Paralelo inacabado XIV
Deitada e dormitando, entre o cansaço e a preguiça, começa a sonhar.
Os sonhos que são filmes.
Sonhos que são visões de imagens ora lentas e rápidas, ora simples e sobrepostas.
Um ser estende a mão em jeito de ajudar a passar por uma rampa.
Outra espera que ela apareça e acompanha-a, guiando-a com cuidado nesse caminho.
Está tudo muito bem iluminado e, às tantas, no percurso entregam-lhe roupas, ou vestes.
- Mas ela não estava vestida?
- Oh! Estava, estava. Mas aquelas eram vestes honrosas, tinham significado próprio. Assim como as sua cores. Porém, ela não aceitou e disse que deveria ser engano e não serem para ela.
- Estavam grandes ou não gostou das cores?
- Nem percebeu isso, porque lhas deram passadas e dobradas, como novas. Ela apenas achou que não tinha condições para as usar. Ela não era nada, comparada com quem lhas estava a dar. De quem, aliás, ainda duvidava da identidade que via. Tudo lhe parecia uma ilusão.
- O que era lógico, pois era um sonho – não era?
- Era o sonho dela!
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