Reflexo de esperança
Eles pensavam que estavam a viajar por túneis e túneis, todos cinzentos e encadeados uns nos outros.
Ela desembocou numa sala-berçário.
Os bebés e as crianças pequenas estavam – todos – ligados a máquinas.
Uns dormiam descansadamente, ao passo que outros se mexiam agitados e mostrando alguma inquietação.
Apareceu-lhe uma bebé, mais crescida, com uma manta, que deu para que a repartisse pelos bebés que pudessem ter frio.
E nos berços, enquanto elas iam passando para ver os mais friorentos, foram dando mantas iguais de cores diferentes.
Mais aconchegados já descansavam, então, por igual.
Ele estava espantado com aquilo tudo.
No exterior, estavam os pais.
A mulher ensinava as mães a tricotar e oferecia lãs para a feitura dos trabalhos.
Vendo este panorama, ele aproximou-se dos homens e ensinou-lhes a fazer pão com apenas alguma farinha e água, e deixando cozer ao natural.
A princípio indecisos e incrédulos, os pais foram deixando a sua ociosidade e logo traziam pães pequenos para as mulheres provarem.
Começava ali a formar-se uma união familiar e de trabalho mútuo.
Para trás ficava a desgraça da ociosidade e o desespero.
Nascia um reflexo de Esperança.
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Imagem retirada da net
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Disse Emil Cioran: A esperança é o fruto da paciência e da modéstia !
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