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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

24
Fev11

O paraíso somos nós

eva

final tenho andado toda a vida à procura e era eu.

O paraíso que queria estava em mim.

O bem-estar que queria sentir era eu mesmo que o podia sentir.

A felicidade podia senti-la em qualquer altura, a todo instante.

E contudo… não a conseguia alcançar.

Mesmo entendendo tanta coisa, nada me era útil.

Apenas o vazio continuava.

O horror, o pânico e o pavor eram tremores físicos bem sentidos.

A jovialidade, a esperança, o optimismo, ficavam cada vez mais encobertas.

Alegria, risos, paz, deveriam ter-se escondido muito bem porque não conseguia achá-los em lado algum.

Era a secura! Secura na boca, na pele, nos órgãos, no corpo…

Secura nos pensamentos.

E a luz continuava lá, lá muito ao longe, como num horizonte alto.

Como a mostrar que era possível e real. Que, apesar de tudo, ela continuaria ali.

Exactamente no mesmo sítio, acontecesse o que acontecesse a escuridão nunca seria total.

O corpo oco não era real, mas ela – luz – era, porque permanecia.

No dia que pudesse e quisesse ela iluminaria mais e mais.

Iluminaria sem limites a mim ou a quem a quisesse sentir.

Era só dar-lhe atenção!

Mais atenção que a todo o resto.

Fazer que ela existisse completamente em nós mesmos.

Deixar sair o sofrimento à rua. Varrê-lo todo junto e lavá-lo com muita água limpa.

A água das lágrimas iria também com todo esse sofrimento.

Então a tal luz de longe viria aquecer.

E como na natureza, dessa base estrumada e molhada, o ser renasceria.

Um renascer lindo, límpido e brilhante.

Porque o sofrimento já tinha sido despejado e tudo o que viesse iria ser como uma paragem de comboio.

Paragens obrigatórias umas, outras nem por isso, dependeriam da coragem e do cansaço.

O ser, nessa altura, sabe que no fim do campo há um jardim em que as flores e a beleza são pessoais e dependem do amor que cada um ainda terá para doar.

- Ena! Tantas flores para quê se apenas tens um niquinho de terra?

- Vamos ver quantas nascerão lá! Vai ser o meu jardim, o exterior e o interior em simultâneo.

- Mas é impossível nascerem todas, vai ser um desperdício, vais ver.

- Tu é que vais ver, e perceber, o quanto temos que trabalhar para conseguir obter algo de útil. É mais ou menos equivalente ao percurso da azeitona para o azeite.

- Hã?

 

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