ou singelo.
- Até podemos ajudar simplesmente pensando positivo, pensando que tudo se resolverá e projectando essa visão do problema resolvido mentalmente, dirigindo-o às alturas como uma prece.

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Imagem retirada da net
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Disse Rosana Braga: O que as pessoas pensam a meu respeito é problema delas e não meu !
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16
Dez09

Da partilha

eva

Os grãos de areia deslizam da mão, dos dedos, de volta ao piso que formam.
São milhares de milhares de milhões…
São pequeníssimos individualmente mas formam enormes areais em conjunto…
A sua fragilidade individual não se compara com a força que atingem quando formam um conjunto compacto.
Eles são o exemplo do que somos e do que podemos ser para a humanidade, para o planeta.
Todos somos importantes. Mesmo os mais frágeis podem tornar-se fortes nesta ou naquela circunstância.
Todos temos a relevância que podemos ter, acrescida da valorização que formos capazes de construir para nós.
E essa construção, por incrível que pareça, depende, e muito, do que formos capazes de ser para os outros com a nossa personalidade mais íntima, ou profunda.
- Ou seja, não conseguimos dar, mas partilhar…
- Pois como seria possível dar o que não temos? Apenas podemos, se quisermos, dar o que temos, ou seja, partilhar o que somos intimamente.
- Então, e quando queremos ajudar mais alguém e não somos ainda o necessário para ajudar?
- Então teremos que ultrapassar as dificuldades que tivermos e que forem consideradas necessárias para, em determinada situação, poder ser útil a outrem com o novo nível consciencial que atingirmos.
- Seja para ajuda fraternal, seja para ajuda profissional ou especializada tecnicamente?
- Ajuda sempre foi ajudar em qualquer circunstância.

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Imagem retirada da net
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Dizem os Textos Judaicos: O homem que pensa poder viver sem outro está equivocado; o homem que pensa que os outros não poderão viver sem ele, está ainda mais equivocado !
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10
Jul09

Não se pode ter tudo

eva

Estava ali, estendido no degrau, com ar desleixado e desinteressado dos dias sempre tão iguais e tão de menos…
De menos do que ele poderia ser, do que poderia fazer por si e, se calhar, pelos outros que estavam como ele.
Naquela casa estavam encafuados e cheios de actividades obrigatórias, mas, por outro lado, também havia liberdades dos mais velhos para com os mais novatos.
Era o seu caso, um dos novatos. Queria que não se lembrassem que ele existia, queria passar despercebido e confundir-se com aquele simples degrau.
Mas até ali o viam e vinham perguntar-lhe coisas e… acabava por levantar-se e ir ajudar no que fosse necessário e pudesse.
Ele também, um dia, chegara ali como estranho e não percebia nada daquilo.
Hoje estava mais acostumado e muito mais desanimado.
Estava à espera de crescer e poder ser independente com o seu trabalho e um ordenado.
Ali, tinha comida boa e higiene – estava sempre limpo!
Não se pode ter tudo… pois, o resto restava…
Tinha saudades.
- Do quê?
- De ser feliz, porém, não se lembrava de quando o fora…
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Capa de "Felizmente há luar" de Luis de Sttau Monteiro (pormenor)

Imagem retirada da net

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Disse  André Gide:  Quem não sabe ser feliz, em nada pode contribuir para a felicidade alheia !
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22
Dez08

Ninguém abandonado

eva
Rostos distorcidos em figuras mutiladas. O ambiente é de horror e as cores são em tons muito escuros.
Estavam deitados uns por cima dos outros, como se alguém ou algo os tivessem deixado cair.
Mostrando espanto por estarem assim, vão-se erguendo uns aos outros e começam a caminhar, a passo incerto, na mesma direcção.
Mas a direcção tanto poderia ser essa como outra, ou seja, não se percebe qual a diferença.
Não têm um carreiro, nem mais ou menos luz; ninguém chama ou ouve, sequer, algum som que não seja os que emitem aqueles seres.
Os sons deles são grosseiros e ininteligíveis - são simplesmente sons.
A passo trôpego e lento conseguem sair todos dali.
Afinal aquilo era uma gruta na montanha e a direcção tomada, instintivamente, era a da saída.
Vão chegando à entrada da gruta, ao ar livre – que para eles significa a saída.
As roupas deles talvez se possam chamar andrajos ou algo semelhante.
Continuam a caminhar, quase automaticamente, pois não param nem vacilam e dirigem-se para uma espécie de vale, bastante mais baixo que a gruta onde estavam.
Ali está a ser servido um caldo, em tigelas, a todos os que se aproximam de uma mesa destinada ao efeito.
Os que servem o tal caldo estão limpos e têm bom aspecto.
Não há falas, nem perguntas nem respostas.
Uns dão o caldo, outros levam-no para o comer/beber e ficam quietos no lugar que escolheram para estar ali.
Seguidamente, os do caldo vão recolher todas as tigelas, arrumam-nas em sacos grandes e vão embora. Até a mesa desarmaram e levaram.
Todos os outros recomeçaram a caminhar, agora em várias direcções e em pequenos grupos.
Ao escurecer, do céu, onde despontam as estrelas, cai um manto de luzinhas cintilantes sobre o vale e essas luzes entram na tal gruta.
Todos ficam com uma luz dessas a seu lado até que nasce novamente o Sol.
- Adeus!
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Édipo e a Morte da Última Certeza
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Imagem retirada da net
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Disse  Sun Tzu:  Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas de temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás também uma derrota. Se não te conheces a ti mesmo nem conheces o inimigo, perderás todas as batalhas !
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Aquilo que pensas ser o cume é apenas mais um degrau - Séneca

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