Da dignidade do ser
Trabalho, para quem o tem…
Para quem não o tem, qualquer coisa serviria mas, às vezes, as exigências sociais dificultam a conjugação de oportunidades e meios.
Trabalho e emprego são, efectivamente, situações bem distintas. Em alturas de crise, ou se trabalha por conta própria ou não há trabalho para suprir as dificuldades. Dificuldades não são luxos, são privações do essencial… E o essencial é mesmo essencial.
Com tanta modernice, a ideia da maioria é a de que se não se comprar os bens de marca e do preço que os amigos têm ou superior, estão com privações…
Mas não! Privações atingem o limiar de fome e pobreza, e não de menos luxo.
As sociedades industrializadas alteraram bastante as tabelas de sobrevivência e vivência.
É necessário ter a noção das verdadeiras necessidades e olhar para o próximo com carinho e a intenção de poder ajudar, nem que seja com um olhar de simpatia. E não com um certo desprezo comparando o que já foi com o que é e o que poderia ter sido, talvez com menos escrúpulos.
É razoável ser carinhoso com todos os que estão em condições menos favoráveis que a nossa, quer a manifestem, quer a escondam cheios de vergonha.
E firmar a ideia que o trabalho, do mais humilde ao mais luxuoso, pode ser digno se for produzido com dignidade moral.
Porque essa é a dignidade do ser – a dignidade moral.
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Disse Oscar Wilde: A melhor maneira de apreciares o teu trabalho, é imaginares-te sem trabalho !
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