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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

31
Jul07

Férias

eva
31 de julho de 2007

Edifício baixo e enorme, corredores largos, salas e divisórias amplas.
Algumas estão atulhadas de móveis, outras vazias ou quase.
São tempos de pequenas obras e limpezas para a próxima época. Deixa-se tudo limpo para ir de férias – mesmo que se não vá e apenas se fique de férias.
Pessoal empregado todo sorridente e a despachar os assuntos de última hora.
E no entanto, felizes os que têm trabalho e saúde para o executar.
- Sim, sim, mas as férias são um relaxar das rotinas. São a expectativa de dias simples e felizes.
- São, digamos, tempo de intervalo prolongado.
- Exactamente. E é tempo também para planos individuais e familiares em novos projectos. Mesmo se renovados, agora ou quando muda o ano no calendário, as pessoas sentem-se com dinâmicas mais arrojadas na sua vida.
- Por mim prefiro a sintonia de viver de modo mais esperançoso, crente que tudo pode ser sempre melhorado. Que sempre advém um ajuste de caminhos, ou de consequências que permitam ultrapassar as deficiências que se vão encontrando.
As férias podem ser um tempo utilíssimo, incluindo tempo para analisar melhor o que se pretende melhorar, para analisar os nossos pensamentos, palavras e acções – assim como se podem sempre melhorar e até, alegrar. A alegria é saúde, também.
E dias melhores virão, porque tudo está sempre em mudança, continuamente.
E já agora: Boas Férias!
.
.  .

La Maison de Vacances.

© Tania Cadio

em http://www.tania-cadio.com/

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30
Jul07

Causa e consequência

eva
30 de julho de 2007

Prédios muito altos, ainda mal iluminados pelo sol que vai nascer.
Toda uma cidade ainda às escuras, com algum movimento típico das madrugadas e o sossego igualmente típico das madrugadas.
O avião vai baixando de altitude e passa rasando os telhados para aterrar com facilidade, apesar do aeroporto ser pequeno.
O pessoal em idade activa de trabalho começa as suas rotinas, em casa abrindo e fechando as janelas, nas ruas a caminho dos empregos.
Também muitos outros chegam agora a casa, cansados dos turnos da noite e desejosos de um ambiente bom para dormir.
Sobretudo nos hospitais o ritmo é acelerado, todas as noites. E todos já contam com isso.
Neste vaivém, no corre-corre casa-emprego-escola dos filhos-casa, esquematizam-se as vidas, repetidamente, durante anos e décadas.
Todos estes afazeres deixam as suas marcas na tela do espaço e do tempo das nossas vidas.
A maior parte de nós não compreende a importância que tem para o nosso futuro a correcção dos nossos pensamentos, palavras e atitudes.
São autênticas gravações em pedra, registos da nossa vida, das opções que tomámos por nós e pelos outros.
Somos causa e consequência de nós mesmos, assim como o sol que vai nascendo e que vai iluminar, cada vez melhor, o que estava na escuridão.
Bendita a luz que nos ilumina!
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29
Jul07

Dois poemas; duas preces

eva
Prece Irlandesa
.
Que a estrada se abra à tua frente,
Que o vento sopre sempre nas tuas costas,
Que o sol brilhe morno e suave na tua face,
Que a chuva caia de mansinho nos teus campos.
E até que nos encontremos de novo,
que Deus te guarde na palma das Suas mãos...
.
May the road rise to meet you,
May the wind be always at your back,
May the sun shine warm upon your face,
The rains fall soft upon your fields;
And until we meet again,
may God hold you in the hollow of His hand.
.
************************************
.
Até ao Fim
( Dom Helder Câmara )
.
Não; não pares.
É graça divina começar bem.
Graça maior persistir na caminhada certa.
Manter o ritmo...
Mas a graça das graças é não desistir,
podendo ou não podendo chegar até ao fim...
.
.
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28
Jul07

Talvez um dia...

eva
28 de julho de 2007

Parecem cortinas finíssimas de cores claras e sobrepostas.
E é por elas que se passa de uma divisão para o exterior, ainda em pedra, para chegar depois a uma espécie de largo ajardinado.
Tudo muito bonito, como nas revistas de decoração.
As ditas cortinas esvoaçam à porta de entrada.
Estão algumas pessoas por ali, em sossego e de ar calmo.
Outras passam como que atalhando caminho pelos seus afazeres.
Outros mais, chegam e vão sendo apresentados.
Pois é, parece que vai haver uma reunião.
Bem, não exactamente, é mais uma palestra, ou aula ou curso. Algo semelhante.
Sem sinal aparente, as pessoas começam a sentar-se viradas para uma zona de topo, que logo a seguir é ocupada por alguns outros – não consigo perceber bem, se três ou cinco.
E o orador principal começa a falar. O silêncio é total. No fim, é dada a possibilidade de esclarecimentos individuais.
Muitos aproveitam para comentar, outros para ouvir e aprender.
No final, todos saem com uma espécie de “rolo” de apontamentos e vão formando logo ali grupos – talvez de acordo com as suas tarefas.
De tudo, o que mais me assombrou foi a ordem e disciplina por um lado e, por outro, o ar calmo e interessado no aprender e nas tarefas destinadas.
- Parece que, de repente, estávamos noutro planeta, não era?
- Talvez um dia se viva assim, com disciplina e interesse pelo que se faz.
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27
Jul07

Sorrisos

eva

27 de julho de 2007

Um arbusto, que se fosse bem podado poderia ser árvore em futuro próximo, mostra belíssimas flores carmim em cachos e quase um em cada ramo.
Ou seja, mostra uma profusão de flores e folhas.
É enorme e está a um canto do edifício. Reparámos nele porque não é usual essa cor carmim nas flores desse tipo de arbusto/árvore.
O arbusto e as flores serviram de conversa nesse passeio pelo jardim.
Acho que se falou de tudo o que se relacionava com o passeio, a família e o jardim.
As pausas eram sobre as plantas, as flores e até sobre a brisa que soprava no caramanchão.
Este é um local agradável e bastante fresco, com bancos e trepadeiras a fazer de parede.
As trepadeiras também são floridas mas sem o carmim.
Formou-se um pequeno grupo de pessoas e a conversa animou-se com todos a querer falar ao mesmo tempo.
Só um homem, já idoso, não falava. No entanto, após dias de muita tristeza, já se notava um ténue sorriso ao ouvir tanta conversa, alguma um tanto disparatada, tanta alegria de quem vive despreocupadamente.
Foi um sinal muito bom de que o instinto e a força vital ainda estavam activos.
Nós, que lhe queríamos bem, ficámos também agradados com os minutos do seu agrado.
É bom, é esperançoso sentir a solidariedade entre as pessoas.
Ajuda quem está no meio da tristeza a conseguir soerguer-se, mesmo que lentamente.

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26
Jul07

Ar de férias

eva
26 de julho de 2007

Túnicas, saídas de praia, vestidos simples e um ar de férias em todos os rostos.
Férias que são momentos para recordar em felicidade.
Fotos, filmes e conversas contribuem para este clima de alegria e descontracção.
Por vezes a doença não deixa descansar no tempo de férias; outras vezes é o horário ocupadíssimo por todos os projectos que ficaram um ano adiados para esse “tempo livre”.
Mas no geral – férias são férias!
Ondas vibrantes de alegria preenchem os nossos pensamentos e todo o nosso corpo reflecte esse bem e alegre pensar.
Era bom aplicarmos essa receita para o resto do ano, mas é evidente que não é fácil.
Só a retoma de horários e preocupações aliadas às tarefas familiares e profissionais já alteram os melhores planos.
No entanto, ano após ano destes bons projectos, algo vai transformando essas rotinas avassaladoras da nossa liberdade.
A idade vai ajudando não só aos cabelos brancos mas a um ritmo mais calmo, a uma paciência mais defendida em prol do nosso bem-estar.
O simples desejo de prolongar o “ar de férias” na nossa vida já é um bom investimento na felicidade.

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25
Jul07

Há flores no ar

eva
25 de julho de 2007

Nos degraus de uma escadaria larga, e a céu aberto, há flores no ar.
São flores grandes e pequenas, de todas as cores e muito variadas na forma.
Parámos no meio da escada para apreciar melhor este autêntico festival de flores.
A beleza e o perfume faziam a escadaria parecer um paraíso e todos tínhamos vontade de ficar ali. Simplesmente estacionados de corpo, parados como estátuas.
As flores, por qualquer efeito de luz, transformaram-se em pontos luminosos, igualmente belos.
Alguém do mundo da moda disse, há já uns anos, que a beleza fazia o espírito voar mais alto, a caminho da sublimação.
Há algo de verdade nesta afirmação porque, efectivamente, a beleza é inebriante para os sentidos e os pensamentos tendem a sublimar-se nas alturas celestes.
Naquele momento, todos experimentámos uma alegria e harmonia no nosso ser que não queríamos que terminasse.
Daí a imobilidade porque nada deveria perturbar esses momentos.
Às vezes pergunto-me como pode a vida ser tão bela, pelo menos... mentalmente.
Talvez seja para manter a fé e a esperança de um dia se conseguir a proeza de prolongar esses momentos eternamente.

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24
Jul07

A lógica do nosso pequeno mundo

eva
24 de julho de 2007

Olhando o horizonte. Entre o azul das águas e o do céu ou entre a linha de uma terra branca como uma nuvem e o céu - são tudo horizontes ou linhas que definem, mais do que dividem, regiões diferentes.
Num desses horizontes vai aparecendo uma luz como se fosse o de uma aurora. Começa por ser um ponto, parecendo uma esfera de luz branca e resplandecente, que vai crescendo com a forma de um semicírculo.
E depois, mais depressa, alastra e tudo fica dentro dessa luz.
Tudo e todos ficamos impregnados dessa luz.
E tudo se modifica em nós, como um transporte a outro mundo ou como uma transformação total.
Nada tem importância a não ser estar e perceber essa luz em nós.
Ser possível ficar com os gestos impregnados da luz ora branca, azul, amarelada, rosada…
Tudo à nossa volta fica sem forma definida, transformando em transparência aquilo que era opaco e consistente.
Nada existe como era.

Todos são agora transparentes com uma leve impressão de contorno.
Alguém perguntou como era possível.
A luz esmoreceu com a dúvida...
Que pena ser ainda tão difícil aceitar o impossível quando é maravilhoso.
Outro dia será melhor, o dia em que a esperança e a fidelidade à superioridade do divino prevaleça sobre a razão e a lógica do nosso pequeno mundo.
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23
Jul07

Pequenos agrados

eva
23 de julho de 2007

Umas canções suaves e melodiosas tocam na aparelhagem – já não se diz “na rádio”.
E são canções modernas! - porque hoje há de tudo na música.
Os conjuntos tanto tocam o impossível como os acordes mais melodiosos e sublimes que se possam ouvir.
Os estilos do passado estão mais ou menos “ao molho” e são tratados por uma coisa chamada sintetizador.
Este faz-me sempre lembrar a comparação feita por um conhecido tenor sobre a capacidade da tecnologia moderna transformar o ladrar dum cão numa voz humana afinada.
Inclino-me a concordar que, hoje em dia, quase tudo é possível.
Mas, voltando à música suave referida no princípio, é daquelas que têm a capacidade de nos remeter a sonhos ou recordações do passado.
Sobretudo as boas recordações. E hoje, num dia ventoso, de chuva e algo agreste, é um bom dia para sonhar no aconchego do sofá.
Pequenos agrados de alguns, como o acrescentar uma leitura despreocupada e o mais agradável possível.
Já agora, mais um pequeno vício – uma caixinha de bombons (e cuidado com o chocolate aquecido ao sol).
E pronto, aí estão dias, como este, complementados com momentos de agrado tão simples – sós ou em companhia, e em qualquer lugar.
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22
Jul07

James Redfield # A Profecia Celestina

eva
22 de Julho de 2007
 
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Descrevia uma nova compreensão daquilo a que, durante muito tempo, se chamara «consciência mística». Nas últimas décadas do século XX, dizia, essa consciência seria divulgada como um modo de ser ao alcance de qualquer um, um caminho perfeitamente utilizável, como fora demonstrado pelos mais esotéricos praticantes de muitas religiões. Para a maioria, esse estado de consciência continuaria a ser um conceito intelectual, um mero tema de conversa e de discussão. Mas, para um número crescente de pessoas, iria tornar-se experimentalmente real: no decorrer das suas vidas, experimentariam esse estado de consciência. Mas o Manuscrito dizia ainda que esse estado de consciência era a solução para pôr termo aos conflitos humanos no mundo. E porquê? Porque, durante tais experiências místicas, iríamos receber energia de uma outra fonte, fonte de que aprenderíamos a servir-nos sempre que quiséssemos.
Parei de ler e olhei, de novo, para o jovem padre. Tinha aberto os olhos e parecia estar a fitar-me. Acenei com a cabeça, embora, àquela distância, houvesse pormenores do seu rosto que me escapavam. Para surpresa minha, acenou-me também e sorriu ao de leve. Depois, levantou-se e dirigiu-se à casa. Evitou sempre o meu olhar enquanto eu o observava a atravessar o pátio e a entrar no edifício.
Ouvi atrás de mim ruído de passos, voltei-me e vi Sanchez a sair da igreja. Sorriu ao chegar ao pé de mim.
– Foi rápido – disse ele. – Gostaria de conhecer melhor o lugar?
– Claro que gostaria – respondi. – Fale-me daqueles recantos ali, onde se sentam. – E apontei para a zona onde estivera o jovem padre.
– Vamos até lá – disse ele.
Enquanto íamos andando pelo pátio, Sanchez contou-me que a missão existia há quatrocentos anos e que fora fundada por um missionário vindo de Espanha, que achava que a maneira de converter os índios autóctones era pelo coração e não pela força das espadas. O método resultara, prosseguiu Sanchez, e esse êxito ficara a dever-se, em parte, ao facto de a missão estar isolada, o que permitira que o padre realizasse o trabalho à sua maneira.
– Continuamos a sua tradição. Continuamos a tentar olhar para dentro de nós, em busca da verdade – disse Sanchez.
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in "A Profecia Celestina"
de James Redfield
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