Paralelo inacabado X
Era um templo abandonado.
Entre os muros baixos e de desenho recortado estavam as ervas crescidas.
Do lugar da porta, já desaparecida, avançámos para o que parecia ser um jardim interior.
Os muros tinham pequenas pedrarias, incrustadas, coloridas e brilhantes sob a luz do Sol.
Todos os lugares, ali, brilhavam em multicores, formando desenhos facetados, conforme as formas e arestas das ditas pedras.
Parecia um lugar irreal e, ao mesmo tempo, convidativo e apetecia ficar ali.
De qualquer modo, não conseguíamos mover-nos pois a beleza era tal que nos extasiava.
E em nós recaía, também, esse colorido, projectado, dos desenhos que se formavam de modo consecutivo pela luz do Sol que incidia diferentemente, a cada instante.
Desenhos alusivos às ciências e seus instrumentos estavam noutra parede, alta como se fosse uma fachada.
Seriam os arranjos para uma aula? Iríamos ter uma aula?
Não sabemos bem o que foi porque, conforme nos transportamos através da luz, assim voltamos pela luz.
Uma luz fortíssima, como de um holofote.
- Qual é o teu espanto, afinal? Foi um sonho dos teus, olha a novidade!
- Dos meus, não!
- Exactamente! Isso!
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Disse André Luiz: A paz que procuras está no silêncio que não guardas !
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