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Escritos de Eva

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Eva diz o que sonha (e não só) sem alinhamento a políticas ou crenças conformes às instituições que conhecemos. Momentos de leveza, felicidade ou inspiração para melhorar cada dia com bons pensamentos. Um texto, uma imagem... para todas as idades

Escritos de Eva

30
Set06

Adultos

eva
30 de setembro de 2006

Mais um dia de praia. Areia limpa, chapéus de palhinha, toldos e chapéus de sol. Espreguiçadeiras por toda a praia.
Rampas abertas para as embarcações de praia e que alguns barcos aproveitam.
Ao longe os batéis e barcos de pesca. Na praia, três ou quatro famílias a gozar férias ou folgas do meio da semana.
Que sossego. Água a subir no encher da maré. Areia branca em água transparente, a ondular levemente.
As ideias voam. Voam para a escola onde estão os filhos. Será que levaram tudo na lancheira... e os fatos de ginástica estariam bem... pareciam curtos... os ténis desatados ainda os fariam tropeçar, mas agora gostavam  assim...
Ali aquele menino fazia lembrar o seu, quando mais pequeno. Crescem tão depressa... tanta coisa para fazer e dizer... que fica a pairar no tempo.
As escolas, melhor ou pior, vão aculturando os jovens "homens de amanhã".
Hoje são sítios instáveis a até de acesso perigoso. Mas esse perigos sempre existiram.
A questão é que éramos um todo menos numeroso que hoje. Mas a percentagem de perigo deve continuar intacta.
A outra questão é que isso significa falta de evolução na segurança.
Falta de disciplina ou liberdades pouco dignas.
A dignidade da pessoa, e mais ainda da criança, deveria já ser, neste milénio, uma condição primordial. Condição "sine qua non" das sociedades.
Como dotar as crianças de moralidade, se os adultos não lhes conseguem garantir, nem sequer dar exemplo, dessa condição?
Como dotar as crianças de integridade e esperança para elas próprias e seus semelhantes se, no particular da sua casa, isso não acontece e, no geral da sua cidade, é igual?
Que dose de ideias civilizacionais pode a escola dar que equilibre as famílias mais pobres de sentimentos?
Que adultos somos todos se não dermos o exemplo do que criticamos e exigimos?
Felizes os que conseguem ultrapassar estas situações. Felizes os que se cruzam com estes.
Felizes seremos todos ao sermos melhores a cada dia.
29
Set06

Viver

eva
29 de setembro de 2006

Um ramo de árvore partido. Deixou um lenho grande e bem visível até ao longe.
Mas ao mesmo tempo outros ramos, pequenos e novos, renascem rápido em direcção ao céu, à luz e ao calor do sol.

Com o tempo, o lenho cicatriza e outros ramos pequenos o encobrem dos olhares curiosos.
Uma criança fala com esta árvore como se fosse um amigo da mesma idade.

Traz para junto dela os brinquedos, conta-lhe as histórias que inventa e confia-lhe a sua vida agitada, apesar de ser criança pequena.
Viver, novo ou idoso, é sempre uma experiência, um esforço diário. Tentativas de ir mais além de si mesmo.
Uma concorrência e competição consigo próprio, antes mesmo de competir com outros.

Conseguir mostrar essa criança de nós. Essa infantilidade de se dar a tudo o que a rodeia e que gosta.
Essa capacidade de entregar os brinquedos que gosta para partilhar com outros.
Em cada um de nós há seguramente um modo de viver mais livre, mais cordial e mais feliz com os outros. Começando pelos da própria casa, a família mais chegada. Pelos amigos e vizinhos.

Pelos colegas de profissão. Pelos desconhecidos.
À nossa volta começa a florir uma nova consciência e ser. Uma nova integração no mundo que nos rodeia. Acima de tudo, no mundo a que nos damos com toda a nossa integridade.

Faculdade que permite até estar nesse mundo, na medida da força da nossa presença.
A árvore vai crescendo. A criança vai passando por ela e evoluindo também.

A diferença é que ela não é esquecida e quer, até, lembrar-se para sempre da sua infância feliz.
Porque a felicidade é para ser recordada.
Na velhice quando já tudo é rotina e o corpo pouco se mexe, são as recordações felizes que alimentam o coração.
É preciso lembrar sempre a felicidade.
E, sobretudo, não a deixar passar despercebida.
28
Set06

Liberdade

eva
28 de setembro de 2006

Liberdade, segundo Quino, cartoonista, é ainda uma criança que precisa de cuidados constantes.
Para outros, é sinónimo de coragem, de seguir em frente - sempre em frente.
Para todos tem significado. Seja por viverem em paz, seja por viverem em tempo de guerra, seja por estarem perturbados em tempo de perturbação.
Hoje telefonei-lhe e disse-me que não estava melhor. Aliás até iria ser novamente operada.
A cirurgia era já nos próximos dias. Para ela a liberdade era poder escolher.
Escolher só por ela própria. Mas atenta à família que formou.
Tinha que ter em conta a responsabilidade.
A operação era uma hipótese de sobrevivência e de acabar as suas tarefas.
Um colega de trabalho, há já uns anos, dizia ter sido a herança dos pais uma privação da sua liberdade. Precisava administrar o que nem sabia fazer de si mesmo. A sua vida era um caos.
Mas sentia-se livre nessa altura do seu caos.
Liberdade simplesmente provoca leveza. Pairar acima desta vida.
Voando por cima das preocupações de dinheiros, saúde e de todas as coisinhas do dia-a-dia.
Mas liberdade consciente não é relaxe nem desobrigação.
É não levar tanta importância para o que amanhã vai com o vento.
Tudo o que temos vai e passa de geração em geração.
Porém há algo muito importante que fica. A convicção que fizemos o melhor de nós mesmos em tudo o que tocamos.
Deixar de nós e da nossa presença uma recordação agradável é talvez o que de melhor podemos fazer em cada dia. O mais, ainda é sempre um bom acréscimo.
Liberdade poderia ter o sabor da felicidade. Como o amor...
Saber amar até o ar que respiramos.
Saber desfrutar a independência do nosso ser na dependência da sua relação com todos os outros seres.
Liberdade em si (sem rebaixar ao bemol).
27
Set06

Velhos

eva
27 de setembro de 2006

Por um corredor em penumbra, pesos nas mãos das compras, chegam em grupo de família - diferentes gerações - junto dos mais velhos.
Muito velhos, mais de oitenta anos bem vividos e bem gastos. Os seus corpos são um espelho disso mesmo.
Muitas viagens, muitas mudanças de casa, de cidade e até de país. Muitas caminhadas, muitos empregos.
Muitas ralações e oh! muitas, muitas alegrias. E são estas as que perduram.
As boas recordações são as que lhes enchem a cabeça e o coração de lembranças.
Mas, por vezes, percebem a comparação com o seu estado presente. Nessa altura os mais novos mudam rapidamente a conversa e a alegria volta aos seus olhos.
A fina educação mantém-se e torna-os diferentes de outros da mesma idade, porventura mais rudes.
As falhas de saúde no entanto aproxima-os e o convívio torna-se mais fácil.
A solidão será um problema de coração ou de alma...
Até um dia que amanheça diferente, os dois estão juntos e mais próximos.
26
Set06

Paz

eva
26 de setembro de 2006

Um livro cheio de assinaturas.
Uma porta que se abre e fecha - para abrir novamente.

Volta atrás e descobre outra porta ao fundo.
Parece fechada, mas diz "puxe". E ela empurrou, em vez de puxar, o que nela é um reflexo habitual dessa palavra.
O contrário também era verdadeiro, porque puxava ao ler "empurre".

Enfim, problemas menos graves de dislexia e até algo comuns nas sociedades organizadas.
Voltando à porta que se abria... dava para uma pequeníssima capela.
Como a generalidade das capelas, era simples.
E essa singeleza dava paz.

O seu silêncio prolongava essa paz.
Era uma comunicação estranha consigo mesma.

Uma comunicação imediata de si para si própria.
Sem hesitações. Finalmente sem dúvidas.

A vida e a sua rotina tornaram-se uma linha de luz.
Viu-se morrer e não se importou. Viu-se viver em prolongamento e não se importou.

Viu-se no mesmo sítio com os seus afazeres por fazer e não se importou.
Estava cheia de luz e isso importou e deixou-a feliz.
25
Set06

Serenidade

eva
25 de setembro de 2006

Chove chuva - aguaceiros que molham completamente os que confiam que ainda é Verão.
Os dias ainda são quentes, mas mais pequenos e com um vento algo fresco e desagradável.
O mar está cinza e a areia escureceu. A natureza está a mudar as suas cores.
As pessoas mudam também as suas rotinas, aligeiram o passo, levam casacos de malha e sapatos mais fortes.
Uma rapariga prepara o seu éden - ou o seu cantinho de repouso.
Aquele sítio que todos temos (ou desejamos ter) e para onde vamos, na realidade ou mentalmente, quando queremos estar sozinhos.
Nós connosco - só eu mais eu - de acordo comigo mesmo.
Não, não! Não é em fuga da realidade.
É descansar em serenidade a moralidade do próprio ser, da confusão do dia-a-dia.
Sair dessa confusão e corrigir em si atitudes de competição - conveniência - anulação ou omissão para não ter o trabalho de discutir outras opiniões...
Pois é, mas esse lugar precisa também ser renovado todas as estações.
Ser actualizado sempre em concordância com o mundo exterior.
Serenidade de ser, mas renascendo todos os dias para o melhor mundo de si próprio.
E essa paz de si mesmo espraia-se depois como uma aura projectada da sua figura.
24
Set06

Contentamento interior # Dalai Lama

eva
24 de setembro de 2006

A auto-satisfação por si só não determina o carácter positivo ou negativo de um desejo ou de uma acção. Um assassino pode sentir-se satisfeito no acto de matar, mas isso não justifica o acto em si. Todas as acções negativas - mentir, roubar, conduta sexual errada, etc. - são cometidas por pessoas que sentem uma certa satisfação ao cometê-las. A linha de demarcação entre um desejo ou uma acção positiva e um desejo ou uma acção negativa não é se nos satisfazem ou não, mas se as suas consequências finais são positivas ou negativas. Por exemplo, no caso de desejarmos possuir coisas mais caras, se este desejo nascer de uma atitude mental de desejar sempre mais, quando chegarmos ao limite do que podemos obter vamos ter de enfrentar a realidade. Quando chegamos a esse limite, perdemos a esperança, caímos em depressão, etc. É um dos perigos desse tipo de desejo.
Por conseguinte, penso que o desejo excessivo leva à avidez, baseada em expectativas excessivas. ... ... Uma das características da cobiça é que, embora nasça do desejo de obter algo, a obtenção desse algo não a satisfaz. Por conseguinte, torna-se ilimitada, sem fundo, e é uma fonte de problemas. Um aspecto interessante da cobiça é a ironia contida no facto de que, embora busquemos a satisfação, nunca ficamos satisfeitos, mesmo quando obtemos o objecto do nosso desejo. O verdadeiro antídoto para a cobiça é o contentamento. Se sentirmos um profundo contentamento, quer obtenhamos ou não o objecto, sentimos a mesma satisfação.
.
in "Dalai Lama - Um Guia Para A Vida"
de Howard C. Cutler
.
23
Set06

Beatitude

eva
23 de setembro de 2006

Pela tampa de uma cápsula saem pessoas. Vão seguindo uns aos outros, agradando-se do sol e da brisa a céu aberto.
Há quanto tempo viajariam ali fechados...
Estão todos com ar débil mas apenas querem sentir o ar fresco.
Não querem comer nem beber. Nos seus olhares paira uma névoa, como se fossem cegos. E, no entanto, distinguem as coisas conforme se apresentam.
Doutro lado da paisagem forma-se um arco-íris.
Os pássaros e toda uma vegetação florida alegra o ambiente. Apetece rebolar naquele solo.
Toda aquela gente segue instintivamente as cores e a alegria que elas comunicam.
Afinal eles também não sabem onde estão. E isso não parece afectá-los.
A questão, para eles, resume-se no seguinte: estavam mal e agora estão melhor.
Querem, isso sim, tudo sobre as regras de comportamento e de trabalho.
Acima de tudo, querem ser felizes.
Seguir afinal o instinto de todo o ser vivo: viver em beatitude.
22
Set06

A bordo

eva

22 de setembro de 2006

Uma família à espera no meio de um deserto agreste - de clima, solo, insectos e animalejos esquisitos.
As crianças choram aflitas. O pai tenta proteger com a sua sombra, que é a maior de todas.
De todos os lados surge algo que não lhes deixa refúgio.

A coragem e a esperança são o estandarte do pai e o seu exemplo vivo.
Mas o tempo ali parece alongar-se em eternidade.
A aflição instala-se e até o pai, sempre tão sereno e corajoso, parece transtornado.
Do céu alaranjado e transmitindo um calor sufocante, vem uma espécie de helicóptero.
É bastante maior que o habitual e mais redondo, quase um círculo.
Puxa-os a todos no meio da sua ventania de poeira. Não tem condutor.
Está limpíssimo, brilha em tudo - desde os assentos com costas à periferia - formando outro círculo concêntrico e interior ao da forma do dito helicóptero.
Todos a bordo por aspiração ou coisa semelhante e, logo de seguida, a boa velocidade galgando o que parecem ser vários céus.
Têm cores diferentes. Um deles tem uma muralha e um portão com guarda que parece esperá-los.
Efectivamente, param e saem. O chão brilha de milhares de estrelas.
Ah! eles estão a brilhar também pela firmeza de carácter.
São luz de luz .

21
Set06

O equilíbrio

eva
21 setembro de 2006

Hora de acordar. Hora de escola. Hora de trabalho.
Hora de refeições. Hora de família. Hora de dormir.
Horário completo e, na maior parte das vezes, sem hora para nós próprios.
O desfalque vai-se acentuando mais e mais.
Para equilibrar sobrevêm a amargura e a depressão.
A pena de si próprio e da sua própria vida.
Alguns há que conseguem não sentir nada disto e sim a satisfação de serem úteis aos outros.
Tão simples como isso. Chamo-lhes pirâmides de amor.
Mas são poucos. Oh! pouquíssimos.
A maior parte equilibra o tal desequilíbrio com vícios, vaidades, mau-génio sobretudo em casa e junto dos seus.
De qualquer modo a melancolia pela vida torna-se a top-sensação.
A indústria farmacêutica avança com os calmantes e os antidepressivos.
Os psicólogos avançam com a entrega do paciente a mais horas ao trabalho e à carreira para manter a cabeça distraída - logo, aparece também mais dinheiro para gastos, mas sem tempo algum para o lazer.
Mas pode comprar a alegria na família pelo conforto e luxos.
EQUILÍBRIO - pode e deve adquirir-se.
O modo depende da persistência de cada um.

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