- á olhaste para o céu, hoje?

- Não tive tempo ainda. Mas diz-me tu como está, cheio de estrelas ou… ?

- Acho que tem uma estrela aqui que não conheço, na direção da minha janela maior.

- Hummm… será uma estrela ou um corpo?

- Corpo? Credo!

- Corpo ou destroço que possa ter ficado, ou ter-se formado, no Universo estelar.

- Ahh! Bem… sei lá!

- Humm…

- Vou tentar perceber melhor e já te ligo…

- E eu, quando chegar ao trabalho, vou ver também e assim já podemos comparar.

- Isto de observar os céus que sempre estiveram sobre as nossas cabeças é engraçado!

- Pois é, se é! Para mim é um modo de vida, de ganhar a vida. O que ainda é mais gratificante.

- Às tantas parecem os céus cabalísticos…

- Pois, como tudo na vida, isso depende da interpretação que se quiser imprimir no que se observa.

- Pois, pois é, é! Sem dúvida!

alendário

Folhas onde anotamos

O mais necessário

Ou o mais querido

Calendário

Agenda onde anotamos

O que acontece

Ou o que planeamos

Calendário

Telemóvel onde anotamos

O que fazemos

O calendário é afinal

O que somos

No tempo que usufruímos.

stamos, fazemos e…

Olhamos o que fazemos

O que deixámos por fazer…

E o que já fizemos?

Observamos

Ou vamos andando

Rotineiramente

Sem ligar

Sem observar?

Conversamos

Ou nos isolamos

Sem discussão?

Cansados

Ou descansados e relaxados

Vamos vivendo

Usufruindo os dias

A natureza e o planeta

As boas vontades?

Que fazemos dos nossos dias

Como transformamos nossas horas?

Será o que somos?!

– ovo mês, novos planos, estes de férias!

– Que bom! É sinal de que tens trabalho e direito a férias.

– Pois claro que tenho.

– Pois olha que isso não é assim tão claro para os outros, sabes?

– Oh, mas o meu trabalho é familiar!

– Ah, então trabalhas!

– Ora essa! Pois claro que trabalho e bem. Por acaso este ano posso ir de férias, mas até agora tem sido difícil.

– Importa o que se alcançou!

– Isso! É exatamente o que se deve ter em mente. O que se pretende, como melhor fazer e admitir o que se vai conseguindo…

– Pois, pois.

- stou no prazo de…

- E depois?

- Depois, estou satisfeito porque estou dentro do estabelecido!

- Por quem? O quê? Que importa isso?

- Credo!

- Tens que saber responder a perguntas como estas…

- Só se for a mim próprio, e a mim sei responder q.b.

- Ótimo. Adeus!

- Nem ofereces um cafezinho? É que hoje tenho tempo!

- Aiii, era isso!

- Era, era!

- Mas eu…

- Pois, tu complicas, pensas e pensas… para quê?

- Pois se calhar não me serve de muito, não…

- Q.b., apenas isso. Senão ainda queimas os miolos, é o que é!

- Ora! Falas assim porque está sempre tudo pronto, ou não é?

- Ehehehhh, quem sabe? Só quem pensa muito…

oje

E o ontem que já se foi

E também o amanhã que ainda vem aí

Somos nós

Somos?

Hoje

Seremos nós mesmos

Ou uma ilusão de nós?

Do que cremos ser

Hoje

Que somos senão o que pensamos ser

O que gostaríamos de ser?

Hoje

Quantos de nós sabem o que são

Hoje

Realidade, verdade

Hoje

O que sabemos nós de nós mesmos?

Tão simplesmente

Tão somente

Hoje.

̶  ais?

̶  Vou?

̶  Que sabes tu?

̶  De que falamos?

̶  De nada!

̶  Vamos então trabalhar!

̶  Onde?

̶  No que pudermos… porque o trabalho pode gerar dignidade…

̶  Desespero, depressão ou dignidade?

̶  Que dizes?!  Os pensamentos podem destruir ou constituir uma mente melhorada…

̶  Dizes tu

̶  Sim!

rianças da Humanidade

Rebeldes ou serenas

Escravas ou libertas

Crianças da Humanidade

Cantadas em poemas

Em músicas e canções de embalar

Crianças da Humanidade

Que são exatamente?

Bibelots da moda para mostrar

Moeda de troca para usar

Crianças da Humanidade

Das lixeiras e dos palacetes

Das ruas e das águas

Crianças da Humanidade

De que humanidade são?

Que bullying lhes é permitido fazer

Que infância lhes é dado ter

Que são afinal

As crianças desta Humanidade?

- aberás dizer-me porque nos alegramos tanto com a gravidez e os nascimentos?

- Queres dizer - os filhos, netos, enfim, com descendência?

- Pois, pois, porque afinal é mesmo disso que se trata, ou não é?

- É o que parece, pois é!

- Creio que é instinto de preservação, de continuação da espécie…

- Sei lá que diga ou pense…

- Há povos que choram quando nasce o bebé e cantam alegremente quando alguém falece.

- Pois era aí mesmo que eu queria chegar! É também uma questão de cultura, pois que não há dúvida que a vida tem sofrimento e a morte tem, pelo menos, o benefício da dúvida…

- Olha que não estou a gostar nada desta conversa!

- Tens razão. Vamos mas é alegrar-nos com as coisas simples e por aquelas que nos podemos responsabilizar.

- Isso! Desejemos felicidade a todos os que nascem e paz aos que vão…

- Bem hajam todos, que a vida é para se viver um dia de cada vez!

- nde vais?

- Vou cavar, plantar e regar!

- Ai! E sabes fazer isso tudo?

- Nada, não! Mas vou tentar aprender e foi esta a ordem que me ensinaram para plantar estas flores e arbustos.

- Parece acertado na lógica, pelo menos. Vou contigo e talvez possa ajudar…

- Convidaste-te?

- Pois… eheheh!

- Ótimo, mas vens ajudar mesmo!

- Sim, senhor!

- Oh, que isto promete!

- Então, então… dois ignorantes hão-de trabalhar melhor que um só.

- Eheheh…