Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

31
Mai07

Perfume de jacarandás

eva
31 de maio de 2007

Estou caminhando por uma alameda de árvores altas, cheias de florinhas lilases e que parecem jacarandás.
Deixam o ar perfumado que é um encanto.
Um encanto é também estar aqui a desfrutar este pedaço da natureza, mas o tempo de intervalo está a escassear.
Ali à direita estão dois rapazes a jogar ping-pong de modo improvisado aproveitando, a seu modo, o intervalo.
Mais além está um grupinho na conversa, também à espera de recomeçar o trabalho.
Enfim, de modos diferentes todos tentam distrair-se nos minutos entre os turnos do trabalho.
E também estão por aqui os mais tristonhos, angustiados, com problemas aparentemente sem solução.
As polaridades ou os extremos fazem parte de todos nós.
A esperança e a fé ajudam a quem a tem, especialmente nesses momentos (de dias, ou meses, ou anos...) mais difíceis.
Felizes daqueles que se amparam às boas ideias e pensamentos, ligados ou não à religiosidade de algo superior e divino sobre nós, porque é a qualidade dos pensamentos que fortalecem a personalidade e o modo de viver do indivíduo.
Flores, perfumes, a beleza da natureza, na sua imensidão de variantes e de espaços, estão em nosso redor oferecendo um ambiente melhor e fazendo-nos bem nos poucos minutos que, por vezes, temos para desfrutar da sua ambiência.
Acontecem trocas constantes de oxigénio mental e físico entre nós e o ambiente.
Felizes os que podem estar ao ar livre e partilhar os bens da natureza em paz.
30
Mai07

Sociedade de consumo

eva
30 de maio de 2007

De visita a um casal amigo, um casal mais jovem comenta as dificuldades de concentração na vida moderna.
- Não sei se é deste corre-corre em que as pessoas andam, ou se é de poder escolher fazer tanta coisa ao mesmo tempo…
- Pois é isso que parece! As pessoas não sabem o que querem!
- A bem dizer, nem precisam escolher. Vem tudo parar à mão!
- Ou às prateleiras das lojas.
- Sim, até o que nem se imagina lá está e com tão bom aspecto que alicia qualquer um para a compra.
- Então é por isso mesmo que se chama “sociedade de consumo”, porque se consome sem precisar.
- É isso! Temos tanta tralha que nem precisamos, mas temos, pronto!
- O mais grave é que as nossas cabeças se desabituaram de pensar o que é importante, e ocupam-se a pensar no que é dispensável, e até estéril, para a nossa vida.
- Pois é! E depois os pensamentos formam castelos de ilusões.
- Mais grave que isso! Reagem conforme as ilusões que criaram e alteram as suas opiniões, sem reflectir sequer.
- Parece uma doença desta época! O pensamento inconstante e ilusório, sem qualquer reacção, da nossa parte, ao que pensamos.
- Na maior parte das vezes nem damos por isso! É a futilidade que se instala devagar e depois obscurece a mente por completo.
- Estou a ver! Lá terei de deixar de usar a calculadora por tudo e por nada.
- É um começo. A seguir escolhe o que precisas. Senão, talvez sim… ou talvez não!
29
Mai07

Regresso

eva
29 de maio de 2007

Estavam várias pessoas de bata branca numa sala, também igualmente branca como de hospital, sem móveis a não ser uma cama de ferro e uma mesa-de-cabeceira também de ferro.
As pessoas rodeavam uma senhora adulta de aspecto forte e de ar nada doente. No entanto parecia estar a sentir um cansaço extremo porque mal falava e toda ela parecia em câmara lenta.
Eis que chega uma rapariga que se aproxima da cama devagar e olhando-a com todo o carinho, lhe pega nas mãos e entrelaça-as nas suas.
Parece que vai chorar, mas segura as lágrimas nos olhos e a tremura das palavras, para ir falando com calma e boa disposição.
Vai falando das novas técnicas e produtos, das novidades dos computadores, de tudo o que a tal senhora poderá encontrar daí a algum tempo.
Das lojas que agora estão juntas em centros comerciais, das serras, dos campos, da neve e do calor, das praias…
A senhora parece esboçar alguns sorrisos, conforme vai ouvindo as palavras.
A rapariga continua a falar devagar sobre música, arte, beleza e tudo o que se vai lembrando de agradável.
E a senhora, em paz, parece transformar-se, como que encolhendo.
O tal pessoal de bata branca acode-lhe, rodeando-a.
E ela encolhe tanto que parece transformar-se em bebé minúsculo.
A voz da rapariga, agora sentada a um canto da sala, continua a soar na cabeça do bebé, do tamanho de um recém-nascido ou talvez ainda mais pequeno.
- E depois, 'vó?
- E depois a rapariga abraça-a, como tu agora me estás a fazer, e a bebé chama-lhe 'vó!
28
Mai07

Ingratidão?

eva

28 de maio de 2007

- Hoje estou pasmada em mim, ou seja, estou deprimida!
- Essa é boa. E porquê?
- Ora, se eu soubesse, se calhar já não estava! Estou naqueles dias em que acho que ninguém se lembra que eu existo, que todos me prejudicam porque não ligam ao que eu sinto, etc. etc.
- Hum… e já pensaste que, se calhar – é até o mais provável – é seres tu a que não está a pensar em mais ninguém senão em ti própria, nos teus sentimentos?
- Eu? Então eu tento fazer sempre o que os outros precisam, e mesmo cansada não paro nem descanso, até que esteja tudo bem!
- Vamos lá ver isto outra vez! Preparas o que tu achas que eles precisam. Tens a certeza que o que tu fazes é o que eles querem, o que eles necessitam? Se calhar até é um aborrecimento ter as coisas feitas ao teu modo e não ao deles.
- Isso parece-me um disparate! Estou a referir-me à família, à casa, aos colegas de trabalho, pessoas com quem lido todos os dias. E não achas que já os conheço bem?
- Depende! Podes estar a preencher nelas o que tu achas que lhes faz falta. Ou já as ouviste referir essas necessidades que consideras ser as mais importantes?
-?!? Bem…
- Também me queria parecer! Experimenta deixá-las com as suas “faltas que tu achas” e desfrutar em conjunto os tempos em que podem estar juntos. E sobretudo, tenta viver os teus tempos no teu espaço. Dá espaço aos outros para livremente se juntarem, ou não, ao teu exemplo. Assim! Simplesmente! Vivendo!
- Olha… pelo menos, a depressão passou!

27
Mai07

Raoul Follereau # Mensagem à Juventude do Mundo

eva
27 de maio de 2007

Mensagens de Raoul Follereau  in “ O Livro do Amor”

………………………….....................................
Não se trata de enxugar uma lágrima: é demasiado simples. Nem de sentir compaixão por uns instantes: é demasiado fácil.
Trata-se de tomar consciência e não aceitar mais.
Não mais se contentar de girar à volta de NÓS MESMOS – dos NOSSOS – à espera da NOSSA pequena porção de Paraíso.
Recusar-se a continuar uma sestazinha cómoda, enquanto à nossa volta há gritos e desespero.
Não aceitar mais esta forma de existência que é uma perpétua renúncia do homem…
Não aceitar mais um cristianismo negativo que os pequenos burgueses da eternidade asfixiam num labirinto de fórmulas e interdições.
Não aceitar mais ser feliz sozinho.
Diante da miséria, da injustiça, da cobardia, nunca renuncieis, nunca caiais em compromissos, nunca recueis. Lutai, combatei.

Mensagem à Juventude do Mundo – 1961
.

Sede intransigentes com o dever de amar.
Não cedais, não transijais, não recueis. Ride na cara de quem vos falar de prudência, de oportunidade, de quem vos aconselhar a «manter a balança em equilíbrio», esses mesquinhos campeões do «meio termo».
E depois acreditai sobretudo na bondade do mundo. Há no coração de cada homem tesouros prodigiosos: compete a vós descobri-los.
A maior desgraça que vos pode suceder é não serdes úteis a ninguém, é a vossa vida não servir para nada.
Sede orgulhosos e exigentes. Conscientes do vosso dever de construir a felicidade de todos os homens, vossos irmãos, não vos deixeis enterrar nas areias movediças das veleidades e dos impossíveis. Lutai, de cara descoberta. Denunciai em voz alta. Não permitais trapaças à vossa volta. Sede o que sois e saireis vitoriosos.

Mensagem à Juventude do Mundo – 1962
.
26
Mai07

Pelo sonho...

eva

26 de maio de 2007

- Os contentores estão fechados e com trancas!
- Também estão cheios de limos de algas. Estiveram na água?
- Até parece! Mas deve ser só humidade! O metal está escorregadio mesmo onde não tem limos.
- Para o caso tanto faz! Eh! Ou é da minha vista ou pareceu-me ver ali olhos a espreitar. Naquele ali, não vês? O mais alto e estreito!
- Com estas ferramentas vamos tentar abrir o que pudermos!
- Então vamos a isso! Já está! Olha, é uma rapariga, e outra, e um rapaz…
- Estão meio desmaiados, vamos levá-los para o hospital.
- Já agora vemos os outros!
- Os restantes são carga…
- Está aqui outro semelhante! Vamos lá! Vês? Mais raparigas e rapazes!
- Temos é de chamar ambulâncias que isto está muito complicado!
- E são de onde?
- Sei lá! Ainda não disseram palavra!
- O que são de certeza é  viajantes carregados de fome, de sede e de esperança...
- Pelo aspecto já passaram mais que muitos, que se dizem de vida muito vivida.

- Coitados… meio mortos! Neste caso, o sopro da vida deve ser mesmo o da esperança!
- Às vezes só mesmo a força da esperança e da fé é que mantém as pessoas vivas!

26
Mai07

Registo

eva
****************************************
.
Muito obrigada à equipa do SAPO que entendeu dar um destaque a este espaço. Sendo este blog uma espécie de diário daquilo que eu “vejo e sinto” sem quaisquer preocupações de actualidade (apenas diferente aos Domingos em que é escolhido um texto de autor), só posso agradecer a amabilidade. Aqui fica o registo e a todos muito obrigada!
.
****************************************..

25
Mai07

Grupo de trabalho

eva
25 de maio de 2007

- Olá, tás bem? Há tantos meses que não nos víamos!
- É verdade, o tempo continua a voar…
- Pois, já não sei bem, mas acho que foi desde aquele grupo de trabalho...
- Acho que sim! Bem, um grupo de trabalho que não mostrou trabalho nenhum!
- É o que faz tanta mania administrativa! Fazia lembrar a anedota dos remadores da canoa que todos queriam coordenar e nada de remar.
- Às vezes, ou se calhar quase sempre, a mania das formalidades empecilha a produção do próprio trabalho.
- O mais ridículo de tudo é que, neste caso, os trabalhadores tinham o trabalho feito mas não havia a quem o entregar.
- Sim, sim, eu lembro-me. Os coordenadores desapareceram e foi desmarcada a reunião da entrega das partes trabalhadas e da avaliação teórica do texto conjunto.
- Incrível como as manias pessoais conseguem anular tanto trabalho.
- A questão é sempre a mesma e já está estafada de tão velha: enquanto as pessoas não cederem das suas pretensões em favor do bem maior do grupo, não há produção de nada.
- É! Só se guerreiam e escudam uns nos outros.
- Para aproveitar alguma coisa ou para fazer um bom trabalho é preciso, sem dúvida, “querer dar”, mais que “querer receber”.
- O engraçado é que depois, sem pretender receber, a maior parte das vezes recebe-se e muito.
- Se é! Bom, até qualquer dia e haja a esperança de que tudo se resolva pelo melhor.
24
Mai07

O pormenor e o todo

eva
24 de maio de 2007

Numa exposição de arte, pintura e escultura, duas pintoras vão parando e observando cada obra com toda a minúcia.
- Esta, da paisagem com as pessoas em alegre piquenique, dá-me vontade de entrar lá e juntar-me ao grupo.
- Já não se usa esse realismo todo. Até parece mal, tanto pormenor.
- Que disparate! A arte e os estilos, quando têm qualidade, não passam de moda. Eu gosto do realismo.
- Bem que eu te digo que esse é um dos teus problemas. Agarras-te a pormenores que só distraem da noção de conjunto.
- Mas a noção de conjunto só existe por causa da soma dos pormenores.
- Ai, ai, ai! Por vezes os pormenores alteram a ideia da pintura. Algumas pessoas, ou porque gostam, ou porque desgostam, ficam a olhar para um determinado pormenor e dali já não conseguem avançar para ver mais nada.
- Tudo é possível ser ultrapassado, de ser transformado.
- Ah sim? Então por exemplo: este fato é garrido e tem estes desenhos ainda mais chamativos. Como é possível ultrapassá-los, podes dizer?
- Ora, inventa que ele é uma túnica em tecido muito fino e vaporoso. A figura é logo outra se esbateres a mesma cor nesse esvoaçar do tecido.
- Visto assim, é verdade, fica outra. Mas também digo que é preciso ter essa tua capacidade. A maior parte das pessoas não consegue soltar-se das amarras do pormenor para atingir o todo que o artista previu na sua obra.
- O que interessa é mostrar o nosso melhor e partilhá-lo com os outros.
23
Mai07

Fugir da vida

eva
23 de maio de 2007

- Aquele homem que vês ali, andando por aquele carreiro, paralelo à estrada, está cada vez mais curvado…
- Pois está! Mas não é o que anda sempre de bicicleta?
- É, é, tens razão! Acho que nunca o tinha visto a pé! Mas onde eu queria chegar era ao curvado que ele está, cada vez mais acentuado!
- É do quê? Da bicicleta?
- Não sei, mas deve ser duma posição errada ao longo de muitos anos.
- Há outras coisas que fazem curvar assim!
- Sim, sim… nem sei o que é melhor! Se andar a pé ou de bicicleta! 
- Eu estava a referir-me a problemas mentais, mais do que físicos. Estava a pensar nos problemas derivados de factores de personalidade.
Explicando melhor: as angústias, os pesares ou desgostos que se pensam e recordam a todo o momento, fazem a pessoa querer mais olhar o chão que o azul do céu.
- Já ouvi dizer que a reacção mais vulgar é afundar-se em si mesmo. Ou por pena do seu próprio sofrimento ou pelo isolamento a que se vota, convencido que ninguém o compreende.
- É verdade! E nessas casos as pessoas curvam-se demasiado, como se quisessem fugir constantemente.
- Fugir da vida, será?
- Não! Fugir da luz, isso sim, porque a luz é sempre sinónimo de esperança e de oportunidades novas. E essas pessoas já não lutam e já não querem receber a luz da sua vida.
- Que pena! Porque todos os dias temos uma nova luz e, realmente, cada novo dia acaba por ser uma nova oportunidade de vida.

Pág. 1/4

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Simpatias recebidas

@@@@@@@@@@@@@@@ Campanha da Amizade, amizade de Aida Nuno @@@@@@@@@@@@@@@ É um blog muito bom, sim senhora! , amizade de Coffee Cup @@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Dardos, amizade de Lady Magenta, poetaporkedeusker, Velucia @@@@@@@@@@@@@@@ Blog de Ouro, amizade de poetaporkedeusker, Maria José Rijo, Velucia @@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Magic Blog, amizade de Maria José Rijo @@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Seu Blog tem Néctar, amizade de poetaporkedeusker @@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Mimo Samoga, amizade de poetaporkedeusker @@@@@@@@@@@@@@@ Prémio Medalha de Ouro, amizade de poetaporkedeusker @@@@@@@@@@@@@@@ Selo Best Blog, amizade de Alice Alfazema

ESCRITOS de EVA

Bem vindos! Namastê!

Reflexão

Aquilo que pensas ser o cume é apenas mais um degrau - Séneca

Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2009
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2008
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2007
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2006
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D