No fim, talvez sejamos irmãos
Hoje faz uma dúzia de dias do novo ano 2009.
- E depois?
- Depois, nada, lembrei-me da referência, tão-somente isso. Não é necessário querer encontrar uma legenda em tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos.
- Pois não, claro que não! Creio que faz parte da concentração às coisas que nos dedicamos. Ou por questões de estudo e investigação, ou por questões de defesa contra eventuais erros.
- Tudo isso está para cada um na medida que cada indivíduo possa tratar, ou abarcar. E a vida é para se desfrutar também, e utilizar os conhecimentos de modo descontraído não há-de lesar nada nem ninguém.
- Vês aquela ali, de casaco bem apertado?
- Sim, deve ser por causa do frio.
- Sim, sim, não é isso. Vi-a no outro dia ao pé da nascente do Lago.
- E…
- Estava com a água barrenta e cheia de lixo. Ela foi ficando e observando sempre a água…
- Deve ser dos ambientalistas.
- Não sei, ela ficou muito tempo ali, ora observava apenas, ora metia as mãos na água e verificava, novamente, como estava. Não saiu dali, sempre a falar sozinha ou para alguém que não se via em parte alguma.
- Devia ter auriculares…
- Talvez. Nem calculas o tempo que passou e a água foi ficando com menos lixo, e depois deixou de estar barrenta para se tornar, gradualmente, leve e cada vez mais cristalina.
- Bem te disse que devia estar a verificar qualquer coisa.
- Pois, isso estava. Mas sabes o que chamou a atenção – foi que ela e a água, a dada altura, ficaram juntas. Uma só!
- Foi naquele dia que saíste à rua com febre alta?
.
..
.
.
.
.