Nós e os outros
enho saudades – pronto, é isso! Saudades de quê? Saudades da irresponsabilidade das coisas. Pois é, realmente é isso mesmo!
Passamos metade da vida a querer construir coisas conforme achamos melhor e a querer responsabilizarmo-nos por elas. E passamos a outra metade a querer alhearmo-nos dessas mesmas coisas, porque o carrego parece demasiado para as forças que, entretanto, vamos deixando pelo caminho.
É isso, é! Mas vale tudo pela família e demais entes amigos e queridos que vamos encontrando pelo caminho e que nos vão demonstrando maior dignidade do que alguma vez pensaríamos.
São estas as relações que perduram, sobretudo se as compararmos – porque sempre comparamos – com outros que mereceram a nossa atenção e ternura e mostraram ser uma completa desilusão de idealismos e sentimentos.
Sim, sim! Fica a consolação que, da nossa parte, fizemos tudo pelo melhor e na melhor das intenções com o sacrifício dos nossos tempos e forças…
Pois é – é isso mesmo – vale a nossa consciência de nós e as nossas atitudes para com os outros, sejam eles mais outros ou mais uma parcela de nós mesmos.
- Então? Estás a falar com quem?