Remédios amargos
- om dia! Tome estes comprimidos, agora, se faz favor. Com água simples não, com esta água gelatinosa sim.
- E tem a certeza que é bom dia?!
- Tenho sim, o senhor ainda tem problemas de saúde que se resolvem com medicamentos. Outros há que não os têm e na mais das vezes nem lhe conseguimos tirar as dores muito fortes, como são em casos mais graves. Assim como…
- Nunca tinha pensado nisso assim.
- Pois! Por um lado ainda bem, porque isso significa que não precisou desse conhecimento nem dessa orientação.
- Sim, percebo…
- Mas ainda há os casos dos que não têm acesso à medicamentação que lhes é útil.
- E por que isso? Porque não têm seguro de saúde? Ou porque têm mas não atua em determinados casos ou…
- Também há desses, mas eu referia os que estão longe de qualquer centro ou em território de guerra. Esses não têm, geralmente, acesso aos tratamentos adequados ou sequer a tratamentos que em tempo útil lhes garantiria a vida, ou um melhor modo de vida, com mais independência. Muitos ficam paralisados ou deficientes para sempre.
- Mas há a Cruz Vermelha, Cáritas, Médicos Sem Fronteiras, etc., ou não há?
- Há e fazem um trabalho para além de glorioso, mas são muitos e muito dispersos os atingidos por moléstias, destroços de guerras, etc…
- Humm… não precisa dizer mais nada – já tomei e acho que até já digeri os remédios amargos e difíceis de engolir que me deu.
- Ótimo, o objetivo foi atingido! As melhoras.