19
Mar10
Ideia fixa
eva
stou aflito. Não consigo um minuto de descanso, sempre a pensar nos exames.
Estou a ponto de não conseguir concentrar-me nas matérias e daqui a nada, se calhar, nem as consigo distinguir umas das outras.
O cansaço físico está a tornar-se um cansaço mental.
Estou a ficar com monoideia, ou ideia fixa, e isso está a transtornar-me.
- Não é concentração?
- Não, e estas ideias fixas não servem para nada de útil. Apenas me desgastam o cérebro e toldam o entendimento. As questões avolumam-se em vez de se apaziguarem e ainda vou estudando o mais que posso. Logo, estou cumprindo com as minhas obrigações de estudante. Mas, a seguir assim, perco o contacto com a realidade e quando chegar aos exames ou bloqueio ou vejo perguntas que não estão lá e as respostas, obviamente, sairão erradas.
- Mesmo que saibas as respostas certas?
- Isso não tem nada a ver, não se trata de aflição por não saber as respostas, trata-se de a mente estar tolhida por ideias fixas e, como tal, é capaz de trair a realidade e dificultar até o mais simples.
- Gera-se o pessimismo?
- Gera-se a irrealidade, a aflição estonteante e o erro. Além da carga nervosa obsessiva e inútil.
- Como fazer, então?
- Por mim, vou tentar equilibrar a mente com exercícios físicos e utilizar uma respiração mais profunda e calmante. A tentativa é procurar gastar estas forças inúteis em algo útil, assim como esforçar-me por ir disciplinando os pensamentos. Cada vez que fugirem, vou tentar agarrá-los e transformá-los em pensamentos construtivos.
- E como conseguir isso?
- Com decisão firme para essa atenção constante e agora direccionada para a resolução do problema. Assim, talvez consiga fazer os exames com menos margem de erro.
- Ou seja, cansaço por cansaço…
- Sim, sim, seja por um cansaço construtivo e educador de mim.