A serpente
Uma cobra, aliás, uma serpente jovem e da espécie capelo, está ali, calmamente a observar-nos.
O areal está dourado pela luz do sol e a escaldar, pois estamos nas horas quentes do meio do dia.
Ela continua ali, em todo o esplendor da sua figura.
Parece uma estátua, dourada também, em virtude da luz.
Faz recordar as ilustrações dos templos e palácios da Antiguidade.
A seguir cola-se um rosto, um lugar…
Deu arrepios mas, sensatamente, todos respiramos profundamente para impedir os medos.
Ele, então, vira-se e vai embora.
Ficámos sós mais uma vez, num isolamento forçado.
- Forçado pela serpente?
- Não, forçado por nós mesmos. Digo isolamento de nós contra nós, pela nossa falta de acção.
- Então e a serpente?
- A serpente é paisagem. Não a vês ali representada?
- Ohh! É um anúncio!
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Imagem retirada da net
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