Sal e açucar
-
á fiz o bolo!
- Então vamos prová-lo! Ahg! Que horror, que bolo é este?
- Quis fazer diferente e este é um bolo com sal…
- Com sal?
- Com sal em vez de açúcar…
- Não digas mais! E puseste a mesma quantidade?
- Mais ou menos, porquê?
- Ora, porque está intragável!
…
- Ahg! Que horror, que é isto? Hoje tiraste o dia para nos deixar horrorizados de fome?
- Não gostas? É massa com carne!
- Não, não é!
- Só tem açúcar em vez do sal e, se calhar, está gelada, mas o resto está igual ao de sempre.
- Que te deu hoje?
- Nada, mas pelo menos consegui a tua atenção para o que comes e para o trabalho que faço. É bem mais fácil criticar que aplaudir ou elogiar ou sequer compreender que às vezes já não há mais para variar e as expressões são as mesmas… todos os dias…
- Podias ter dito! Bem, se calhar disseste… humm… mais que uma vezinha?
- De qualquer modo parece ser verdade que tudo se requer bem apaladado e acondicionado a gosto, senão refila-se! Mas não se refila com o que é bom e está bem; tão pouco se avalia tal benesse. Parece que tudo o que é bom é devido…
- Não dizes que todos temos uma essência divina? Vais ver que é ela que nos dá o bom gosto!
- Não, essa estabelece a ligação com uma energia muito elevada em relação ao que ainda somos e restabelece algo do equilíbrio que ambicionamos sentir, que necessitamos saudavelmente sentir. A nossa essência íntima é o ponto de contacto com o divino e que nos mostra o melhor objectivo de nós, a unidade que todos formamos constituindo os relativos do absoluto Bem.
