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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

22
Dez08

Ninguém abandonado

eva
Rostos distorcidos em figuras mutiladas. O ambiente é de horror e as cores são em tons muito escuros.
Estavam deitados uns por cima dos outros, como se alguém ou algo os tivessem deixado cair.
Mostrando espanto por estarem assim, vão-se erguendo uns aos outros e começam a caminhar, a passo incerto, na mesma direcção.
Mas a direcção tanto poderia ser essa como outra, ou seja, não se percebe qual a diferença.
Não têm um carreiro, nem mais ou menos luz; ninguém chama ou ouve, sequer, algum som que não seja os que emitem aqueles seres.
Os sons deles são grosseiros e ininteligíveis - são simplesmente sons.
A passo trôpego e lento conseguem sair todos dali.
Afinal aquilo era uma gruta na montanha e a direcção tomada, instintivamente, era a da saída.
Vão chegando à entrada da gruta, ao ar livre – que para eles significa a saída.
As roupas deles talvez se possam chamar andrajos ou algo semelhante.
Continuam a caminhar, quase automaticamente, pois não param nem vacilam e dirigem-se para uma espécie de vale, bastante mais baixo que a gruta onde estavam.
Ali está a ser servido um caldo, em tigelas, a todos os que se aproximam de uma mesa destinada ao efeito.
Os que servem o tal caldo estão limpos e têm bom aspecto.
Não há falas, nem perguntas nem respostas.
Uns dão o caldo, outros levam-no para o comer/beber e ficam quietos no lugar que escolheram para estar ali.
Seguidamente, os do caldo vão recolher todas as tigelas, arrumam-nas em sacos grandes e vão embora. Até a mesa desarmaram e levaram.
Todos os outros recomeçaram a caminhar, agora em várias direcções e em pequenos grupos.
Ao escurecer, do céu, onde despontam as estrelas, cai um manto de luzinhas cintilantes sobre o vale e essas luzes entram na tal gruta.
Todos ficam com uma luz dessas a seu lado até que nasce novamente o Sol.
- Adeus!
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Édipo e a Morte da Última Certeza
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Imagem retirada da net
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Disse  Sun Tzu:  Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas de temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás também uma derrota. Se não te conheces a ti mesmo nem conheces o inimigo, perderás todas as batalhas !
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22
Mar08

Pedra angular

eva
Desilusão e até desespero. Desapontamentos de saber que se está no sítio certo para ser tratado e não ligarem importância.
Tudo o que é simples e humilde é, não digo maltratado, mas ignorado.
Em todos os sítios parece ser a regra: se não transpira importância, se não se tem estatuto, parece que se torna invisível.
E se se acrescentar à simplicidade, qualquer espécie de padecimento, pior ainda é o abandono. É um sentimento de desamparo que se cola bem colado e parece apertar, espremer o ser por dentro, numa angústia que, se a deixarmos, se torna poderosa. Nesses momentos, nessas horas difíceis, surge a ideia de que tudo é aproveitado na vida, e então, talvez, a nossa situação sirva como exemplo para outros se corrigirem.
E um dia... talvez consigam olhar para baixo e dar a mão.
Pois se até os construtores rejeitaram, alhures no tempo, a "pedra angular" porque lhes pareceu sem importância para tal função...
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Diego Rivera
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Disse Anatole France : A majestosa igualdade da lei proibe tanto os ricos como os pobres de dormir debaixo da ponte !
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15
Mai07

Sentimentos

eva
15 de maio de 2007

Ela estava no corredor, encostada ao corrimão, triste e chorosa até.
Já era o segundo marido que lhe fugia e a trocava por outra mais jovem. Este agora fora por outra com um terço da idade dele.
Pouco mais que uma miúda, uma rapariga.
E lá ficava ela outra vez só, com os filhos e sem dinheiro para a renda da casa.
Casa velha, ainda de renda antiga, mas era a casa que tinha e o dinheiro não chegava para tudo.
Em boa verdade, não chegava para nada, nadinha!
E o filho até já estava empregado, mas ganhava pouquinho.
A verdade é que agora já ia tomar providências.
Já tinha percebido (sentido!) que ele não ia voltar.
E, sem querer, lembrava-se do primeiro, que também tinha abalado para não voltar mais.
Este ficou pelas redondezas e todos lhe vêm contar que vêem o marido com outra, muito, oh! mas muito mais nova, e muito felizes.
E ela diz logo que ele já não está lá em casa e pode fazer o que bem quiser, que ela não tem nada com isso.
Mas, por dentro, ela chora.
Chora sozinha e não se cansa de olhar para a roupa dele, toda arranjada. Comprava-lhe mais roupa que para ela.
Havia muita vestimenta ainda a estrear. Será que ele ainda a viria buscar?
Talvez pela roupa o pudesse ver novamente.
Sentia saudades.
Mas já não sabia dizer se dele, se dos bons momentos.
Pois é. Mais parece que já só lembra dos bons momentos.
Recordar momentos felizes é mais fácil para levar os dias.
E as pessoas são figuras ou ilusões na sua paisagem.
O sentimento da felicidade é o que vai cuidar de não esquecer.
E tem muitos acontecimentos para recordar, reviver e promover.
Então, se até vêm aí netos não tarda...
13
Abr06

À beira da estrada alcatroada, um rapazinho de óculos azuis

eva
13 de abril de 2006

À beira da estrada alcatroada, um rapazinho de óculos azuis esperava sentado numa grande pedra.
Um rapaz quase-homem, à frente da porta da sua casa estendeu-me um pequeno ramo de flores.
Uma senhora de idade deu-me um ramo de flores silvestres, como o da Páscoa, com papoila e espiga e o resto, igualzinho.
Um senhor de idade esperava numa igreja.
A luz forte do Sol quente em dia de verão iluminava a rodos.
Um senhor de túnicas sobrepostas, brancas e bordeaux, aproximou-se do homem da igreja, estendeu-lhe a mão e levou-o devagarinho. Desapareceram no meio de uma nuvem de luz.
O rapaz da pedra, cheio de mágoas e de angústias, convencido que ninguém o amava, recebeu um raio de luz do Sol, exclusivo para ele. E duvidou das suas certezas de desamor.
O rapaz quase-homem e a senhora de idade sorriam e a luz do Sol inundava-os fazendo que brilhassem com a sua alegria.
E lembrei-me de uns versos que falavam de um rapaz maravilha, que explicava que o mais importante era amar e ser amado em eterno retorno.

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