06
Nov06
Logo se vê...
eva
Enfim, qualquer coisa, menos estar ali.
E saiu finalmente. Acabou o trabalho.
E saiu finalmente. Acabou o trabalho.
Estava desgostosa com ela mesma.
Ia terminar o prazo do contrato e propuseram-lhe outros termos.
Menos uma hora, algumas regalias mais e menos uma folga por semana.
Era um impulso do tempo. Tempo em que tudo lhe corre de revés.
Era um impulso do tempo. Tempo em que tudo lhe corre de revés.
Não quer e diz que se vai embora.
Hoje, quase na altura da data da decisão, pensa melhor e não sabe o que vai fazer.
Hoje, quase na altura da data da decisão, pensa melhor e não sabe o que vai fazer.
Na sua idade já não é fácil, e a vida envelheceu-a ainda mais.
Está sozinha, viúva recente e os filhos criados.
Vai para a terra onde nasceu, talvez, mas vai fazer o quê?
Vai para a terra onde nasceu, talvez, mas vai fazer o quê?
Lá não há nada, só casas e lavoura. Ela não sabe nada daquilo.
E já se habituou à cidade. Como fazer?
Durante um ano tem o fundo de desemprego. A seguir, logo se vê.
Durante um ano tem o fundo de desemprego. A seguir, logo se vê.
Se calhar, vende esta casa que lhe ficou paga pelo seguro do marido.
Já lhe dará para ir então para a terra e arranjar uma loja.
"Não sei, logo se vê o que aparece. Logo se vê..."
O futuro a Deus pertence e a esperança não morre.
O futuro a Deus pertence e a esperança não morre.
E lá vai ela, rua fora, respirando fundo.
A vida dá volta nela, mas ela ainda tem forças para dar uma volta à vida. Oh! se tem...
A vida dá volta nela, mas ela ainda tem forças para dar uma volta à vida. Oh! se tem...