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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

10
Abr07

Céu

eva
10 de abril de 2007

Parece um quarto no céu. Ela está na cama, velhinha, com as faces rosadas do calor do cobertor eléctrico e do quarto que também parece aquecido.
Os seus gemidos tornaram-se suspiros e o seu respirar ofegante é agora leve.

Parece sorrir, mas está apenas a dormir e deve sorrir em sonhos.
O quarto está todo rosa pálido e branco, como ela gostava.

A janela enorme deixa entrar a luz quebrando-lhe o brilho, o que a torna suave.
Está aconchegada com almofadas e os sonhos devem ser agradáveis porque continua a sorrir.
Ah! Trouxeram flores!

E tantas… pena que ela não as consiga ver. Está tudo tão lindo!
Pena que continue a dormir e não veja.
Parece que ela também está no céu.
- No céu da nossa imaginação?
- Para quem acredita está no céu, para quem não crê, é a imaginação a divagar.
- E ela?
- Ela acredita.
- Então está no céu divino em que ela acredita!
09
Abr07

Ambiências

eva
9 de abril de 2007

Uma sala com imensas flores vermelhas a esvoaçar ou a flutuar no ar.
Movem-se devagar de um lado para o outro, ora subindo, ora descendo.
Lindo, lindíssimo de ver!
São envolvidas por pequenas estrelas douradas que as acompanham nos seus movimentos.
A sala agora está vazia mas, mais logo, vai ter gente para ouvir uma conferência.
Pergunto-me se elas verão a sala como eu, porque apenas basta estar atento.
Isto é engraçado. É uma visão paralela: é como uma projecção de fundo na sala onde as pessoas vão entrando e inter-relacionando com o tal paralelismo.
Costuma dizer-se que basta um que perceba e já foi útil o trabalho.
Toda esta beleza e grandiosidade pode ser dada também por efeitos de projecções computorizadas que, sem grandes custos, fazem milagres.
Por outro lado, faz pena se as pessoas não as observarem.
Acima de tudo, deveriam gostar de pertencer por algumas horas a este ambiente, tão florido e cheio de cores.
Lindíssimo, não me canso de o repetir e de olhar para isto tudo.
Até a sala parece grandiosa.
Há pessoas que têm o dom de embelezar tudo aquilo em que tocam.
Um dom de harmonizar tudo e todos.
Felizes os que convivem com pessoas assim!
08
Abr07

Manuel Maria Barbosa du Bocage # À Paixão de Jesus Cristo

eva
8 de abril de 2007

O filho do grão rei, que a monarquia
tem lá nos céus e que de si procede,
hoje mudo e submisso à fúria cede
de um povo, que foi seu, que à morte o guia.

De trevas, de pavor se veste o dia,
inchado o mar o seu limite excede,
convulsa a terra por mil bocas pede
vingança de tão nova tirania.

Sacrílego mortal, que espanto ordenas,
que ignoto horror, que lúgubre aparato!...
tu julgas teu juiz!... Teu Deus condenas!

Ah! Castigai, Senhor, o mundo ingrato;
caiam-lhe as maldições, chovam-lhe as penas,
também eu morra, que também vos mato.
.

“Poesias”; ed. Inocêncio da Silva
In “ A Paixão de Cristo na Poesia Portuguesa”
de António Salvado

07
Abr07

A consciência de si

eva
7 de abril de 2007

A consciência de si mesmo tem dado origem a livros, filmes, congressos, cursos, discussões e sei lá que mais.
Parece que é, hoje em dia, um tema eleito pela maioria das pessoas.
Parece haver, efectivamente, um sentimento comum de preocupação pela vida e pela existência de cada um.
No entanto, e ao mesmo tempo que se reforça esta consciência, há bebés que adoecem porque ninguém prescreve a alimentação adequada, quando o leite materno não serve.
Há trabalhadores que, ao comprazerem-se a andar de bicicleta nas poucas horas vagas que têm, são atropelados por condutores que os relegam para estados de coma ou paralisados numa cama de hospital.
Há propaganda em que se preconiza a arrogância em vez da caridade e respeito por todos os seres vivos.
De qualquer modo, é bom haver já uma consciência social que defende o progresso moral, pois o “bem” chegará a “melhor” se for impelido pelo estandarte da verdade e da paz.
Os direitos só existem se os deveres forem cumpridos por cada um.
O sentimento de responsabilidade e a tolerância ajudam ao entendimento entre todos.
Não podemos esquecer que, se não forem as regras morais a guiar as pessoas, o ser humano pode voltar a animalizar-se.
E, note-se, os animais também estão a progredir na sua escala evolutiva.
Deseja-se sempre uma consciência colectiva pela paz e progresso de cada um, para o bem-estar de todos.
06
Abr07

Ilusões mentais

eva
6 de abril de 2007

Uma parede com uma fiada de máscaras carnavalescas, em loiça, junto a um dos cantos da janela e na vertical.
Eu sei que são máscaras.
Mas, por vezes, parecem-se com caras de pessoas.
As fitas coloridas e as pinturas que lhes dão um ar alegre e até elegante, mudam também de cor e ora lhes dão um ar alegre, ou sério, ou triste.
Tenho a sensação que só eu as vejo de modos tão variados, porque os outros nem reparam na tal fila de máscaras.
Acho que também é só para mim que a parede oscila para lá e para cá.
A janela às vezes está sempre fixa e parece então sempre igual.
Mas a paisagem que vejo através dela já difere muito.
- Não, não! Não é a minha disposição, alegre ou triste, que influencia estas ilusões!
- Ilusões mentais… isso é um disparate! E comportamento desequilibrado ainda é disparate maior!
- Nem pensar! Sou pacífica, de bons hábitos e de rotinas equilibradas!
- Remédios?
- Não tomo habitualmente. Só quando preciso!
- Por exemplo?
- Olhe, tomo para dores de estômago, dores de cabeça ou de barriga, ou de garganta. Dessas coisas… ou gripe…
- Bebe, fuma? Dietas?
- Não! Não bebo nem fumo! Nem durmo nem acordo de modo diferente. Tenho horários vulgares; e não faço dietas!
- Vai ter que fazer uns exames!
- O quê? Posso fazer exames médicos mas lá fora! Não quero ser internada num hospital para os fazer só porque não sabe o que eu tenho.
- Não precisa ser violenta!
- Não sou violenta! Até sou passiva! Mas sei o que quero! Neste caso, o que não quero!
- Ah, sabe escolher?
- Sei escolher, sim! Chama-se a responsabilidade do livre arbítrio!
05
Abr07

Quem não pode, não tem!

eva
5 de abril de 2007

Toldo a proteger a entrada de um café.
- Vamos lá, está mesmo a apetecer qualquer coisa quente!
- Nem penses, não temos dinheiro!
- Então vamos lá dentro só um pouquinho, para aquecer!
- E dizemos o quê?
- Sei lá! Procuramos alguém e como não está, saímos!
- Que disparate!
- Apetece-me tanto um calorzinho! Estou gelada!
- Estás sempre gelada, haja calor ou frio.
- Então vou eu… Uma vergonha! Não estava ninguém e, ainda por cima, não estava aquecido!
- Palerma! Vamos mas é caminhar mais depressa e na direcção de casa, que havemos de chegar lá bem quentes!
- Que remédio! Mas olha que apetecia mesmo uma coisa quente. Uma torradinha e um leite com chocolate.
- Nem penses! Quem não pode, não tem! Quanto mais pensas, mais queres!
Pensa em algo útil como, por exemplo, onde estamos? Desta vez, acho que nos perdemos mesmo! Tu e as tuas caminhadas “à aventura”! E depois ainda queres torradas e chocolate, com a carteira em casa.
- Mas que mau feitio! Vou mas é descansar aqui e pode ser que consigamos orientar-nos.
- Também podíamos perguntar a quem passa. E ao primeiro que passar porque também estou cansada!
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

- Se forem por esse caminho estreito, cortam imensos quilómetros e estão lá daqui a uns minutos.
- Vês que até pessoas de aspecto carrancudo gostam de ser úteis?

- Sim sim, vamos mas é andando para casa.
04
Abr07

Exacta...mente

eva
4 de abril de 2007

- Aquele que ali vai é o meu marido!
- Não pode ser. Ele não está por aqui! Está a trabalhar!
- Então eu não haveria de conhecer o meu marido?
- Digo-te que não é ele!
- Olha lá, se é o meu marido, quem é que sabe dele?
- Serias tu. Mas como a tua vista já não vê bem, estás a confundir as pessoas.
- Não estou nada! Aquele modo de andar, a figura e… olha, aquele casaco é o dele.
- Ai, ai, ai! Telefona-lhe a ver se aquele ali atende ou se atende noutro lado!
- Olá! Onde estás? Ainda? Não, só queria saber onde estavas…
- Eu não te disse? É por essas e por outras que ocorrem as difamações a pessoas de bem.
- Eu não estava a difamar ninguém! Até estava feliz de o poder encontrar assim, a meio do dia, de surpresa.
- Tu não o fizeste mas outros, mais impulsivos, poderiam não poder, ou querer, confirmar. E há pessoas muito parecidas. E casacos iguais…
- ‘tá bem, é preciso confirmar sempre o que parece ser, se não as ilusões podem tomar conta da mente!
- Exacta…mente.
03
Abr07

Salão real

eva
3 de abril de 2007

Sala real, ou seja, um salão enorme em largura, altura e, claro está, também em comprimento.
Donde estou, mal consigo ver os pormenores da outra extremidade. Fizeram-me sinal para esperar.
Tapeçarias e quadros a óleo, muitos quadros, forram as paredes.
Banquetas forradas estão ao longo das paredes, nos intervalos dos quadros, das tapeçarias e das janelas, também enormes.
Dourados por todo o lado. Parece que as madeiras só conhecem essa cor de tinta. No chão estão tapetes persas, rectangulares e em forma de passadeiras.
Das portas laterais surgem algumas pessoas que parecem ser os serviçais.
Passam por mim e devo ser-lhes invisível, porque não se desviam e nem olham para mim.
Doutra porta fazem-me sinal para ir naquela direcção.

Mas não me apetece nada. Gosto de estar ali.
Ainda não vi tudo e, donde me acenam, está tudo escuro.
Ali, ao contrário, estão luzes acesas.
Não parece a electricidade, mas ilumina de modo igual ou melhor.
Insistem comigo porque é para ir visitar as adegas.

Mas eu nem gosto de vinho e até enjoo com o cheiro das adegas…
Prefiro, sem dúvida, um refresco ao ar livre!
- Ao ar livre? Mas está a chover!
- A chover? Aqui dentro?
- Aqui? Não! Lá fora. Não vês?
- Ohhh! Tinha um vestido tão lindo!
- Tinhas? Onde?
02
Abr07

Orgulho e preconceito

eva
2 de abril de 2007

Eu fui lá, a sala estava lindíssima, toda iluminada e preparada como se fosse de festa.
E estava eu a entrar e a ver tudo atentamente, admirado com toda aquela transformação, quando o vi.
Hesitámos, até porque, pelo menos a mim, parecia-me que era ele mas, após tanto tempo, poderia não ser.
E ele, após os primeiros momentos, sai que nem uma bala do canto da sala onde estava sentado, e vem ter comigo.
Confesso que me assustei com aquela velocidade e saí logo, antes que ele me pusesse fora.
Afinal de contas a casa era mais dele que minha, ao fim de tantos anos de afastamento.
Mas nem consegui dizer-lhe que apenas queria desejar-lhe felicidades, que as ofensas já lá iam e que talvez pudéssemos simplesmente esquecer esses tempos.
O tempo agora era de felicidade para ambos e talvez pudesse ser felicidade repartida. No fundo, esquecer o passado infeliz e dar uma oportunidade, a cada um, de ser livre.
Mas não! Ficou à porta até que eu saísse do horizonte.
Fiquei triste! Nem foi tanto por mim, foi até mais por ele. Por ver nele todo aquele rancor acumulado. Acho até que se transformou em pedra, de tanto resistir ao tempo.
Deu-me pena o relembrar que uma amizade tão boa foi destruída por pormenores que nem sequer eram verdade.
O orgulho ultrapassou essa amizade, partilhada até com os filhos de ambos.
O orgulho é um sentimento tão subtil que chega a mascarar-se de auto defesa.
É um engano maior que os enganos mais conhecidos!
01
Abr07

Oração de S. Francisco de Assis

eva
1 de abril de 2007

Senhor:
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz!
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais.
Consolar, que ser consolado.
Compreender, que ser compreendido.
Amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna! 
.

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