Sementeira
Chuvas de Outono – são quentes e frias ao mesmo tempo.
São tempos de escolas, de cozinhados para guardar – são as compotas, os licores e demais doçarias.
São tempos de novas modas, de rebuscar casacos e guarda-chuvas, porque agora já não se vai conseguir fugir entre os pingos da chuva.
Ela cai ora com força ora mais leve, mas cai.
- Oh! Se cai. Cai e alaga logo as estradas.
- Mas fica tudo com um ar tão lavado! E o cheiro a terra molhada? E… as novas flores que aparecem para alegrar os nossos olhos, as nossas vidas.
- São as caras do Outono! O Outono que é o tempo de recolher o que se semeou.
- Se por acaso se semeou…
- Todos semeamos algo. Se não foram sementes da agricultura, foram sementes dos nossos comportamentos.
E agora, ou depois, vamos também recolher o que semeamos.
Como o lavrador, apenas somos livres de escolher quais as sementes.
A colheita é sempre correspondente ao tipo de semente, ao solo, à rega e ao clima.
Se optamos por determinados hábitos familiares, sociais, de trabalho ou de comunicação, são esses que se desenvolvem e dos quais iremos poder recolher os frutos.
E os frutos ou serão maus e nos farão mais omissos ou partidários de algo que estacionará o progresso; ou serão bons frutos e serão aqueles que nos farão felizes e fortes para aceitar a vida.
Aceitar a vida aceitando-a dentro de nós, sabendo ultrapassar tudo pela paciência e benevolência.
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Vincent van Gogh - Canteiros de Flores na Holanda
Imagem retirada da net
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Disse Séneca: Façamos com que a nossa vida, à semelhança dos materiais preciosos, valha pouco pelo espaço que ocupa, e muito pelo peso que tem !
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