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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

18
Fev10

Travessia

eva

 uitos deles vêm em barcos, ou barcaças, e vêm por aquele rio escuro…

Saem de sítios diversos e o barco só faz o percurso entre o ponto da partida e o da chegada, sem quaisquer paragens e tentando aguentar-se pelo meio do dito rio escuro.
Os locais de partida são vários e em diferentes lugares das margens, tanto direita como esquerda, mais longe ou mais perto da chegada.
São trazidos, ou arrastam-se conforme podem, até ao ponto de partida que apenas se nota por ter formado uma pequeníssima enseada, ou clareira na margem do rio.
O barqueiro parece ser o mesmo, ou são todos semelhantes na figura e roupa, aparecendo com vestes largas e muito escuras.
A carga é só humana, não trazem mais nada, além dos indivíduos mais ou menos alinhados, geralmente mal trajados e com mau aspecto pelos maus tratos.
Muitos nem percebem ao que vêm, deixam-se levar, sem forças sequer para erguer a cabeça, ou simplesmente o olhar.
Aliás, parece que pretendem mesmo desviar o olhar de tudo o que possa rodeá-los.
Respira-se mal, tudo é escuro e parece confuso. No entanto, isto decorre tudo ao ar livre e tanto de noite como de dia.
Vão chegando e no local de chegada a luz deve provar-lhes que há alguma diferença na sua situação, porque abrindo ou não os olhos, todos vão voltando lentamente os rostos para a luz ténue que os vai iluminando.
Alguns como que acordam e, então, desatam a gritar e a tentar desenvencilhar-se de… nada…
Outros tentam manter uma postura possível (ou raiando o impossível das suas forças), mas outros continuam o seu arrastar.
Todos entram numa sala enorme, iluminada e com outros indivíduos que pretendem um ar digno, mostrar alguma superioridade e orgulho por estarem ali a esperar por estes que agora chegam.
E… coitados! Estes nem sequer percebem que todo o bom aspecto que pretendem encobre situações mais deficitárias que aquelas que vêm chegando…
- Sempre assim foi – mais coitado é aquele que não quer ver!
 

 

17
Fev10

Uns e outros

eva

 vida pode ser tão enfadonha quanto maravilhosa; pode ser tão triste quanto alegre e positivamente vivida.

- Qual é então a diferença em cada indivíduo?
- São as situações por que passa – é óbvio.
- Mas uns recuperam a jovialidade da vida mais rapidamente que outros.
- A personalidade individual também ajuda.
- Ajuda? Ou é primordial?
- Uns têm as piores situações pela vida fora, enquanto outros vivem uma vida preenchida de sucessos e felicidade. Uns são fechados, ensimesmados e outros são extremamente sociáveis e atenciosos.
Uns são imprestáveis e outros são amáveis e solícitos, sem sequer pedir nada. A sua atenção e sensibilidade para os que os rodeiam é constante e sem esforço nenhum, faz parte da sua natureza.
Uns passam a vida em tristeza e outros, por mais aflições que sofram, continuam joviais e pacientes pela vida que têm que viver, seja em que circunstância seja.
Uns estão sempre a comparar-se com os melhores e outros vivem serenamente a sua vida e se estão na maior pobreza e necessidade ainda encontram forças para ajudar outrem, seja desconhecido ou conhecido, seja-lhes desagradável ou agradável.
Uns menosprezam constantemente o que têm e outros prezam e enaltecem até o pouco que têm.
- Isso tudo é o quê, afinal?
- Isto é a Humanidade, que querias tu que fosse?
 
16
Fev10

Carnaval

eva

empos certos. Relógios acertados.

Chegadas e partidas cronometradas e a dividir o espaço aéreo.
Tudo se move.
Todos se movimentam em colunas de sentido contrário – ora porque chegam, ora porque partem.
Qualquer um deles mal tem tempo para falar, quanto mais conversar.
Ruídos característicos e sons, musicais ou de avisos ao microfone, ouvem-se por todo lado.
Em cada um reina o silêncio.
Não o silêncio íntimo e salutar, mas o silêncio da mudez interior, do isolamento e do mutismo.
O dia e a noite sucedem-se sem qualquer alteração, que não sejam as naturais.
Afinal, não é mais que um mundo inserido noutro mundo, girando desencontradamente.
- E ninguém dá por isso?
 
15
Fev10

Ânimos

eva

- abias que anima e alma são a mesma palavra, uma em latim, outra em português?

- Pois não, não sabia. Mas anima não dá ânimo?
- Pois. anima ou o que dá ânimo.
- Então alma é o que nos anima?
- É o que anima o corpo físico, etimologicamente falando.
- Então alma não é espírito?
- São a mesma coisa, apesar das diferentes religiões e correntes e doutrinas religiosas lhe darem significados mais específicos e variados uns dos outros.
- Seguindo a ideia de animar o corpo, isso não será uma acção puramente mecânica?
- Temos inúmeras acepções para a mesma palavra, que acabam por reflectir o significado mais específico e adoptado por quem o designa.
- Ou seja, a cada um a sua interpretação.
- Nem mais…
 
14
Fev10

Aparências

eva

  céu luminoso do dia e radioso pelo Sol que brilha. O céu escuro está rendilhado de branco dos astros iluminados pelo mesmo Sol que até a Lua ilumina sem ninguém ver.

- Ora! E nós, quantas vezes pensamos algo que, bem vistas as coisas, não é mais que ledo engano…
- E que só mais tarde, por vezes demasiado tarde, verificamos não ser nada semelhante ao que pensámos e que decidimos em conformidade.
- Então que fazer? Deixamos de pensar e decidir em relação às coisas?
- Olha ali, parece uma chuva de luz, que poderia ser de estrelas ou cometas ou outrossim… Como saber, agora, o que é, sem os instrumentos necessários?
- Porque…?
- Porque a luz que hoje vemos mais não é que o reflexo de algo que já foi, já aconteceu há muitos e muitos anos antes. Hoje a realidade, naquele lugar, pode e deve ser completamente diferente do que nos aparece agora à vista desarmada.
- Porque…?
- Porque tem a ver com a velocidade e a propagação da luz no espaço até ser possível a sua visão da Terra a olho nu.
- Então…?
- Então tudo pode ser ilusão, neste momento, e poderemos mal ajuizar precisamente por essa aparência.
- Então…?
- Então podemos analisar os acontecimentos, formar os nossos ideais de ética, mas não devemos julgar nem culpar, mas ter pensamentos cristãos e, se for da nossa fé, pedir a Deus por essas vítimas de engano ou infortúnio conforme nos parecem ser.
- Tudo se passa como no céu que vemos?
- A Natureza pode ser nosso espelho e é nossa sobrevivência física e mental, se deixarmos.
 
13
Fev10

Diálogo

eva

alas por monólogos ou nenhuma fala são pressupostos de que algo vai mal.

E que vai mal a nível social, pois o mutismo constante não é saudável.
Por outro lado o falar palrando sem parar, é igualmente sintoma de algo errado.
É bom o equilíbrio entre o som e o silêncio, entre o pensar e o dizer, entre o monologar e o dialogar.
- Aliás, faz parte do rol das torturas e demais sacrifícios a proibição da fala.
- O ser humano desenvolveu a expressão da linguagem como um dos meios de comunicação fácil e sadia entre outros da mesma espécie. Os que têm deficiência de expressão ou audição sofrem bastante com isso, assim como aqueles a quem são infligidos sacrifícios nesse sentido, ou por imposição de outrem ou por auto-defesa, etc.
- Falar será então um incentivo que pode ser utilizado como terapia e esperar daí auspiciosos resultados.
- Os psicólogos usam muito esse método e com bons resultados, na generalidade.
- E tu, então, que sabes isso tudo porque és tão calada?
- Bem, não tenho nada para dizer de útil…
- Diz à mesma, porque o inútil para ti pode ser utilíssimo para outrem.
- Pois será… mas acho que a voz fica – e seca – na garganta.
- Ora, disparate! Vamos já beber qualquer coisa e isso passa imediatamente, até consegues esquecer o que ias fazer… é uma questão de dar tempo ao tempo.
- Mas isso é alguma terapia?
- Agora podes calar?!
 
12
Fev10

Excessos contra-natureza

eva

oje é dia de caçador. Isto é, hoje pode caçar-se…

Tudo é útil se soubermos aproveitar as oportunidades e recursos com sapiência. Porque os problemas advêm dos extras e excessos que se promovem no sentido contra-natureza.
Tudo deveria tender para o equilíbrio entre os recursos, a natureza, a espécie, os indivíduos e a moral.
- Entre a gordura e a magreza…
- Hã?
- Sim, entre as gorduras e magrezas excessivas. Comer é tão bom! Tão saborosas são as comidas que, às vezes, são irresistíveis mesmo quando acabei de comer. Mas estou decidida a controlar o peso, devo ficar nem muito nem pouco. Era do que estavas a falar, não era?
- Bem, era mais sobre a caça e o caçador.
- Pois eu lembrei-me logo do que é caçado.
- Pois era dessa caça ou do caçado – da vítima – que falava.
- Ah! Não era do desporto?
- Desporto?
 
11
Fev10

Instantes

eva

uem somos? Que fazemos? E por que fazemos o que fazemos? – fica este tema para a próxima.

- Quem achas tu que somos? Uma estrela cadente?
- Uma estrela?! Já agora, por que não um lixo estelar, ou um cometa, ou planeta?
- Estás a divagar, não estás?
- Como tu. Simplesmente segui a ideia que lançaste.
- Ou que nos foi lançada, logo ao princípio.
- Pois então vê se percebes que nem tudo o que nos dizem tem valor para ser seguido ou prolongado à toa.
- Quem somos? – Não pressupõe apenas o nosso nome e filiação, pois não?
- Pois não, pressupõe um conhecimento de si próprio. Assim como a questão seguinte pode ser um alerta para analisar se estamos ou não a fazer o mais útil para nós mesmos, para esse ser que somos e vimos na questão anterior.
- Então e a seguinte – por que fazemos o que fazemos?
- Isso tem a ver com as memórias e experiências que trazemos marcadas em nós, acrescentadas com as experiências por que vamos passando a cada dia desta vida e que formam o conjunto da personalidade individual e da sua menor ou maior flexibilidade.
- A cada instante! Porque há instantes que parecem uma eternidade.
- Oh! Se há… E como tudo, têm que ser relativizados, para podermos seguir em frente de modo sereno.
 
10
Fev10

Todos somos artistas

eva

odos somos artistas, se o quisermos, se nos voluntariarmos para isso.

Não digo artistas como se estivéssemos em constante espectáculo e esperando aplausos que agradem sobretudo à nossa vaidade.
Não digo artistas de obras-primas. Mas artistas no sentido de produzir pensamentos, palavras, atitudes e gestos que sejam artisticamente harmoniosos se fossem vistos de modo perceptível, por exemplo, como desenhos no ar em redor à nossa figura.
Todos somos compositores, se não de música pelo menos de sons, em semelhante proporção à anterior condição de artista. Isto é, de sons conforme a produção dos pensamentos, palavras, atitudes e gestos se fossem pressentidos por ouvidos perceptivos em qualquer parte do mundo.
E todos somos escritores, mesmo que não apareçam poemas ou textos lindíssimos sob as nossas mãos.
Ou seja, tudo o que somos e fazemos poderá ter repercussões que nem supomos, nem sequer imaginamos…
Porém, se aceitarmos que isto pode ser uma premissa verdadeira, então, poderemos tornar-nos artistas em nós mesmos e dar um toque de qualidade artística em tudo o que nos reflecte. Desde o simples bom dia! ao trabalho mais empenhado, à emoção mais carinhosa que sentirmos.
 
09
Fev10

Amizade sincera

eva

- mizade sincera? O que é?

- É… é…
- Confunde-se com amor? Amor platónico? Amor de mãe?
- É… é…
- É amor de mãe?
- É… é…
- É carinho?
- É, é! É especialmente carinho e fraternidade, se calhar com um pouco de tudo o que disseste antes.
- Pode ser assim tão abrangente?
- Todas as emoções podem ser redutoras ou abrangentes sem limites.
- É questão da nossa capacidade de ampliar as emoções e os sentimentos?
- É questão de sintonia.
- Somos energias puras, não é?
- Somos energia, ou energias.
- Parece-me haver uma certa relutância quanto á purificação?
- Da purificação tratam os nossos sentidos morais e éticos. Temos sensibilidade para saber o que está errado ou correcto. Seguir essa sensibilidade nem sempre é uma situação tão lúcida como possa parecer. A nossa mente tolda-se e muitas vezes aceitamos como certo o que há de mais errado.
- Então é tudo um emaranhado…
- Então, o uso do sentimento de benevolência para com todos, sejam quem sejam, não deixando de perceber a linha da ética moral, é o necessário. Porque há sempre uma causa que interfere de modo errado e outra que interfere de modo correcto.
- Andamos na vida como numa corda bamba?
- A cada passo fazemos o nosso caminho, com descuido ou com cuidado.
- Só a nós compete?
- Digamos que a cada um o seu quinhão de competência.
 

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