As harmonias do silêncio e da palavra
fala é um dom humano de evolução social.
Se não fosse para comunicar com outrem o homem não teria sentido necessidade de evoluir na arte da comunicação.
As mostras artísticas são isso mesmo – arte na comunicação.
Seja em desenho, pintura, escultura, música ou novas artes o homem comunica as suas ideias.
A fala é a comunicação exacta do que pretende dizer, mesmo quando se constitui em fala política.
Isto é, politizada socialmente. Aliás, nessas alturas diz precisamente o que seria conveniente dizer-se e pode não traduzir a ideia pessoal e particular.
A personalidade do indivíduo eminentemente social torna-se alterada quando comparada com a sua personalidade mais íntima.
Aqui passa a alojar-se a soma da sua própria mais a descarga emocional da que lhe é conveniente viver.
E o que sobrevém pode ser o desequilíbrio entre as duas se elas forem diferentes. Muitas vezes tornam-se até antagónicas e, com o passar do tempo, angustiantes ou violentas.
Se a diferença existir e se instalar, será sempre uma violência para o próprio. As palavras passarão de frívolas a mordazes e cínicas.
Manter-se honesto consigo mesmo integrado num sistema social é um remédio a praticar e talvez a prudência facilite a harmonia do silêncio intervalado com a harmonia da palavra.
- Talvez…
- Talvez valha a pena tentar.